Boas Vindas!

Você está no Congresso Nacional!
Um lugar onde se junta pessoas dos mais diversos estilos, etnias, gostos e opiniões e ficam aqui, sem qualquer tipo de receio, levando a banca suas palavras e considerações sobre os mais diversos assuntos.
Vamos apresentar nossas idéias, debatê-las ao fundo e, se alguma coisa for útil, agregar às nossas, se não, engavetá-las!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

LEI SECA

Em cinco meses de Lei Seca, mortes nas rodovias federais caem 6,2%
Número de acidentes, porém, teve aumento de 9,3% no mesmo período.De junho a novembro, 2.828 motoristas foram presos por embriaguez.
Do G1, em Brasília

O número de mortes nas rodovias federais caiu 6,2% nos cinco meses de vigência da Lei Seca em comparação com o mesmo período do ano passado, informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta sexta-feira (21). Contudo, o número de acidentes no trânsito cresceu 9,3% e o de feridos, 2,4%.

De 20 de junho a 20 de novembro, foram registrados nos 61 mil quilômetros de rodovias federais 56.689 acidentes (aumento de 9,3%), com 2.779 mortos ( queda de 6,2%) e 32.254 feridos (aumento de 2,4%). No mesmo período de 2007, foram 51.863 acidentes, 2.962 mortes e 31.500 feridos.

Em 2007, ocorria uma morte a cada 21,5 acidentes. Hoje, o número baixou para uma morte a cada 25,1 acidentes. Da mesma forma, cresceu o total de ocorrências sem vítima (aumento de 11,3%), que saltaram de 30.759 em 2007 para 34.796 em 2008.

De acordo com o levantamento, depois de quatro meses de queda, este é o primeiro balanço em que a PRF consegue apresentar índices melhores que nos períodos anteriores.

Prisões

Apesar da melhora nos números, o número de autuações a motoristas infratores continua alto. Entre 20 de junho e 20 de novembro, foram efetuadas 2.828 motoristas foram presos por embriaguez ao volante e 2.486 autuados após passarem pelo teste do bafômetro. No total, 5.314 condutores foram autuados entre 20 de junho e 20 de novembro.

Tolerância zero

A Lei 11.705, a chamada Lei Seca, proíbe o consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas por condutores de veículos. Antes, era permitida a ingestão de até 6 decigramas de álcool por litro de sangue (o equivalente a dois copos de cerveja). Quem é pego dirigindo depois de beber, além da multa de R$ 955, perde a carteira de motorista por 12 meses.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Novo do Guns N' Roses reflete esquizofrenia de sua história de gravação

'Chinese democracy' patina entre o hard rock e a música eletrônica.
Aguardado há 15 anos, disco tem lançamento em 25 de novembro.

Agora, sim: se você for um cidadão norte-americano, já pode encomendar a sua Dr. Pepper de graça. Contrariando as previsões mais pessimistas da fabricante de refrigerantes, o novo álbum do Guns N' Roses, "Chinese democracy", existe, sai em 25 de novembro deste ano, e o G1 já ouviu todas as 14 faixas do disco em uma sessão fechada para jornalistas na noite desta terça-feira (11) em São Paulo.

Aguardado há quase 15 anos (desde o disco de covers "The spaghetti incident", de 1993), o sempre prometido "Chinese democracy" foi adiado sucessivas vezes e acabou virando alvo de piadas, correndo o risco de se tornar o "disco perdido" do GN'R, que atualmente só conta com o vocalista Axl Rose da formação original.

Primeiro as boas notícias aos fãs de Axl: a voz dele ainda mantém aquele timbre característico, agudo e levemente rouco, e muitas vezes o cantor grita como se esivesse em 1989. As guitarras também carregam os timbres, riffs e mesmo os alguns solos que caracterizaram o período em que o cabeludo de cartola Slash (hoje guitarrista da Velvet Revolver) ainda fazia parte da banda.

Mas apesar de preservar certas características que ajudaram a criar a identidade do Guns N' Roses, "Chinese democracy" não soa como um álbum de hard rock, gênero no qual a banda se consagrou. Na verdade, o disco flerta bastante é com a "rocktrônica" dos anos 90: a segunda faixa, "Shacler's revenge" (lançada inicialmente no videogame "Rock band 2"), poderia ter saído de uma colaborção de Axl com White Zombie ou com Prodigy, dependendo da referência do ouvinte.

Juntando os trapos
As orquestrações e programações se espalham por todo o disco, como numa versão revisitada da trilha sonora do filme "Spawn", que juntava bandas de rock pesado com artistas de música eletrônica.

Toques orientais figuram na introdução da faixa-título e em "If the world", enquanto as baladas "Street of dreams" e "This I love" disputam o posto de "nova 'November rain'". "Scrapped" pode trazer a lembrança de "Welcome to the jungle" (com um pouco de boa vontade, claro) com um clima de r'n'b dos anos 90, enquanto "Sorry" é uma balada eletrônica com vocais processados.

Mas graças a essas mesmas orquestrações épicas, programações eletrônicas parecendo datadas e vocais variando em timbre, tom e volume, "Chinese democracy" soa como uma colagem das várias fases de gravação pelas quais o álbum passou -- algumas faixas contam com até cinco guitarristas diferentes.

Engenheiro de som de bandas como Rage Against the Machine e Pearl Jam, o co-produtor Caram Costanzo até se esforça, mas a tendência é que o disco descambe para a mesma esquizofrenia que marcou toda a sua história de gravação.

Quanto aos fãs, a aprovação do disco deve variar de acordo com o grau de nostalgia e paciência de cada um. Mas, para quem esperou tanto tempo, paciência não deve ser uma virtude em falta.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Supremus, a evolução... evoluindo...

E lá se foram mais de um ano e meio de muitas e muitas horas pensando e escrevendo, lendo e narrando, imaginando um mundo fictício, criaturas sombrias, e a capacidade de alterar a realidade através do Prâna. Horas e mais horas de mente focada e centrada num objetivo único e, diferente de tantas outras vezes, sem desânimo, sem enrolações e auto-desculpas para abandonar tudo.

Sei que a grande maioria, não dos que aqui lêem e postam, não se importam com o ato, e muito mesmo com o gênero, mas para mim está sendo uma realização ver que, aos poucos, passo-a-passo, meu livro/jogo Supremus está evoluindo. Sim. Realmente está!

Fiquei sabendo hoje que no dia 15 desde mês (Outubro) enfim o material foi registrado e agora estou começando o que poderia classificar com a 2ª parte mais difícil: tentar encontrar uma editora para se tornar parceira no projeto.

Sei que não é comum este tipo de postagem por aqui, mas não pude me conter, realmente estou muito feliz e animado e, principalmente, esperançoso e disposto a dar continuidade neste processo tão longo, estafante e demorado, mas que vem sendo tão gratificante!!!

Título: SUPREMUS: A EVOLUÇÃO
Personalidades: CLAUDIO MAGNO DE BRITO - Autor(A)
Registro: 443117, no Livro 831, Folha 277, em 15/10/2008
Gênero: Outros
Obra Publicada: Não
Tipo de Apresentação: Impressa/Computador, 160 página(s).

Espero conseguir manusear o fluxo do Prâna a meu favor e transformar minha doente imaginação em algo palpável! Rsrs

E lembrem-se:

Não tema Laestrigones e Ciclopes nem o furioso Poseidon;
você não irá encontrá-los durante o caminho
se o pensamento estiver elevado
e se a emoção jamais abandonar seu corpo e seu espírito.
Laestrigones e Ciclopes e o furioso Poseidon não estarão em seu caminho
se você não carrega-los em sua alma,
se sua alma não os colocar diante de seus passos.
- Konstantinos Kavafis (1863-1933)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Australiana afirma que nave extraterrestre poderá ser vista nesta terça

A médium australiana Blossom Goodchild vem chamando a atenção ao afirmar que no dia 14 de outubro de 2008, esta terça-feira, uma nave extraterrestre poderá ser vista da Terra.

Goodchild fez a previsão a partir de uma "canalização", nome dado por estudiosos do assunto a um tipo de comunicação que se estabelece com seres extraterrenos. Um vídeo postado em sites como o "You Tube" e o UOL Mais explica a mensagem recebida por Goodchild.

De acordo com a médium, a nave ficará visível, de forma bastante clara, durante três dias.

Assista abaixo ao vídeo que explica a previsão de Goodchild e, na seqüência, veja o vídeo em que a própria médium fala, em inglês, sobre a aparição da nave.

http://br.youtube.com/watch?v=khZQHyVD88s

http://br.youtube.com/watch?v=SFyK2N4RG_o

domingo, 12 de outubro de 2008

Ahhhh... vá para o espaço!!!!!

O que antes era apenas citado em contos de ficção científica hoje é realidade e, mais que isso, está se tornando cotidiano. Nesta madrugada (12/10 - Brasil) a Rússia mandou o sexto "turista espacial" à ISS (Estação Espacial Internacional).

É impressionante como o antigo e o novo caminham lado a lado. Enquanto ainda temos mortes aqui na Terra ocasionadas por divergências étinicas e religiosas, por fome e por pura ganância, em contrapartida, temos expedições espaciais tripuladas até com turistas... quanto antagonismo...

Seria uma boa se pudêssemos aliar esta tecnologia espacial ao nosso cotidiano "mundano" e começar a mandar para o espaço (literalmente e sem viagem de volta) àqueles que o fazem por merecer. Mas será que teríamos naves suficientes para isso? Acho que não... e tenham em mente que só estou imaginando quem, aqui do Brasil, mereceria participar de tal "excursão". São muitos...

É completamente inconcebível eleger apenas um para tal expedição espacial. Acho que logo teríamos uma "ponte aérea espacial", com saidas de meia em meia hora para dar conta de tanta demanda. Isso seria algo perigoso, pois logo o espaço não seria apenas vácuo... e sim um grande depósito de lixo humano.

Ops... mas retomando ao assunto em sí, é bem interessante viver este momento em que vivemos, pois estamos presentes na "ponte temporal" que liga a nossa medieval realidade mundana à era espacial dos contos de ficção. Um momento da história que estamos nos desenvolvendo, deixando de sermos apenas macacos num grande jardim com bananas para nos tornarmos verdadeiros exploradores e colonizadores espaciais.

Só espero o dia em que todo este avanço tecnólogico espacial se faça presente em nosso dia-a-dia, assim como esta ideologia de busca constante pelo conhecimento e desenvolvimento da raça humana. E que este dia venha o quanto antes! Pois nesse ritimos que vamos, antes do macaco se tornar explorador espacial, já terá acabado com todas as bananas do jardim e morrido de fome...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Super Acelerador de Partículas cria Buraco Negro

E não é que aquele grupo de cientistas tinha razão em seu alarmismo?

