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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ilu$tre Epi$ódio

Justiça nega recurso e Netinho terá que indenizar Vesgo do "Pânico"

A Justiça do Estado do Rio de Janeiro negou ontem, por unanimidade, um recurso apresentado pela defesa do apresentador Netinho de Paula que, em maio deste ano, foi condenado a indenizar o repórter Rodrigo Scarpa, conhecido como o Vesgo do "Pânico na TV".

Netinho deverá agora pagar R$ 30 mil ao humorista, além das despesas com o processo.

A indenização por danos morais é referente ao episódio no qual Netinho deu um soco em Vesgo durante o evento de entrega do troféu Raça Negra em São Paulo, em 2005.

A sentença considera que não houve razão para a agressão e que Vesgo foi ferido não apenas fisicamente, "mas, sobretudo, psicologicamente pelo abalo à sua imagem profissional".

"No caso em exame não houve qualquer brincadeira de mau gosto capaz de gerar no réu tamanho ódio a ponto de levá-lo a agredir covardemente o autor, e a continuar a ameaçá-lo em posteriores apresentações na televisão", revela o texto da sentença.

"A conduta do réu revela um descontrole que beira uma patologia psíquica e um total destemor às consequências de seus atos", informa ainda a sentença.

Em seu perfil no Twitter, Scarpa comentou a decisão e disse o que pretende fazer com o dinheiro da indenização. "Vou doar todo o dinheiro. Parte vai para a Casa de Caridade de Itanhandu, que está precisando de ajuda financeira. Outra parte do dinheiro vai ser doado para a APAE de Itanhandu", escreveu o humorista.


(Para sair um pouco da rotina)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

JUVENTUDE OLÍMPICA



A noite desta quarta-feira revolou muita surpresa a um policial militar em São Paulo, que autuou em flagrante dois adolescentes, um com apenas 12 anos de idade e cerca de 1,40 cm de altura, que haviam roubado um táxi nas proximidades do Aeroporto de Congonhas. Segunda a polícia, é a quarta vez que este jovem de apenas 12 anos de idade é detido após cometer crimes.

(http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1350335-5605,00-GAROTO+DE+ANOS+E+M+E+DETIDO+PELA+VEZ+AO+ROUBAR+CARRO+DE+TAXISTA.html)



Não muito longe de conganhas, um outro jovem também fora detido pela policia militar, este já famoso entre os policiais. É a 12ª vez que o adolescente de 13 anos é preso em consequência de alguma infração. A última, foi dirigir o veículo da família com autorização da mãe, presente no momento da autuação. Com uma bagagem muito recheada de crimes e contravenções, dessa vez não teve "conversa" e o adolescente foi finalmente encaminhado para a Fundação Casa.

(http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1350334-5605,00-ADOLESCENTE+DE+ANOS+E+DETIDO+PELA+VEZ+NA+ZONA+SUL+DE+SP.html)

domingo, 18 de outubro de 2009

José Saramago usa Caim para atacar Deus

Caim, o primogênito de Adão e Eva que matou o irmão Abel, mais parece um personagem da ilha do seriado "Lost" nas mãos de José Saramago em "Caim", romance que é publicado mundialmente nesta semana.

Isso porque, além de cumprir, como na versão bíblica, a condenação do senhor de vagar de modo errante pelo mundo após um monstruoso crime, Caim também viaja no tempo.

O escritor português faz com que o personagem visite várias passagens do Antigo Testamento. Sempre de modo repentino. Sem se dar conta, Caim dorme e acorda em épocas e situações diferentes.

Com esse recurso, Saramago logra fazer com que esteja presente na provação de Abraão, na condenação de Sodoma e Gomorra, no episódio do bezerro de ouro de Moisés, na casa de Jó. Para finalizar, Caim também participa -- e altera -- a saga de Noé e a Arca.

O propósito do escritor Prêmio Nobel não é muito desconhecido dos leitores. O que o protagonista faz, em cada passagem deste engenhoso e bem humorado romance, é questionar Deus e cada uma das decisões por ele tomadas.

Caim expõe o que vê como maldade, injustiça, obsessão pela violência e inverosimilhanças de diferentes ordens em vários momentos.