O que parecia improvável para a grande maioria dos cientistas (os sérios) acabou por acontecer: em seu primeiro teste, aquele que só deveria deslocar em alta velocidade elétrons de átomos na mesma direção, o LHC (sigla internacional para o Super Acelerador de Partículas) acabou por por gerar uma massa de antimatéria, o famoso "buraco negro".

O que? Você não viu esta notícia na internet e nem nos noticiários televisivos?? Pois é... as pessoas não se deram conta ainda, mas isso ocorreu e este imenso buraco negro foi criado na economia norteamericanense e vem criando pavor econômico no mundo inteiro. Os cientistas tradicionais ainda não conseguiram perceber a relação destes fenômenos e os cientistas econômicos e políticos não conseguem mensurar o tamanho deste imenso rombo.

Pode soar como meio cômico até, mas está ai para todos norteamericanenses ou não verem e sofrerem as suas consequências: bancos falidos, sistema habitacional desmoronando, previdência privada aniquilada. Eis mais uma prova da ligação entre os experimentos do LHC e a crise norteamericanense: o fator de distorção de tempo.

Apesar de os experimentos terem ocorridos somente agora no 2º semestre de 2008, ele afetou o sistema previdenciário norteamericanense em meados da década de 90 e parece ter efeitos sucessórios até os dias de hoje! Mas como muitos já afirmavam (opa! eu entre eles!), talvez tudo possa não passar de um realocamento do poder econômico mundial, com a ascensão principalmente da União Européia e da China.

Uma crise que começa lá e se espalha pelo globo todo, mas que acaba por ter o mesmo final de todas as crises, sejam estas nacionais ou "importadas", pequenas ou colossais: quem paga a conta é o povo. A bolsa caiu? O dólar aumentou? Mas sempre é o preço final ao consumidor que é aumentando, para que especuladores e investidores recuperem suas perdas.

Espere ai então! Estes efeitos do LHC vêem ocorrendo há muito mais tempo!!!! Só não havíamos ligado os fatos ainda! Desde sempre estas massas antimatérias vêem sendo geradas em nossos bolsos e carteiras, criando buracos negros em nossos orçamentos familiares!

Morpheus diria em Matrix: "Alguns chamam de destino, outros de acaso, eu chamo de providência", eu diria em nosso mundo real: "Alguns chamam de destino, outros de acaso, eu chamo de puro azar o fato de nascermos pobres!"

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

GILBERTO KASSAB: politicamente correto?

No clamor das disputas eleitorais, o atual Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, enviou à Câmara Legislativa projeto de lei no mínimo polêmico, cujo teor, além de outras ações, é a criação de pedágio urbano em áreas com trânsito saturado.

O projeto estabelece a Política Municipal de Mudança Climática, uma espécie de plano diretor com regras e metas gerais para diversas áreas, como tráfego, resíduos e construção civil.

Além do pedágio urbano, o projeto carreia possíveis soluções no que diz respeito à emissão e compensação de gases nocivos ao meio ambiente, como aqueles causadores do conhecido efeito estufa, dando ênfase as áreas de transporte.

Prevê também o texto a criação de incentivos ao uso de energias não poluentes em novos prédios e a obrigatoriedade da implantação de coleta seletiva de resíduos.

No que diz respeito ao tráfego de veículos, o projeto apresenta mecanismos para solucionar o problema do trânsito na cidade, como faixas exclusivas para carros com duas ou mais pessoas, restrição gradativa e progressiva do uso de automóveis particulares no centro da cidade, além da implantação de pedágios urbanos, cuja arrecadação seria obrigatoriamente utilizada para melhorar o transporte público.

Porém, a implantação da prática de cobrança com os locais e valores, deverão ser tratadas em lei específica, cujo projeto ainda não foi elaborado pela prefeitura paulista.

Diversas são as opiniões acerca da criação de pedágio em áreas da cidade. Aqueles que são a favor defendem a cobrança de tarifas baixas como meio de arrecadação de verbas para custear o investimento no transporte público. Já os contrários a cobrança de taxas, afirmam ser a medida manifesta “segregação social”, justificando que tarifas baixas não resultariam em arrecadação e sendo elas caras tornariam essas áreas vias para milionários.

Pesquisa feita pelo DATAFOLHA mostrou um índice de reprovação altíssimo da polução em relação a implantação de pedágios em áreas da cidade. 74% das pessoas ouvidas foram contra a implantação e apenas 24% à favor, o que torna a iniciativa de Kassab contrária à opinião dos eleitores.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Conduta individual - Endurecimento da lei não diminuiu violência no trânsito

por Valtecino Eufrásio Leal

Noutro dia vivenciei um fato curioso ao deparar com um condutor dirigindo alcoolizado. Constatei tratar-se do mesmo motorista a quem socorri meses antes, em situação de perigo concreto, após a ocorrência de um acidente automobilístico. Através dos lamentos daquele infrator reincidente, tomei conhecimento que tempos atrás — numa terceira violação à proibição de conduzir veículo automotor sob estado de embriaguez — ele perdera duas filhas adolescentes num trágico acidente.

Esse quadro de continuidade delitiva me levou a imaginar sobre a conduta individual apontada, pois a mim, parece que pessoas de índole semelhante não se educam nunca, ainda que, como reprimendas, experimentem penas dolorosas, como a perda de entes queridos. Em razão de episódios como estes, percebi que cada um de nós contribui com parcela significativa de ação ou inação para que nossas guerras aconteçam.

Exatamente sobre esse assunto, nos últimos dias, tenho observado no cenário midiático, notícias fervorosas que induzem a sociedade a confiar que agora, diante do aperto anunciado à embriaguez ao volante, tudo se resolverá e que não mais continuaremos com a triste estatística de 34.000 mortes ao ano — metade destas, oriundas de combinação da direção com o uso de bebida alcoólica. Demais, tanto a sociedade, como a imprensa, parecem depositar o fim dos maus tempos na lei renovada, como se esta fosse uma panacéia.

É espantosa a excêntrica capacidade de se conceber cura em remédios não experimentados ou na credulidade de que problemas sociais de convívio se resolvem num gesto de Mandrake, sem a participação ativa de todos. Parece-nos demais confortável crer que o país se transformará a partir de uma ação governamental ou de uma iniciativa de poder que prenuncia a solução das crueldades da sociedade através de duras leis, editadas em momentos nevrálgicos, ou sob o calor das tensões políticas.

Foi assim que depois do assassinato da atriz global Daniela Perez, se visualizou a hediondez no crime de homicídio qualificado; que, após o vil arrastamento e homicídio do menino João Hélio por menores infratores com o uso de um automóvel, a sociedade se mobilizou e desejou a redução da idade penal; e, de igual modo, foi suficiente se lembrar que no Brasil, os acidentes de trânsito matam mais do que qualquer guerra moderna, para se modificar o Código de Trânsito, iniciando-se uma verdadeira tolerância zero em relação à embriaguez na direção automotiva.

No entanto, imagino que se o mal social é grave, as leis, ainda que adequadas, resolverão pouco ou quiçá serão obedecidas pontualmente num primeiro instante, pois o homem contemporâneo, em sua dinamicidade camaleônica, se adapta a qualquer tempo, a qualquer lei. Em face disso, será que o endurecimento da situação legal, impondo penas ou conjunturas mais severas, seria a melhor das políticas? Penso que não. Veja-se que crimes, por cá tidos como atrozes e puníveis com grande lapso temporal de reclusão, em terras européias sujeitam o infrator a penas bem mais amenas.

Perceba-se o caso de Jerry K. e Johan T., condenados no Brasil, em 10 de abril de 2003, a 21 e 17 anos de prisão, respectivamente, por fotografar e divulgar na internet cenas pornográficas de 24 menores brasileiras — aliás, por essas e por outras similares, já existem vozes parlamentares defendendo a hediondez da pedofilia. Aqueles condenados conseguiram fugir do país em 2004, devido a um curioso passaporte emitido às pressas pelo consulado holandês no Rio de Janeiro. Em solo europeu, um dos homens foi processado. Enfim, pelo mesmo fato, em 2006, Jerry K. foi sentenciado pela justiça holandesa a nove meses de prisão sob fiança e a 240 horas de trabalhos sociais.

Por conseguinte, vem a indagação: e na Holanda, existem altos índices de criminalidade? A lei é benevolente? Evidentemente que não, pois aquela nação, culturalmente, compreende que a segurança pública, é um movimento da sociedade civil, com participação da escola, do governo, e da família, dependendo ademais das cruciais iniciativas de cada ser social. Já em nossos ares, se confia basicamente no binômio: polícia e lei.

Logo, o mal da estatística terrível no trânsito brasileiro é fruto de nosso comportamento individual e não da vontade geral. Ou seja, se cada um de nós, experimentasse posturas de autocrítica, defesa e proteção coletiva, seguramente, o resultado derradeiro seria muito mais salutar do que nos garantir em códigos. A lei, portanto, não é e nunca foi um mecanismo pronto e acabado para dar solução a crises sociais e existenciais.

Nós, portanto, ainda temos a opção de um modelo edificado na ação em prol de valores coletivos, a fim de investigar a existência de caminhos ou de vieses mais humanitários. Ou seja: ao invés de aguardar a edição de novas leis, penso que talvez devêssemos nos tratar realmente como comunidade, lutando por mudanças comportamentais. Já seria um bom começo a conscientização de que a bebida combinada com direção nos incursiona numa guerra silenciosa, injusta, desigual e sem precedentes, onde infelizes prosseguem massacrando impiedosamente seus irmãos, e a si próprios.
Revista Consultor Jurídico, 5 de agosto de 2008

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Caso Daniel Dantas


Achei interessante postar essa matéria publicada no site CUNSULTOR JURÍDCO nesta quinta-feira 17.07.2008. Trata-se do caso Dantas, que há muito vem fritando a mente da sociedade com seu enlaço corrupto da política brasileira com empresários e agora, surgindo como figura decorativa, o "jornalismo crime".

Segue, também, o link da reportagem, que no rodapé disponibiliza o relatório apresentado pela delegado da PF Protógenes Queiroz.

por Claudio Julio Tognolli e Aline Pinheiro


Criticado e aplaudido com o mesmo entusiasmo, o relatório do delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz que deflagrou a Operação Satiagraha tem mais de 200 páginas de transcrições de escutas telefônicas, de e-mails e de análises, para mostrar como funcionam duas “complexas organizações criminosas” — uma seria chefiada pelo banqueiro Daniel Dantas e a outra, pelo investidor Naji Nahas.


O delegado — hoje afastado da operação para estudar, segundo a explicação oficial da Polícia Federal — começa o relatório dizendo que há indícios dos crimes de formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, tanto por parte do grupo de Dantas como de Nahas. No entanto, ele explica que, neste relatório (leia a íntegra no fim da notícia), se limita ao crime de gestão fraudulenta, que teria sido praticado pelo grupo de Dantas, e de lavagem de dinheiro, praticado pelo grupo de Nahas.


Na segunda-feira (14/7), a revista Consultor Jurídico divulgou um dos relatórios da PF sobre a Operação Satiagraha. Trata-se do “Relatório Parcial e Representação por Medidas Cautelares de Investigação”, assinado pela delegada Karina Murakami Souza. O relatório final da operação só será elaborado depois de feitas todas as buscas e prisões requeridas, ouvidas testemunhas e envolvidos. É nele que os acusados são indiciados. Este relatório que a ConJur divulga agora é responsável pela deflagração da operação.


Nele, Protógenes se preocupa em provar que Dantas era chefe do grupo Opportunity e que era ele quem decidia quais operações seriam feitas pelo grupo. Para o delegado, Dantas era o “alter ego” do grupo. Para provar isso, vale-se quase exclusivamente de transcrições de conversas gravadas e de e-mails apreendidos. Há várias transcrições, por exemplo, de diálogos travados entre Daniel Dantas e Verônica Dantas, irmã de Daniel e chamada de “braço direito” dele por Protógenes, quando Dantas estava em Nova York respondendo a processo movido pelo Citibank.


Em páginas com citações que vão de Dostoievski e Alexandre Dumas a ditados populares, o delegado transcreve trechos e mais trechos de conversas para tentar provar que “Daniel Dantas utiliza sua inteligência para praticar o mal” e que a organização criminosa deles era tão complexa “ao ponto até em determinados momentos eles próprios não ter (sic) conhecimento sobre a quantidade de empresas, o volume de recursos gerados por elas, nem tampouco a quantidade de investidores pessoas física e jurídica”. Nas palavras de Protógenes, Daniel Dantas é o “grande gênio fraudador”.


Sobre Naji Nahas, o delegado explica que ele atua tão debaixo dos panos que não foi encontrada nenhuma operação no mercado de ações no Brasil registrada no nome do investidor. Diz o relatório que Nahas “usa o nome ou empresa de terceiros, se utiliza de doleiros com fim de lavar os recursos auferidos ilicitamente”.


Jornalismo do crime

Para o delegado Protógenes Queiroz, as quadrilhas de Dantas e Nahas tinham também a participação de conhecidos jornalistas. Leonardo Attuch, da IstoÉ Dinheiro; Lauro Jardim, da Veja; Vera Brandimarte, do jornal Valor Econômico; Elvira Lobato e Guilherme Bastos, da Folha de S. Paulo; Paulo Andreoli e Thomas Traumann, da Época; entre outros, seriam alguns dos jornalistas que recebiam dinheiro para cuidar da imagem de Dantas e Nahas e das suas empresas nas reportagens.


O delegado não mostra, contudo, qualquer prova do envolvimento dos jornalistas com o grupo. As provas, para ele, seriam as reportagens escritas sobre os negócios de Daniel Dantas e o fato de jornalistas falarem com os dois personagens.


Ainda de acordo com o delegado, o jornalista Roberto D’Ávillla, da TV Brasil, recebeu R$ 50 mil por uma reportagem em favor dos acusados. Ao jornal Folha de S.Paulo, D’Ávila explicou que a remuneração se deve a trabalho feito pela sua empresa, a CDN, uma pesquisa de opinião sobre a imagem de Nahas na mídia.


Há referências, também, à jornalista da Folha Andréa Michael, que fez reportagem sobre a operação antes de ela acontecer e, por isso, teve sua prisão pedida pelo delegado, mas negada pela Justiça. Para Protógenes, Andréa é “integrante da organização criminosa, travestida de correspondente” da Folha em Brasília. Outro “jornalista colaborar dessa organização criminosa” seria o colunista da Veja Diogo Mainardi. O motivo é o mesmo: o colunista já escreveu sobre Dantas.


“O que estamos assistindo e desmascarando por meio do Judiciário Federal, com atenção auspiciosa do Ministério Público Federal, é repugnante sob o ponto de vista ético e moral do papel da imprensa”, diz o delegado.


No relatório, Protógenes Queiroz promete lutar para combater o que ele chama de mal. “Ante as ameaças de corsários saqueadores das riquezas do nosso país, deixo aqui registrado que o ‘amanuense’, que ora subscreve a presente peça, e por ‘cautela’ alerto aos incautos, seja de forma individual ou organizados criminosamente para tal finalidade, que estarei de prontidão comparado a um integrante das Brigadas dos Tigres, fazendo um acompanhamento detalhado do futuro Fundo Soberano e ao menor movimento de ações ilícitas destinadas a desvios de tais reservas cambiais ou fraudes com os papéis que o governo federal pretende lançar, começaremos desde já uma nova e complexa investigação, a fim de evitar o mal (sic) maior.”


Menos de um mês depois de assinar esse relatório, que tem a data de 23 de junho, o delegado Protógenes Queiroz deixou o comando da Operação Satiagraha. A explicação oficial é que ele foi participar de um curso obrigatório da Polícia Federal. Protógenes, no entanto, não ficou feliz em deixar o caso. Chegou a propor continuar instruindo o inquérito nos finais de semanas, mas a sugestão não foi aceita. Nesta quarta-feira (16/7), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a permanência de Protógenes na operação. Em entrevista coletiva, Lula disse que determinou ao ministro da Justiça, Tarso Genro, que acerte com a PF a volta do delegado.




sexta-feira, 20 de junho de 2008

O RPG arruinou a minha vida... Desabafo de um RPGista...

Já que os preconceituosos aceitam apenas isso como verdade, vamos lá. Contarei aqui como esse jogo arruinou minha vida.

O RPG arruinou meus estudos!

Antes eu estudava algumas horas por dia, para conseguir notas como 5 e 6 na escola. Assistia às aulas de má vontade, não encontrava motivações para permanecer estudando.

Depois que comecei a jogar RPG, percebi que seria mais fácil e divertido inventar histórias se tivesse conhecimento para tanto. Queria entender Política para escrever sobre tratados entre reinos, Biologia para imaginar monstros plausíveis, Geografia para traçar mapas, Inglês para ter acesso à jogos importantes. Queria saber História, Física, Matemática, Química, Literatura...

Passei à ler livros de historiadores e cientistas, me esforçando para aprender tudo. Queria estar ciente das coisas, por isso parei de estudar com o intuito de passar de ano e passei a estudar para me divertir. Li dezenas de livros para vestibular, que muitos jovens de hoje torcem o nariz, estudei com gosto, entendendo a serventia de todas as matérias.

Agora estudo para me divertir. Como resultado, passei nos melhores vestibulares do país nas primeiras posições, e hoje sou um dos melhores alunos de meu curso.

O RPG arruinou meus estudos. O jogo me fez pegar gosto por leitura e por aprender, algo inconcebível! Talvez eu devesse largar minhas altas notas e o jogo, para voltar às intermináveis horas de estudo sem vontade e notas medíocres. Meus pais ficariam orgulhosos.

O RPG criou-me um problema com álcool!

Antes de jogar RPG, divertia-me saindo com os amigos, bebendo até cair nas boates e recuperando o dinheiro de todas as festas em cerveja. Arriscava minha vida e de outros, dirigindo alcoolizado, e toda semana tinha um bafão. Ficava fora a noite toda, deixava meus pais aflitos por hora (ou dias), sem saber quando voltaria, e se eu estava bem.

Depois que comecei jogar RPG, passei a rejeitar o álcool. É impossível jogar sem estar com a mente limpa e ativa, uma vez que o jogo é um exercício de inteligência e imaginação. O jogo me ensinou ser possível se divertir e socializar sem estar sob efeito de nenhum tipo de droga, mesmo algo ‘inocente’ como o álcool.

O RPG criou-me um problema com o álcool. Agora não bebo e suponho que isso seja um problema para a indústria de bebidas. Um jovem consciente e inteligente não deveria ficar em casa, rolando dados com amigos, sem causar preocupações aos pais ou evitar dirigir alcoolizado, sem colocar em risco as vidas das pessoas.

Não! Ele deveria se embebedar e sair por aí cometendo barbaridades.

O RPG arruinou minha religião!

Antes de jogar RPG, eu odiava religião, blasfemava como um jovem revoltado. Achava um tédio mortal qualquer tipo de cerimônia religiosa, sequer tinha idéia do que era a Bíblia. Taxava como idiotas e ignorantes todos que acreditavam.

Depois que comecei a jogar RPG, me interessei por religião, pois meus personagens favoritos em jogos eram clérigos. Passei a perguntar sobre o assunto para pessoas entendidas, acabei me sentindo motivado a ler o Livro Sagrado, bem como assistir cerimônias religiosas para entender seu funcionamento. Nunca mais blasfemei, agora me sinto uma pessoa mais culta.

O RPG arruinou minha religião. Isto é, deve ser bem mais saudável rejeitar a fé alheia, hostilizar devotos e blasfemar contra aquilo que não se entende, em vez de procurar aprender, respeitar e até mesmo se interessar por seus credos. Obviamente, interesse por religião é algo profano - afinal, os Livros Sagrados estão repletos de citações à demônios, assim como muitos manuais de RPG! Não é possível, portanto, que tragam qualquer ensinamento santo!

O RPG me mostrou a violência!

Antes de jogar RPG, eu testemunhava todos tipos de violência na TV e cinema, e achava tudo bastante normal. Praticava maldades infantis com animais, brigava muito na escola, mesmo sem motivo. Às vezes discutia com as pessoas por nada, buscando pretexto para violência. Em baladas e estádios de futebol, era sempre o primeiro a começar um tumulto.

Depois que comecei a jogar RPG, passei a pensar mais nos fatos do dia a dia e conclui quão grave é a violência no mundo. O jogo me mostrou algo que a TV não conseguia - a diferença entre violência real e ficcional. Passei a fazer partes de movimentos pela paz. Hoje prefiro dialogar, mesmo que sendo ofendido e não compreendido, do que partir para a ignorância.

Não vejo muitos filmes de ação, por considerá-los pouco profundos em história, apenas pretexto para sangue e morte.