"Caim é o que nasceu para ver o inenarrável, caim é o que odeia deus", escreve (os nomes dos personagens são apresentados sempre em letra minúscula, de propósito).

O novo ataque à religião do ateu Saramago surge quase 20 anos depois da polêmica desencadeada por "O Evangelho Segundo Jesus Cristo". A versão do português, cheia de ciladas contra Deus, criou um mal-estar com o governo do país, que o impediu de candidatar-se a um prêmio europeu de literatura. Saramago então abandonou Portugal e foi viver na ilha espanhola de Lanzarote.

Em entrevista à Folha, por e-mail, Saramago explicou que o tema de Caim era uma antiga preocupação, e que não há vínculo direto entre este e a controversa história de Cristo que catapultou-o à fama internacional e consolidou as convicções antirreligiosas do escritor.

Saramago reforçou o que havia dito em sabatina realizada na Folha em novembro de 2008. Na ocasião, afirmou que a Bíblia não era um livro que se poderia deixar nas mãos de um inocente, pois só conteria maus conselhos, assassinatos, incestos. Agora, segue na pregação: "À Bíblia eu chamaria antes um manual de maus costumes. Não conheço nenhum outro livro em que se mate tanto, em que a crueldade seja norma de comportamento e ato quase natural."

Deus é chamado de "filho da puta" com todas as letras em "Caim". Esse senhor "rancoroso" admite a culpa pelo crime contra Abel, não hesita em estimular guerras, matar crianças inocentes, punir os bons e fazer com que as pessoas acreditem em situações improváveis. Como é possível um homem embriagado engravidar uma mulher? Como todos os animais do planeta poderiam ter sido representados na Arca de Noé? São algumas das perguntas que Caim se faz ao observar a trama bíblica.

Saramago diz que, por meio dele, tenta expor a "infinita dimensão da estupidez humana", capaz de acreditar em fábulas como essas. "Curiosamente, não se repara que Deus não fez nada durante a eternidade que precedeu a (suposta) criação do universo. Depois, não se sabe por que nem para que, resolveu fazer um universo. E desde então está outra vez sem fazer nada", conclui.

Produtividade

Às vésperas de completar 87 anos, Saramago anda numa fase muito produtiva. Depois de "Viagem", lançou, em julho, "O Caderno", com textos escritos para o blog (blog.josesaramago.org), e já pensa no próximo.

"Simplesmente, ainda tenho algumas coisas para dizer. Talvez com mais urgência porque o fim da minha vida se aproxima. Estou a escrever um novo livro que nada tem que ver com os imediatamente anteriores."

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O pedófilo é artista

Deve um homem de 77 anos pagar por um crime cometido há três décadas? Depende do crime. Se falamos de furto ligeiro ou abuso de liberdade de expressão, não existe uma única alma compassiva que não encolha os ombros e mande o sujeito em paz. A velhice, por vezes, já é castigo que baste.

Mas o cenário muda radicalmente quando o homem em questão drogou e violou (vaginal e analmente) uma jovem de 13 anos. Aqui, o meu coração estremece. E as dúvidas, confesso, transformam-se em pó. Não que seja um pudico nessas matérias: posso entender que um adulto se sinta atraído por uma menor, desde que a "menor" em causa demonstre um grau de maturidade sexual e emocional que relativize a questão etária. Mas uma violação é uma violação é uma violação.

O auditório talvez concorde comigo. Mas o mesmo auditório sente dúvidas quando trocamos a expressão "homem de 77 anos" pelo nome "Roman Polanski".

Duas semanas atrás, o famoso diretor polonês foi preso na Suíça e agora corre o risco de ser extraditado para os Estados Unidos. Motivo conhecido: em 1977, na casa do amigo Jack Nicholson, em Los Angeles, Polanski, então com 44, drogou e violou Samantha Gailey, então com 13. Levado a tribunal, e após acordo entre as partes, a acusação abandonou o crime de violação e ficou-se por relações sexuais com uma menor. Polanski aceitou o negócio, confessou o crime e, depois da confissão, fugiu dos Estados Unidos. Nunca mais lá voltou. E agora?