O RPG me mostrou a violência. Com certeza, em vez de apenas fingir matar orcs e dragões, eu deveria praticar violência real como fazem tantos outros jovens. Deveria ser influenciado pela mídia e quem sabe cometer algum crime? Ser pacifista e prezar pela vida é, com certeza, um defeito que este jogo me causou.

O RPG destruiu minha vida social!

Antes de jogar RPG, eu participava de festas e encontros em que as pessoas degradavam umas às outras, bêbadas e drogadas, encenando um eterno teatro de falsidade. Muitas vezes fazíamos coisas dignas de bandidos - sempre prontos à humilhar e hostilizar aqueles diferentes de nós. Preconceito era meu nome do meio.

Eu era aficionado por estar sempre na moda, beber mais que os outros, ter o melhor carro, ver todos os programas da TV, tirar notas baixas na escola, apostar rachas. O tipo de coisa que os jovens fazem em suas vidas sociais.

Depois que comecei a jogar RPG, passei a ver quão infantil e idiota era meu antigo comportamento - porque o jogo é povoado de seres diferentes da raça humana, como elfos, anões e goblins, podendo ser todos bons ou maus. Seus atos não sua aparência, dizem que você é.

Passei a encontrar-me com amigos mais saudáveis - não para beber e ficar, mas para conversar amigavelmente, aumentar meus horizontes, me sentir menos enganado. Passei a conhecer as pessoas pelo que elas realmente são, nunca mais fui levado por aparência ou preconceitos. Tenho uma vida social mais ativa e estável, tenho a amizade de pessoas que pensam como eu e não me desejam mal.

O RPG destruiu minha vida social. É indiscutível que as barbaridades sexistas das festas, o consumo pesado de drogas e a pronta capacidade de humilhar alguém é algo totalmente necessário para a formação de um indivíduo íntegro. Pessoas que preferem encontrar os amigos em cinemas, livrarias ou restaurantes - ao invés de boates, clubes e botecos - com certeza são a escória da sociedade.

Divertir-se lendo livros, onde já se viu? Jogar RPG contribui para tornar um adolescente revoltado em um adulto estudioso, esforçado, amistoso e aberto à novas idéias. É um jogo sobre grupos de amigos colaborando para realizar um grande objetivo, um jogo sobre heróis sacrificando-se pelo bem de outros. É sobre tolerância à outras raças e crenças. Sobre trabalho de equipe, confiança, amizade e justiça.

Obviamente, tudo isso é um grande problema. Como uma pessoa íntegra poderia ser útil no mundo de hoje?

Bem amigos, pela minha história de vida, que acredito ser semelhante à de muitos de vocês, eu acredito: se um jogo de RPG foi responsável por tudo isso, com certeza deveria ser proibido.
'Claro, a menos que você não entenda ironia...'

Assinado: Um RPGista (ou todos).

terça-feira, 27 de maio de 2008

Enfim 2008 começará para quem paga impostos!!!

É isso mesmo. Até a data de hoje, 27/05/2008, todos os dias trabalhados por nós, foram totalmente para pagarmos os vários impostos que existem em nosso país.

Em média, 40% de nossa renda bruta some em meio aos impostos. E a cada ano, este número absurdo vem crescendo. Para se der idéia, hoje, em 2008, o brasileiro trabalhou, em média, 148 dias somente para pagar os impostos. Sendo que na década de 90 eram em média 102 dias e na de 80, 77 dias. Ou seja, com uma expectativa de vida (ou seria de sobrevivência?) de 72 anos, nós brasileiros homens passaremos 33 anos destes trabalhando só para recolher estes tributos.

Para piorar a situação, segundo levantamentos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), entre 1996 e 2003, a carga tributária sobre aqueles que recebem entre 10 e 15 salário mínimos aumentou 100%. Já para quem ganha acima de 30 salários, o aumento no mesmo período foi de 47%. Outro dado de muita relevância é o de que este ano, segundo apuração da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), até o final do ano passaremos de 1 TRILHÃO de carga tributária recolhida pelo governo.

Números absurdos, mas não numa economia como a que estamos vivenciando nos dias de hoje. Cada dia rumamos mais para o consumismo e menos nos damos conta de que este dinheiro, este gigantesco montante de nossa vida, não está retornando em forma de benefícios à nós.

Nunca saí do Brasil para poder afirmar, mas acho que olhando a listagem abaixo, onde apresenta-se o país e a quantidade de dias trabalhados para se pagar somente impostos, o Brasil parece estar “um pouco” deslocado de sua realidade:

País -----Dias Trabalhados
Suécia -------- 185
França -------- 149
Brasil --------- 148
Espanha ------ 137
EUA ---------- 102
Argentina ----- 097
Chile -----------092
México -------- 091

E agora o que vemos é novamente o burburinho crescendo entre os governistas sobre a necessidade de criação de uma "nova CPMF" para bancar a emendar 29 da Saúde. Mais imposto? Este já recolhido não consegue pagar? Difícil acreditar...

Mas nesta história da "nova CPMF" um comentário do Lula realmente há de ser considerado: “Nenhum empresário reduziu o custo dos produtos que vende por conta da CPMF. Quem souber de um produto que caiu de preço porque os empresários retiraram do preço 0,38% [alíquota da CPMF], me avisa porque vai merecer um prêmio”.

Realmente. A oposição, os empresários e suas organizações de classe deveriam ter vergonha, pois tanto alardearam que o imposto encarecia os produtos e quando o mesmo foi extinto, só seus lucros aumentaram em 0,38%, nada de redução nos preços finais ao consumidor . Claro que sabíamos desde o início que nada iria mudar em nossos bolsos neste sentido, por isso eu sempre fui contra a extinção da CPMF, pois como vemos hoje, sua extinção só serviu de desculpa para falta de investimentos na saúde.

Eu me pergunto o que é pior: saber que estamos trabalhando até o dia de hoje só para pagarmos impostos que em sua grande parte não retornará em forma de benefícios a nós, ou saber que sempre que aparece alguém falando em diminuir carga tributária este está apenas advogando em causa própria?
Realmente é difícil saber. Acho que teremos que fazer como o folclórico Galvão Bueno e entendermos que existe um "mais pior" nesta história: nós e a nossa falta de cobrança de nossos direitos e benefícios.

domingo, 11 de maio de 2008

“LIMPEZA SOCIAL”



Enquanto o povo se prepara para julgar um dos casos mais polêmicos de toda a história policial brasileira, um movimento social vem ganhando força. Classificado como “Limpeza Social”, o movimento foi identificado em diversas regiões do país e, segundo a Folha On Line, já vitimaram cerca de cinco moradores de rua.

Alguns meses antes, fora exibido uma matéria no Fantástico denunciando o descaso da prefeitura de Sta. Isabel – SP em relação aos moradores de rua daquela cidade. A denúncia consiste numa operação de “limpeza paisagística” que vem se operando na cidade. Moradores de rua são retirados das praças e levados para outras cidades, e o que é pior, entram nas estatísticas sociais da região.

Nesta semana, foi divulgado em alguns jornais que o método de limpeza foi aderido pelo povo, sendo registrados vários casos de violência contra os moradores de rua. Na madrugada desse domingo, 11 de maio, uma jovem moradora de rua foi incendiada e queimou até morrer. Informações de pessoas próximas a vítima garantem que ela descobriu recentemente que estava grávida.

Outros três moradores de rua foram executados a tiros enquanto dormiam na cidade de Vitória –ES. Para a polícia local, os crimes “podem ter sido um ato de limpeza social praticado por pessoas insatisfeitas com a presença das vítimas”.

Embora os crimes sejam praticados contra moradores de rua e pelas informações divulgadas todos foram presenciados por, pelo menos, uma testemunha, ninguém foi indiciado.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

DOROTHY STANG


DOROTHY STANG

Em 1982 começava a luta da Missionária Dorothy Stang em uma das regiões mais pobres do estado do Amazonas. Cortada pela rodovia Transamazônica, a cidade de Anapu é considerada uma das mais carentes da região e, por isso, a Irmã Dorothy rumou em direção àquele lugar com o intuito de colaborar para o desenvolvimento daqueles que por lá vivem.

Na mesma época se iniciou uma terrível disputa entre grileiros, madeireiros e pequenos produtores pela posse das terras, que se tornou uma das áreas mais atacadas pelo desmatamento. Dorothy denunciou muitas irregularidades e situações de abusos às autoridades brasileiras e esteve presente na CPI sobre a violência no campo, em 2004.

Destemida e perseverante, Dorothy Stang estava engajada nos projetos de desenvolvimento sustentável da região, e seu maior sonho era que os trabalhadores rurais conquistassem um pedaço de terra para cultivarem. O PDS – Plano de Desenvolvimento Sustentável, que tinha como escopo assentar famílias para a produção agrícola – é antagônico aos interesses daqueles que se intitulam “donos” da região, alimentando a ira deles em desfavor do programa.

Aos 73 anos de idade, Irmã Dorothy levou até o fim o ideal que considerava a solução para os problemas daquela terra, quando, aos dias 12 de fevereiro de 2005 foi covardemente assassinada com 6 tiros à queima roupa.

Três anos se passaram desde a morte da missionária, caso que ainda gera muita indignação. Ontem, dia 06 de maio, um dos supostos envolvidos em seu assassinato, o fazendeiro Valtamiro Bastos de Moura foi absolvido pelo conselho de sentença da 2ª Vara do Júri de Belém, por 5 votos a 2.

Um ano antes, a mesma Vara condenou o Fazendeiro a 30 anos de prisão por ser ele um dos mandantes do crime. Nos casos em que há condenação com pena superior a 20 anos, o réu passará por novo julgamento, o que de fato aconteceu.

A decisão de ontem, por mais injusta que tenha sido foi, no mínimo, o retrato de uma justiça precária, o que gera total desconforto social e muita indignação, sem falar na impunidade.

Casos como o da missionária Dorothy Stang demonstra a enorme necessidade de uma reforma na estrutura social do Brasil, principalmente na consciência da sociedade, que deve ser feita de imediato. O que era pra ser um exemplo de caráter e perseverança está se tornando sinônimo de impunidade.

terça-feira, 29 de abril de 2008

TUDO PELA “NOVELA DAS OITO”

No último dia 24, nosso Excelentíssimo Presidente da República sancionou o projeto de lei cujo teor é alterar o fuso horário dos estados da Região Norte do país. A mudança atinge, principalmente, o horário do Acre e de 26 municípios do Amazonas que, em relação à Brasília, será de apenas 1 hora, antes eram 2 horas.

A lei foi aprovada dias após a entrada em vigor da Portaria 1.220/2007, determinando que as emissoras de TV adaptem suas transmissões aos diferentes horários vigentes no país, em respeito à classificação indicativa dos programas.

A exposição de motivos apresentada na lei justificam a alteração do fuso para “facilitar o transporte aéreo e a integração com o sistema financeiro nacional”. Mera dissimulação do criador do projeto, o senador Tião Viana (PT-AC).

A questão fundamental da Portaria em questão é que a Rede Globo seria obrigada a adequar o conteúdo da “novela das oito” para ser exibida de forma simultânea em todo o país.

No entendo, a emissora decidiu criar uma programação “própria” para os estados com o fuso diferente de Brasília. Assim, deixaria de transmitir ao vivo os jogos de futebol realizados no meio da semana.

A lei que trata da alteração do fuso, em princípio, passaria por plebiscito popular antes de ser apreciada pelo chefe do Poder Executivo. Porém foi alterada antes de chegar ao conhecimento do Presidente, que sancionou a lei “sem pensar” nas possíveis conseqüências da alteração.

Tal mudança é questão a ser discutida na comunidade cientifica, já que trará impactos do ponto de vista biológico, social e econômico, sendo irresponsavelmente ignorado por “nosso” representante.

Foi desconsidero o potencial aumento de energia que mudança acarretará, pois os estados “vítimas” não promovem o horário de verão. Sem falar nos prováveis impactos no metabolismo da população, já que muitos iniciarão suas atividades diárias ainda no escuro.

Mais uma vez o povo foi vencido sem ao menos entrar na batalha, restando apenas o consolo de que foi por um motivo nobre: a novela das oito.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Caso Isabella - ou como transformar uma morte numa minissérie global

Estava relutante em escrever algo sobre este tão controverso e polêmico caso que vem tomando quase que em sua totalidade as machetes da midia. Relutante por achar que o caso Isabella está desgastado, super-exposto e sem uma explicação definitiva ainda, mas não pude abrir mão de expressar o que penso a respeito de tal.

Em primeiro lugar, como já deixei a entender, acho que este caso está sofrendo de uma super-exposição na mídia, em todos os veículos. Em uma semana, das quatro principais revistas semanais de grande circulação em São Paulo, três tinham o caso na capa. Todas as vezes que ligo a televisão, o que não faço com tanta frequência, vejo somente as especulações sobre o caso e na internet e rádio não é diferente. Em segundo lugar, não vou me extender muito, pois acho que assim como eu, muitos não aguentam mais ouvir falar nisso.

Estava decidido a não escrever a respeito, pelo menos até quando não houvesse uma solução para o caso, pois ficar supondo e empurrando suposições como se tivessem algum valor, não é de meu interesse, no entanto, uma entrevista que tive a oportunidade de ouvir por uma rádio de notícias de grande audiência fez com que eu deixasse meu silencio e viesse a expôr o que penso.

Na entrevista, um psicólogo, “especializado em influência da mídia sobre a sociedade” explicava o porque de tanta “badalação” sobre o caso. No entender dele, as pessoas enxergam o caso com muita proximidade de suas realidades mundanas e as investigações e as sempre atualizações de reportagens passaram a ser como uma minissérie de tv, onde as pessoas têm suspense, amor, ódio, violência e expectativa. Sim... como numa destas séries globais.

Bem... não sei se sou anormal, mas enxergo neste caso uma tentativa (com êxito) de criar uma mobilização nacional em torno de um crime, para desta forma poder vender notícia e audiência. Sim, isso mesmo. Não vou especular sobre de quem é a autoria do crime e nem os motivos, pois não sou criminalista e nem tenho condições de assim fazer, pois nem a policia que o investiga pôde fazê-lo ainda.

Eu enxergo uma tentativa da mídia nacional fazer deste caso Isabella um caso de mesmas proporções do caso Madeleine e faturar com isso. Sinto pela família, por todas as famílias envolvidas, tanto da mãe da criança, quanto do pai e da madrasta, sem levar em conta de quem seja a culpa do crime, pois as famílias não são e nem serão as culpadas.

Reporteres passam dia e noite em frente as casas dos envolvidos, delegacias e foruns. Envolvidos não têm mais paz. Na derrubada da prisão temporária, nem o juíz quis se expôr a mídia, entregando a decisão dele a um funcionário fora do forúm, sem que a mídia podesse ter o deleite de questioná-lo pela decisão, esta, uma decisão técnica e que nada tem a ver com os rumos das investigações.

Sempre sou contra o tal “sigilo de investigação”. Toda vez que leio ou ouço que “a investigação segue sob sigilo” tenho um sentimento que existe uma tentativa de esconder os fatos, a verdade, no entanto, quando este caso foi posto sob sigilo, fiquei feliz, pois após apenas três dias da morte, eu já não aguentava mais ver ou ouvir do mesmo em todos os canais e sites. No entanto, parece que até nossa justiça, através de alguns de seus representantes, quer que este caso tenha esta mostra exagerada e fundamentada em fatos infundados e oficiosos. Pergunto-me se o mundo parou depois da morte de Isabella e se depois de solucionado este crime, se voltaremos a ter mais de uma manchete para ler.

Posso até estar sendo intransigente sobre isso, mas acho que tanta especulação e “achismo” não ajudam em nada e que estas atitudes, como diz o tal especialista à rádio, só vêem a tornar o caso uma minissérie televisiva, o que também muito me preocupa, pois espero que diferente do que ocorre na televisão, este caso não seja apenas o primeiro de vários, com nomes diferentes, mas que não mudam em nada seu conteudo e com o tempo acabam por perder seu valor e choque inicial à população.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Celular deve matar mais que o cigarro, diz médico

da Folha Online

O uso do celular deve matar mais que o cigarro em alguns anos, segundo estudo de um médico australiano publicado na internet. Vini Khurana, um neurocirurgião que recebeu 14 prêmios em 16 anos, pede que a população use o aparelho o mínimo possível, principalmente quando se trata de crianças.

O médico analisou cerca de cem trabalhos científicos publicados sobre o tema para chegar às suas conclusões. Segundo ele, há ao menos oito estudos clínicos que indicam uma ligação entre o uso de celulares e certos tipos de tumor no cérebro.

"Já há previsões de que esse perigo tenha mais ramificações para a saúde pública do que o amianto ou o fumo. Isso gera preocupações para todos nós, especialmente com a geração mais nova", afirma Khurana, que é professor de neurocirurgia na Faculdade Nacional de Medicina da Austrália, no estudo.

A comparação entre as mortes causadas por cigarro e por celular se deve ao fato de, atualmente, cerca de 3 bilhões de pessoas usarem esses aparelhos, número três vezes maior que o de fumantes, afirmou ele ao jornal "The Independent".

Processo lento

Para Khurana, ainda não há mais dados sobre o assunto pelo fato de a intensificação no uso dos celulares ainda ser recente. Ele afirma que o período de "incubação" --tempo entre o início da utilização do aparelho e o diagnóstico do câncer em um indivíduo-- dura de dez a 20 anos.

"Entre os anos de 2008 e 2012, nós teremos atingido o tempo apropriado para começar a observar definitivamente o impacto dessa tecnologia global nos índices de câncer de cérebro", diz ele.

Para evitar o problema, Khurana sugere, entre outras medidas, que as pessoas evitem ao máximo o uso do celular, dando preferência ao telefone fixo. Ele pede também moderação no uso de Bluetooth e de headsets (fone de ouvido com microfone) sem fio. Outra dica, de acordo com o médico, é usar o viva-voz para falar, mantendo o celular a pelo menos 20 cm da cabeça.

Em janeiro deste ano, o governo francês pediu "prudência" no uso de celular pelas crianças, apesar de não ter dados científicos que comprovem os malefícios do aparelho para a saúde.

O ministério pediu que as "famílias sejam prudentes e saibam usar estes aparelhos", lembrando que é recomendado o uso moderado do celular, principalmente pelas crianças, "que são mais sensíveis porque seus organismos ainda estão em desenvolvimento".

quinta-feira, 20 de março de 2008

Dia Mundial da Água - 22 de março, Declaração Universal dos Direitos da Água

Água: um bem natural que deve ser preservado

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.

No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água” (leia abaixo). Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.

Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas.

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Texto retirado na integra do site:
http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_mundial_da_agua.htm

segunda-feira, 17 de março de 2008

Questão Embrionária

Muito se tem escrito e falado ultimamente sobre as pesquisas com embriões descartados, tanto li a respeito que me senti praticamente obrigado a abordar o tema aqui e expressar a minha opinião sobre tema tão importante e de tanta repercussão.

Primeiramente, vamos esclarecer do que se trata tais pesquisas e tais embriões.

As pesquisas com embriões seguem as mesmas bases das famosas pesquisas com células-troncos, tão em moda atualmente e com um foco principalmente em problemas genéticos e em doenças degenerativas. As pesquisas com células-troncos têm trazido vários avanços à medicina e não é questionada por ninguém. Entretanto, ao se fazer uso de células-tronco de embriões descartados, estas pesquisas podem avançar ainda mais e mais rapidamente, pois tais embriões possuem suas células-troncos inalteradas pelo crescimento do organismo, elas são algo que podemos dizer como “puras”.

Ótimo! Tudo muito bom! Entretanto a polêmica está ai na segunda explicação: o que são embriões descartados?

Os embriões descartados são aqueles que foram coletados junto a famílias que tinham a intenção de usar de métodos artificiais de inseminação, como a “in vitro”. Entretanto, estes embriões não foram utilizados e ficam por um longo período congelados e, como tecnicamente não estão mais aptos a serem utilizados, são descartados. Algo como uma validade preventiva para o uso.

A polêmica se encontra toda ai. Grande parte da sociedade, apoiada principalmente pela visão da Igreja Católica, entende que estes embriões são seres-vivos e que ao utilizá-los em experiências, estaria matando estas vidas. Outra parte, apoiada principalmente por corpo científico deixa claro que estes embriões estão num estágio que não pode ser considerado ainda como a vida propriamente dita e, em ultima estância, são embriões que seriam destruidos ao serem descartados, então, não existe nada que impeça seu uso em experiências que buscam a melhoria da vida de seres que estão aqui entre nós sofrendo de males irreversíveis.

A grande questão deste caso parece morar no fato de nenhum dos lados terem provas irrefutáveis de sua versão. Os católicos não podem provar que os embriões são seres-vivos (aliás, ele nunca podem, querem ou precisam provar, pois se baseiam na fé!), assim como os cientistas não conseguem provar (ou determinar) com exatidão que os embriões não são plenamente seres-vivos ou que exista um prazo de validade para a utilização de tais embriões para a inseminação artificial.