Agora, políticos de toda a Europa e a elite cinematográfica de Hollywood clamam pela libertação de Polanski. Argumentos? Vários. Uns dizem que Polanski já cumpriu a sua pena, ao ser forçado ao "exílio na Europa" durante 30 anos. Outros evocam o passado trágico do homem: a família que pereceu no Holocausto; a sua condição de sobrevivente ao genocídio nazista; o brutal homicídio da mulher, a modelo Sharon Tate, às mãos da quadrilha Manson. E todos relembram que a própria "vítima" já perdoou a Polanski.

Não vale a pena perder tempo com nenhum destes argumentos: o "exílio na Europa" (como se a Europa fosse o Ruanda e Polanski tivesse nascido em Marte); um passado de tragédias pessoais; e até o perdão de Samantha Gailey não alteram a natureza do crime, que nenhuma sociedade civilizada pode ignorar.

Os argumentos em defesa de Polanski servem apenas para iludir, de forma hipócrita, uma verdade essencial: ninguém defenderia Roman Polanski se ele não fosse um "artista". No fundo, ninguém defenderia Polanski se não persistisse entre nós a ideia romântica (no sentido próprio do termo) de que os "artistas" não se submetem ao mesmo código ético e legal que regula a humanidade inteira. Pelo contrário: os "artistas" criam a sua própria moral e, no limite, serão julgados por ela.

Defender Roman Polanski apenas porque ele é Roman Polanski é dizer, implícita e perversamente, que a pedofilia é tolerável desde que o pedófilo dirija filmes.

sábado, 3 de outubro de 2009

Pra frente Brasil!

O clima de patriotismo pós-vitória do Rio é constrangedor, mesmo que previsível. Lula, líder inconteste da nação, levou (trouxe) mais essa. Às lágrimas, como sempre.

"O Brasil ganhou definitivamente sua cidadania internacional. Nós não somos mais de segunda classe, somos de primeira classe", disse, para lá de emocionado, um presidente que só faz inflar na história do país.

Conquistamos as Olimpíadas de 2016 depois de, sob seu comando, levarmos a Copa de 2014, descobrirmos o pré-sal, liderarmos o G20, ditarmos regras em Honduras, resistirmos bem à crise.

Ninguém segura esse país, dizem os entusiastas e os ingênuos.

Os anos 00 são o ano zero do Brasil potência. Somos melhores produtores das commodities mais básicas do planeta, que mesmo na crise são difíceis de cortar. Teremos muito petróleo. Nosso sistema financeiro provou solidez quando o sistema global colapsou. Nossa moeda só ganha força. Temos mercado interno grande e em expansão. Indústria diversificada. Multinacionais se agigantando. Ufa! Um país a fazer e uma embocadura econômica capaz de iniciar o processo.

O país volta a viver um clima ufanista de pra frente Brasil não visto desde a ditadura militar. Só que agora pela esquerda, patrulheira.

Outro dia, neste espaço, postei texto com o título "Vergonha de ser brasileiro". Sobre minha vergonha de ver o presidente do meu país afagar Mahmoud Ahmadinejad pouco depois de o iraniano chamar o Holocausto, que dizimou familiares deste e de outros milhares de brasileiros, de "mentira". Que vergonha!

Choveram cartas de insulto, como se um bom brasileiro não pudesse se envergonhar do país. Pelo contrário. Patrioticamente, me envergonham a miséria, a falta de educação, de justiça, de ética, me envergonha a falta de vergonha dos políticos.

Mas os próximos anos prometem. São a melhor chance do país. Não menos porque vivemos um bônus demográfico inédito que turbina o crescimento, uma combinação de quedas de natalidade e mortalidade com mais mulheres e adultos em idade produtiva e menos pessoas por lar.

Depois de tantas décadas perdidas, não podemos deixar mais essa passar. É hora de espírito crítico e racionalidade. A euforia não deve esconder os grandes defeitos do país, todos óbvios, provas óbvias do nosso subdesenvolvimento.

Vencemos Chicago e Obama, mas não vencemos Sarney e Renan.

Falta muito para o Brasil ser de primeira classe, como decreta Lula. Tem muita gente vivendo em classes muito piores.

Como estarão os miseráveis nos morros cariocas quando a tocha olímpica iluminá-los em 2016? Já temos um prazo.