As revistas e jornais de grande circulação abordaram o tema nestas ultimas semanas, tema este que voltou a tona por causa de seu julgamento no TSJ, este que atualmente está parado por causa do pedido de vistas de um dos ministros, o tal do “Direito” (nome bem sugestivo para o ramo!). Confesso que não li nenhuma destas matérias, mas pude acompanhar via internet no site das mesmas seus resumos e comentários de seus leitores e, o que mais chamou a minha atenção foi a quantidade de críticas dos próprios leitores a tamanha parcialidade destes veículos. Sim. Já até abordamos isso por aqui, mas temos novamente que mencionar o quanto os veículos de comunicação nacionais são parciais. O ministério da Educação e Cultura advertem: qualquer notícia no Brasil pode ser apenas especulativa e parcial. Filtre-a!

Mas, continuando...

Agora, vamos a minha opinião! Quem não quiser parcialidade sobre este caso, pare por aqui!

Primeiramente tenho que fazer uma crítica bem colocada ao nosso ministro Carlos Alberto Direito. O caso está na justiça há anos e agora que finalmente entrou em julgamento, o mesmo faz um pedido de vista para ter tempo de se aprofundar na matéria. Tenha dó! Ele ainda não teve tempo?? Bem fez a ministra Ellen Gracie, que antecipou seu voto a favor da liberação da lei de Biossegurança (que trata do caso das pesquisas com embriões descartados) e criticou o seu amigo e companheiro ministro Direito.

Já que estamos na fase das críticas, vamos adiante nelas ainda! Novamente à Igreja católica. Sim, eu adoro criticá-la! Mais uma vez lá vem a Igreja com seu obscurantismo baseado em pura especulação religiosa. Eles são contra todos os métodos anticoncepcionais, contra abortos em quaisquer caso e contra qualquer medida que vá contra seus dogmas de quase dois mil anos de idade. Líderes católicos, se atualizem e deixem o mundo continuar a caminhar!

Novamente uma lembrança de que nossos canais de notícias não conseguem ser imparciais nas grandes questões sociais. Sempre tentam defender o ponto de vista de seus detentores e influenciar seus leitores, mas estão chegando a um nível de tentativa de interferência que os próprios leitores estão se sentindo incomodados com tamanha parcialidade. Isso é bom...

Acho que é isso... vamos recolher os cachorros e voltar ao tema: minha opinião sobre o uso de embriões descartados em pesquisas científicas.

Apesar de entender que não se tem como provar se o embrião em caso pode ou não ser considerado uma vida, visto os casos apresentados por ai sobre crianças que nasceram da inseminação de embriões que tecnicamente deveriam ter sido descartados, temos que formar uma opinião a respeito e termos nossa decisão, mesmo que esta seja provada incorreta futuramente, mas a vida é assim, se errarmos hoje, amanhã aprenderemos com este erro. Logo dito isto como uma pré-defesa futura, eu sou da opinião que SIM, devemos fazer uso destes embriões para as pesquisas genéticas e contra doenças degenerativas.

Como diria o geneticista Oliver Smithies (Nobel de Medicina ou Fisiologia de 2007) sobre o uso de embriões: “é errado discutir a perspectiva de seu uso terapêutico como algo que requer ‘morte’ ou destruição de embriões... Na verdade, estamos falando de preservar a vida do embrião, permitindo a ele ajudar a vida de outras pessoas".

Sim. Assim como a doação de orgãos é bem aceita pela maioria da população como uma chance de dar continuidade a uma vida que cessou e não como uma mutilação a um corpo inerte, deveríamos enxergar desta mesma forma as pesquisas com os embriões descartados. Não podemos tentar prever se estamos erradicando uma vida ou uma pré-vida, temos que entender que iríamos fazê-lo de todo jeito, pois estes embriões seriam destruidos ao serem descartados, então, porque não tentar ajudar a vida daqueles que estão sofrendo por ai?

Talvez no futuro a ciência possa dar uma certeza sobre estes embriões poderem ou não serem considerados como vidas, mas até lá, acho que não podemos deixar de buscar o avanço de nossa medicina. Não podemos simplesmente sentar e esperar por uma solução filosófica ou religiosa. Não neste caso.

sábado, 8 de março de 2008

Quem é brasileiro?

As notícias de brasileiros que foram barrados em países europeus não param de se multiplicar, e a história, salvo alguns detalhes, é sempre a mesma, seja qual for o destino. Após serem barrados no desembarque dos aeroportos, os brasileiros são obrigados a responder uma infinidade de perguntas e cumprir uma série de exigências, logo após são jogados em uma sala onde aguardam por horas sem receber nenhuma informação e, depois, são repatriados sob o pretexto de não atenderem as exigências mínimas para a permanência no país.

Não há dúvida de que se trata, em grande parte, de preconceito por parte destes países. Acredito mesmo que em muitos casos os brasileiros deportados não devem ter apresentado toda a documentação e cumprido todas as exigências, mesmo porque ao que parece as exigências são muitas e parecem crescer sempre no sentido de dificultar o acesso, ao contrário da justificativa de assegurar que o visitante tenha condições próprias de subsistência.

Sem dúvida que essa situação toda é um absurdo sem precedentes, que além de tudo causa mais indignação ao lembrarmos que o Brasil com certeza recebe todos visitantes, de todas as origens, de braços abertos como o Cristo, exageradamente abertos. Aliás, não só os braços estão sempre abertos como também outras partes menos pudoradas, haja vista que qualquer americano ou europeu que apareça por aqui dispõe de relativa facilidade para “conquistar” qualquer companhia.

Contudo, temos que observar que as recentes atitudes dos países desenvolvidos em barrar os brasileiros, apesar de injustificável, não surgem ao acaso ou pura e simplesmente por preconceito. Os brasileiros constituem, em muitos países da Europa, um dos principais grupos de imigração, onde os mesmos muitas vezes lá permanecem de maneira ilegal, contribuindo significativamente para o aumento do índice de desemprego nesses países. Tentam de toda maneira entrar e por lá permanecer, as histórias são as mais mirabolantes e, o que me assusta, mais e mais freqüentes. É difícil encontrar um brasileiro aqui no Brasil que não conheça pelo menos uma pessoa que foi viver no exterior e, ao mesmo tempo, é quase impossível não conhecer pelo menos uma pessoa que tenha planos de abandonar o Brasil para ir viver em outro país desenvolvido.

Eu mesmo tive essa intenção de migrar temporariamente do Brasil rumo a um país qualquer que fosse desenvolvido e me possibilitasse algum ganho capital. É uma situação difícil e complicada, ter consciência do significado de um ato como esse diante do contexto histórico atual e mesmo assim querer fazê-lo. Contudo, meus planos eram de ir, trabalhar e voltar. Não considerei seriamente, em momento algum, viver no estrangeiro para sempre, não acho que conseguiria fazer isso. Acabei desistindo diante das dificuldades e da consciência da conseqüência geopolítica desse ato. Porém, não critico indiscriminadamente aqueles que tomaram essa decisão para si, pelo menos não todos. Acredito que a busca por condições dignas de sobrevivência fala mais alto e que cada um é senhor de si para fazer o que quiser. O assustador nessa história toda é ver as consequências no âmbito macro estrutural, ou seja do Brasil como um todo.

Em minha profissão tenho contato com muitos jovens, centenas deles, e isso me possibilita fazer observações quanto à sua mentalidade coletiva. Fico espantado ao perceber que um número muito grande dos alunos planeja, a médio e curto prazo, migrar para a Europa ou Estados Unidos, ao mesmo tempo em que não nutre identificação nenhuma com seu país de origem, ou seja, o Brasil. Alunos de oitava série, na média de quinze a dezesseis anos, já possuem planos elaborados para migrarem assim que atingirem a maioridade, e contam com o apoio de parentes e amigos, que já moram no exterior, para concretizar suas intenções.

Não há dúvida que toda essa questão é resultante de um processo de globalização onde o indivíduo é cada vez mais induzido a se considerar um “cidadão do mundo” e cada vez menos “cidadão da pátria de origem”. Isso não surge ao acaso, de fato, constitui um dos principais argumentos do imperialismo cultural que objetiva dominar nações em desenvolvimento e planificar culturas a seu favor, para logo em seguida implantar sua dominação econômica e ser aceito por toda a sociedade. Ora veja, o brasileiro vive imerso numa cultura que não é a sua. Músicas, filmes, roupas, modas, restaurantes, enfim, o próprio jeito de viver, o tal do “american way of life” domina o brasileiro desde o momento em que esse começa a pensar e interagir com o mundo. No momento de analisar qualquer característica de seu país, o brasileiro sempre o faz em comparação com os Estados Unidos ou algum país europeu. É natural que, ao crescer numa sociedade assim, o indivíduo queira abandonar suas origens e partir rumo a uma terra que ele erroneamente identifica como sendo mais próxima culturalmente dele.

O meio para comprovar isso é muito fácil, basta perguntar para uma multidão, como em uma sala de aula, o seguinte, “Quem é brasileiro?” Surgirão muitas respostas, e com certeza alguns dirão coisas do tipo, “Eu não sou brasileiro, sou neto de italianos!”, “Sou filho de japonês!”, “Meu avô é alemão!”, “Sou filho de espanhol!” etc. Poucos se identificam com essa terra, poucos querem usar o rótulo “brasileiro” e mais, poucos não se sentem ligeiramente decepcionados ao terem que preencher sua nacionalidade numa ficha qualquer. O brasileiro, como disse Darcy Ribeiro, na verdade, ainda guarda em seu interior o mesmo conflito de identidade que o primeiro mameluco teve. Filho de índio com português não se sentia enquadrado entre os índios, porque não era índio, nem entre os portugueses, porque não era português. Diante dessa situação, o indivíduo acabou partindo para o lado que mais lhe favorecesse, sem contudo sentir-se identificado com nada. A pergunta que esse indivíduo certamente fez, se repete até hoje inconscientemente na mente de muitos brasileiros, “Quem sou eu?”.

Ser brasileiro, virou sinônimo de ser alguém, sem pátria, sem terra, sem escrúpulos, sem comprometimento e mais, alguém eternamente a procura de um lugar, qualquer lugar, onde haja dinheiro, muito dinheiro e melhores condições de vida.

Não é de se estranhar que sejamos barrados pelo mundo inteiro. E mais importante ainda, não e de se estranhar tamanha corrupção e descompromisso de todos para com o Brasil, o que dificulta sobremaneira qualquer tentativa de desenvolvimento.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Fidel Castro - o sonho não acabou

Fidel Alejandro Castro Ruz (Birán, Holguín, 13 de Agosto de 1926) foi o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros (presidente da República) de Cuba, a qual governou desde 1959 como chefe de governo e de 1976 como chefe de estado, encerrando sua carreira nestes cargos em 19 de fevereiro de 2008, quando anunciou ao jornal do partido comunista Granma que não se recandidataria ao cargo de presidente de Cuba, isso cinco dias antes do seu mandato terminar.

Este é Fidel Castro, o mito vivo, como bem disse Luis Inácio, o Lula.

Falar de Fidel é como falar de um personagem dos livros de história, algo como Lenin, Alexandre, Julio César, ou qualquer outro desdes que marcaram seu nome na história, mas diferente destes, este velho comunista ainda se mantém em pé, com saúde ainda para cutucar o velho e poderoso inimigo capitalistas estadunidense, através de seus editoriais no jornal Granma. Uma pedra no sapato do vizinho e que teima em não deixá-los em paz.

Fidel construiu um país a sua imagem, pelo menos assim tentou fazer. Não vamos debater se o caminho que ele seguiu foi o mais correto ou não. Claro que como todas as nações, Cuba tem aspectos positivos e aspectos negativos, mas é fato que mesmo num embarco que dura quase tão longamente quanto a própria revolução cubana, o país se mantem em pé, com dignidade, acima de uma margem de miséria apresentada em tantos outros países, tanto aqui nas Américas como no restante do globo.

Todos sabem que sou contra censuras, mercados fechados, falta de liberdade de ação e pensamento, mas Cuba tem aspectos que estão num nível onírico para muitas grandes nações. Uma das medicinas mais avançadas do mundo, educação de verdade e incentivo ao esporte, são algumas das invejáveis qualidades deste governo. Não poderia dizer que os aspectos positivos se sobreponham aos negativos, ou que os negativos ofusquem os positivos. Cuba é um país de contradições.

Muitos criticam e alguns defendem Fidel. O que vejo lendo em sites de notícias e revistas é que o homem realmente incomoda, a ponto de 99% destas matérias serem totalmente parciais na forma de crítica a seu governo, simplesmente esquecendo o que o homem fez de bom. Todas estas matérias perecem exigir que seja feita a vontade estadunidense: “morte a Fidel e abertura de mercado em Cuba”. Não. Realmente esta não é a solução mais viável.

Um bom exemplo de que a abertura de mercado repentina não é benéfica, somente destrutiva, vimos na antiga União Soviética. Com a abertura de mercado, tivemos uma nação ahá tempos pobre, destruida. Sua cultura própria se perdeu e o que mantém a grande maioria de seus países separados em pé, é o arsenal nuclear que estes mantêm, herdados da grande mãe.

E quanto a Fidel? Acho que ele poderia ser eterno, não no comando de Cuba, mas sim como uma crítica ao capitalismo predatório e consumista estadunidense. Um pensamento vivo para lembrar a todos nós que a vida pode ser dura quando se luta por aquilo que se acredita, você pode sofrer, ser desacreditado, caluniado, cometer erros, ameaçado e todo o mais, mas sua luta mantém vivos os seus sonhos e ideais. E se você perserverar, eles também continuaram firmes e fortes.

Mas o fato é que agora Cuba aos poucos irá começar uma abertura, como foi dito pelo novo líder, o irmão de Fidel, Raúl Castro. A esperança de mudanças na burocracia engessada do governo e algumas mudanças nas regras do jogo poderiam melhorar e muito esta nação. Sem que a mesma perca a sua identidade.

Se fosse possível Cuba manter suas qualidades e tentar corrigir, ou mesmo minimizar seus defeitos, teríamos um país forte e de princípios sociais. Mas para tal, a primeira decisão é quanto a liberdade de expressão. Por mais que eu seja partidário dela, entendo o quão destrutiva esta pode ser se simplesmente for data em sua totalidade de uma hora para outra aos cubanos.

O direito de se expressar, como bem sabemos, logo seria deturpado e corrompido e teríamos uma aglomerado de cubanos pró-capitalismo, achando que a solução para a carência de tantas áreas por lá seria a corrida ao consumismo. Logo teríamos ali muitos críticos ao nacionalismno existente no governo e em grande parte da nação, protestos e mais protestos, justificados ou injustificados, mas que ruiria com o governo e o própiro país, criando um campo de atuação para o capitalismo consumismo.

Digo isso não por ser partidario do comunismo ou de Fidel, mas digo com base no que vimos ocorrer na URSS, no Brasil, China e em outras tantas nações. Não quero ver uma nação que sempre tentou prezar pelo o que os cidadãos eram, acabar por tornar-se mais um nação que preza apenas o que os cidadãos têm.

Que venha Raúl Castro, mas que Fidel fique ali, de seu lado, sempre dosando as mudanças e criticando-as, para que Raúl não se esqueça que ele está ali para batalhar pelo que seu povo é, e não pelo que seu povo quer ter.
Que venha Raúl Castro, mas que Fidel fique ali, de seu lado, sempre lembrando que ser líder é saber quando ser o carrasco também, pois apesar de estar ali para servir o povo, por vezes o povo nem tem idéia do que realmente quer.
Que venha Raúl Castro, mas que Fidel fique ali, de seu lado, para lembrar aos estadunidenses que seu dinheiro compra armas e nações, mas que não foi e nunca será capaz de comprar seus sonhos!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A República ideal...

Todos nós sabemos quais são os problemas do Brasil, ou pelo menos podemos apontar muitos deles. A corrupção que se espalha por todos os setores da sociedade, a violência generalizada, recordes mundiais de acidentes de trânsito, desmatamento da Mata Atlântica e da Amazônia, sistema de saúde falido, sistema judiciário que não funciona, a educação em colapso, surgem cada vez mais impostos e os que já existem ficam cada vez mais altos, a aposentadoria gradualmente se tornando algo impossível, fome, miséria, falta de identidade do brasileiro, descompromisso, descaso, etc.

É muito fácil enumerá-los, mais fácil ainda é criticar tudo e encontrar pessoas para imputar a culpa, quer seja isso respaldado por provas ou não. A população se acostumou a ser indiferente à política, mesmo sendo obrigada a votar, e dizer que “todo político é corrupto” virou pré-requisito para ser considerado como normal pela sociedade. Ao mesmo tempo, temos uma imprensa que em prol de uma tal “liberdade de imprensa” que somente a própria imprensa sabe definir os limites (se é que existem) promove semanalmente escândalos nacionais para obter lucro, quer desestabilize o país inteiro com isso ou não, quer suas denúncias sejam fundamentadas ou não. Ora, o brasileiro já se convenceu que todo político é corrupto, para que ter provas para denunciar? Basta escolher um nome, criar um caso e pronto! Todos irão acreditar e os milhões com a venda das revistas já estarão garantidos.


E o pior de tudo é que todo esse lamaçal acaba sendo dirigido no sentido de favorecer interesses de grupos que se alternam no poder e que, assim como o próprio brasileiro, não está nem aí para o Brasil. A grande questão que se levanta é saber até onde vai tudo isso. Onde vamos parar?


De fato, é difícil imaginar os limites do drama do Brasil, um drama de corrupção, fétido, asqueroso, que se contorce como um verme sem parar e que, a cada movimento faz surgir inúmeros outros vermes.


Tudo está errado, então o que fazer?


Platão, grande pensador grego do século V a. C., discípulo de Sócrates, sabia o que fazer, e fez. Em sua inigualável obra, A República, Platão discute a questão da justiça e a defende perante a injustiça, tida por muitos como mais vantajosa. Idealiza um estado perfeito, onde todos cumprem sua tarefa, e onde o principal ponto de partida da sociedade é a educação. A educação garante tudo, é a partir dela, e somente através dela, que pode surgir um estado perfeito, onde todos são felizes e a justiça impera. A atualidade da obra é inacreditável, e é fantástico perceber que os problemas sociais encontrados em Atenas durante antiguidade clássica correspondem em detalhes aos que encontramos hoje em nosso mundo.


Segundo Platão, a educação é o principal pilar de sustentação da sociedade, e é através deste que se pode garantir a sociedade justa. Essa educação se dá através da música e da ginástica e a partir daí se expande para a vida de forma holística. Através da música o sujeito aprende a harmonia de viver em conjunto, e a ginástica ensina a cuidar de si e do próprio corpo.


Platão considera que a música, através de suas notas, é uma arma perfeita para subverter o indivíduo e levá-lo a questionar a moral e os bons costumes, por isso, afirma que é extremamente necessário para o Estado controlar (sim, através da censura!) a música e até mesmo as melodias e notas musicais que são utilizadas. Afirma que isso é uma troca justa, pois trata-se de garantir o bem estar geral de todos na sociedade.


Defende também que os governantes não sejam eleitos democraticamente, e sim escolhidos por mérito pessoal. Os indivíduos deveriam ser testados em segredo desde pequenos, através de uma série de situações onde seja tentado a se corromper, levado a perder tudo, desde os bens materiais até mesmo a honra pessoal caso não se corrompa e, somente se tiver resistido a tudo isso, e aceito sofrer perdas por se manter justo é que deve ser escolhido como governante. Platão conclui que o indivíduo que resista a tudo isso e se mantenha fiel à justiça, não pode ser outro senão o filósofo.


Sobre a justiça considera ser possível evitar que os indivíduos se tornem corruptos, tendo como base um sistema educacional valorizado pela sociedade e estruturado a partir da música e através da proibição de narrativas que corrompem, como por exemplo as narrativas religiosas. Platão acredita que a religião corrompe, ao apresentar deuses que castigam, permitem a injustiça, iludem o homem e servem de base para o conformismo, por isso proíbe o culto aos deuses. A educação, portanto, teria êxito ao educar o indivíduo de modo a evitar que o mesmo seja corrupto tendo por base a censura da música, da religião e das narrativas inverídicas. Ao invés dessas inverdades, Platão sugere sim um culto, uma metafísica, mas voltada somente para o homem e para a Terra. Dessa forma seria possível educar cidadãos que dificilmente irão se corromper.


Sobre a saúde pública, defende que a medicina não deve, de forma alguma, ser levada a todos. Daí a necessidade de uma educação que funcione e que seja valorizada como principal pilar da sociedade, pois Platão afirma que uma pessoa decentemente educada saberia se alimentar corretamente, evitando a gula, os excessos e o ócio do corpo. Um sujeito assim educado dificilmente adoeceria e isso levaria os hospitais públicos a se esvaziarem. Contudo, um indivíduo que não siga os preceitos da educação que lhe foi fornecida, ou seja, que se entregue à gula e ao ócio do corpo, não terá a medicina a seu dispor, pois escolheu de sã consciência o caminho da doença e da morte.


Assim, Platão diz que se os hospitais estão cheios e os tribunais lotados é porque a educação não funciona.


Sua obra é vastíssima e muitos pontos polêmicos são sugeridos, como o arranjo de casamento entre os homens tidos como superiores somente com as mulheres superiores, a poligamia, a permissão para que o governante minta para o bem da sociedade, a não existência da propriedade privada entre os guardiões e governante da cidade, e a hierarquia necessária para se estruturar a sociedade, onde os filósofos ocupam por mérito próprio o posto de governante.


Sua obra foi fundamental para se formar a idéia de utopia em diversos pensadores posteriores, todos influenciados por seu legado. Tentou algumas vezes implantar seu modelo de República em Siracusa, mas não obteve sucesso.


De fato, é difícil imaginar que algo assim possa ser de fato implantado em uma sociedade como o Brasil, mas a leitura de seu livro é fundamental para entender a origem de diversos problemas sociais atuais, além de enaltecer a questão da importância da educação na formação de uma sociedade que pretende ser perfeita.

Além de tudo, A República, é uma obra que lembra o homem dos reais motivos que o faz viver em sociedade, e nos aponta de forma fabulosa os momentos nos quais tudo se perde, e a sociedade sucumbe à injustiça e corrupção.



Pintura: Rafael, A escola de Atenas.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Estritamente Carnívoros

Verificando umas notícias aleatoriamente, dia desses, me deparei com a matéria que falava sobre a exportação de carne brasileira para a Europa. Aproximadamente 190 mil toneladas ao ano. Nada mal.

Mas é engraçado como duas notícias recentes estão diretamente vinculadas, porém figuram sempre separadas e com diferentes abordagens em noticiários e veículos de imprensa. A primeira fala justamente sobre o que já citei: a exportação brasileira de carne. Enquanto a segunda, e até já mencionada aqui, fala do desmatamento da Amazônia.

Em resumo, no caso da exportação, a UE tem imposto uma série de barreiras, ou exigências se preferirem, para a entrada da carne brasileira no mercado europeu. O Brasil naturalmente tem tratado de se adaptar a essa nova realidade e o governo vem sempre apresentando números maiores do que o esperado pelos próprios europeus. Essa matéria geralmente é colocada de forma a exaltar o protecionismo europeu e como o governo brasileiro tem lutado para adaptar as condições da UE e manter-se como um dos principais fornecedores de carne para os países europeus.

Já a segunda, como foi mencionado lá embaixo, trata justamente do desmatamento da Amazônia causado por, obviamente, companhias madeireiras e, principalmente, pelo cultivo da soja e do gado. Não precisa ser muito talentoso para perceber os problemas aqui.
Infelizmente vivemos num sistema econômico capitalista, onde a procura é que vai determinar a oferta. Logo se há uma grande procura por carne, produzimos carne. E vai-se além exportando a outros países, que compram esse produto não, somente, pela incapacidade de alimentar seu próprio mercado, mas pela INVIABILIDADE de se manter neste mercado. Ao contrário dos países emergentes (a maioria com proporções continentais), os países europeus não são tão extensos em território e, além disso, têm altos encargos pela criação de animais para o abate, justamente porque esse tipo de negócio cobra um preço muito alto da natureza (a pouca que ainda têm).

Novamente não precisa ser muito esperto para ver onde uma coisa se junta com a outra, já que a própria soja é um dos principais elementos envolvidos na criação do gado, sem contar o quanto de água se gasta para apenas 1kg de carne. Proibir o consumo seria um ato radical, mas colocar um encargo justo no kg da carne não o seria.

Por isso e tantas outras coisas, acho irônico que as notícias não estejam atreladas. O governo promete fiscalização rigorosa e leis mais duras contra o desmatamento, mas favorece o mercado do agro-negócio e pecuária. É incongruente, para dizer pouco.

Claro que o governo tem um papel decisivo nesta questão, entretanto ainda cabe ao cidadão comum alimentar-se de maneira mais correta, que não seja pelo meio em que vive, mas por si próprio. Muitas vezes o não-consumo de carne é ridicularizado e posto como radical ou inútil. Bom, se o não-consumo é inútil então para que evitar jogar lixo nas ruas ou apagar as luzes quando não as usamos, ou mesmo economizar água? Todas essas coisas estão ligadas, e uma boa pesquisa mostraria a qualquer um que o maior problema ambiental hoje, no Brasil, é a produção em larga escala de carne. É muito fácil fazer mudanças no cotidiano quando elas favorecem um pouco seu modo de vida e depois dizer que se é um cidadão consciente, mas quando envolve algum tipo de privação mais séria daí não vale a pena ou não muda muita coisa. É o que se costuma fazer.

Que se faça uma revolução... no cardápio, para começar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Regras novas para Celular!!!

Um dos setores com o maior índice de reclamações de consumidores nos orgãos competentes passa hoje, dia 13/02/08, a ter novas regras de funcionamento, regras estas que visam melhorar a qualidade de serviço prestada pelas operadoras. Sim estamos falando de nossos tão comuns e presentes celulares!

Segundo dados da Anatel, o Brasil ultrapassou no ano passado (2007) a marca de 120 milhões de habilitações de telefonia móvel, o que representa um crescimento de 21,08% em relação a 2006. Segundo dados da Anatel, a maioria destes celulares (81%) são pré-pago. Por isso, haverá mudanças específicas para esses usuários.

Quem nunca passou pelo demorado e contragedor atendimento de uma operadora de celular? Onde eles conseguem transformar o que deveria ser um contato simples num infinito questionamento que parece não ter propósito algum, a não ser o de fazer o reclamante desistir. Sem contar que quantos de nós já tivemos nossos créditos pagos bloqueados por não tê-los gastos conforme os prazos estabelecidos pela operadores.

De acordo com informações do Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon-RJ), as operadoras e fabricantes de telefonia móvel se destacam no ranking geral de reclamações que o órgão recebeu no ano passado. As empresas campeãs de queixas foram a Siemens, a Vivo e a LG, que ocuparam os três primeiros lugares. A Nokia ficou na quinta posição. A Tim ficou em sexto lugar no ranking, seguida pela Gradiente. Em oitavo lugar ficou a Embratel e, em 12º, a Telemar.

Sim, este realmente é um certo crítico no que se refere a qualidade de serviço e atendimento. Assim como a telefonia fixa, muito há de ser feito para melhorar este setor, mas parece que a passos de formiga caminhamos enfim para uma relação mais justa entre operadoras e consumidores, enfim teremos onde nos apoiar para comseguir alguma qualidade pelo que pagmos.

AS PRINCIPAIS MUDANÇAS

Cancelamento de linha
As empresas terão 24h para cancelar o serviço após o pedido do usuário;

Ligações de emergência
Chamadas para números de emergência, como polícia e bombeiros, serão gratuitas;

Cobrança indevida
Valores cobrados indevidamente e já pagos pelo usuário serão devolvidos em dobro, com juros e correção monetária;

Carência
Não existe mais prazo de carência para troca de plano na mesma prestadora. Pode existir prazo de permanência, no máximo de 12 meses, no caso em que a operadora ofereça benefícios ao usuário como por exemplo na oferta de aparelhos com desconto;

Suspensão temporária
O cliente de linhas pós-pagas poderá pedir a suspensão, sem ônus, da prestação do serviço uma única vez a cada 12 meses, e pelo prazo máximo de 120 dias;

Inadimplência
Foiçam estabelecidos novos prazos: 15 dias após o vencimento, o usuário fica impedido de realizar chamadas, exceto para os serviços de emergências (polícia, Samu, bombeiros etc.) ou ligações a cobrar. Após 45 dias, o usuário também deixa de receber chamadas (não havendo mais cobrança de assinatura). Depois de 90 dias a prestadora pode rescindir o contrato;

Proteção ao crédito
Apenas 15 dias após notificar o assinante sobre a rescisão do contrato a empresa poderá encaminhar o nome do devedor ao serviço de proteção ao crédito;

Chamadas antigas
Uma prestadora só poderá cobrar chamadas realizadas há mais de 60 dias após negociação com o usuário. O prazo anterior era de 90 dias;

Comparação de planos
Usuários poderão solicitar a cada seis meses uma simulação dos valores gastos nos últimos três meses em seu plano de serviço e o que seria gasto se ele utilizasse outro plano. O objetivo é facilitar a mudança de plano no futuro;

Créditos novos
Operadoras serão obrigadas a oferecer créditos pré-pagos com validade de até 180 dias. Hoje, elas oferecem, no máximo, 90 dias;

Créditos antigos
As empresas também terão de revalidar os créditos expirados a partir da inserção de novos créditos;

Sem crédito
Cliente que estiver sem créditos poderá continuar recebendo chamadas por um prazo de 30 dias. Depois disso, ele poderá perder o número do telefone por rescisão de contrato;

Ligação a cobrar
Chamadas a cobrar poderão ser feitas mesmo se os créditos estiverem vencidos, por um prazo de 30 dias. Ligações gratuitas de emergência podem ser feitas até a rescisão do contrato;

Portabilidade de Números
As operadoras estão mudando seus sistemas para implantar entre 29 de agosto e 1º de março de 2009 a portabilidade, que permite ao cliente trocar de plano e operadora sem perder o número do telefone fixo ou celular;

Centrais de Relacionamento
Entre 2010 e 2012 as operadoras terão que oferecer centrais de relacionamento e informações para registro de reclamações e recebimento de informações pessoalmente, talvez quiosques em shoppings.

TELEFONIA FIXA
Outra situação que tem a possibilidade de melhorar o serviço da telefonia fixo é a solicitação dos telefônicas para acabar com a barreiras. Esta solicitação foi feita pela Abrafix (associação das concessionárias de telefone fixo) e visa acabar com os impedimentos de uma empresa em atuar simultaneamente nos serviços de voz, video e dados, além das restrições regionais.

Sem estas barreiras o custo para estes concessionárias diminuiriam, mas para nós, consumidores, fica a esperança que esta liberação, se ocorrer, ocasione uma concorrência maior entre elas e isto nos dê benefícios entre melhor qualidade de serviço e barateamente de taxas.

ONDE RECLAMAR
Procon São Paulo
Fone 151
Carta Caixa Postal 3050, CEP 01061-970 - SP
Fax (0__11) 3824-0717