Boas Vindas!

Você está no Congresso Nacional!
Um lugar onde se junta pessoas dos mais diversos estilos, etnias, gostos e opiniões e ficam aqui, sem qualquer tipo de receio, levando a banca suas palavras e considerações sobre os mais diversos assuntos.
Vamos apresentar nossas idéias, debatê-las ao fundo e, se alguma coisa for útil, agregar às nossas, se não, engavetá-las!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Fidel Castro - o sonho não acabou

Fidel Alejandro Castro Ruz (Birán, Holguín, 13 de Agosto de 1926) foi o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros (presidente da República) de Cuba, a qual governou desde 1959 como chefe de governo e de 1976 como chefe de estado, encerrando sua carreira nestes cargos em 19 de fevereiro de 2008, quando anunciou ao jornal do partido comunista Granma que não se recandidataria ao cargo de presidente de Cuba, isso cinco dias antes do seu mandato terminar.

Este é Fidel Castro, o mito vivo, como bem disse Luis Inácio, o Lula.

Falar de Fidel é como falar de um personagem dos livros de história, algo como Lenin, Alexandre, Julio César, ou qualquer outro desdes que marcaram seu nome na história, mas diferente destes, este velho comunista ainda se mantém em pé, com saúde ainda para cutucar o velho e poderoso inimigo capitalistas estadunidense, através de seus editoriais no jornal Granma. Uma pedra no sapato do vizinho e que teima em não deixá-los em paz.

Fidel construiu um país a sua imagem, pelo menos assim tentou fazer. Não vamos debater se o caminho que ele seguiu foi o mais correto ou não. Claro que como todas as nações, Cuba tem aspectos positivos e aspectos negativos, mas é fato que mesmo num embarco que dura quase tão longamente quanto a própria revolução cubana, o país se mantem em pé, com dignidade, acima de uma margem de miséria apresentada em tantos outros países, tanto aqui nas Américas como no restante do globo.

Todos sabem que sou contra censuras, mercados fechados, falta de liberdade de ação e pensamento, mas Cuba tem aspectos que estão num nível onírico para muitas grandes nações. Uma das medicinas mais avançadas do mundo, educação de verdade e incentivo ao esporte, são algumas das invejáveis qualidades deste governo. Não poderia dizer que os aspectos positivos se sobreponham aos negativos, ou que os negativos ofusquem os positivos. Cuba é um país de contradições.

Muitos criticam e alguns defendem Fidel. O que vejo lendo em sites de notícias e revistas é que o homem realmente incomoda, a ponto de 99% destas matérias serem totalmente parciais na forma de crítica a seu governo, simplesmente esquecendo o que o homem fez de bom. Todas estas matérias perecem exigir que seja feita a vontade estadunidense: “morte a Fidel e abertura de mercado em Cuba”. Não. Realmente esta não é a solução mais viável.

Um bom exemplo de que a abertura de mercado repentina não é benéfica, somente destrutiva, vimos na antiga União Soviética. Com a abertura de mercado, tivemos uma nação ahá tempos pobre, destruida. Sua cultura própria se perdeu e o que mantém a grande maioria de seus países separados em pé, é o arsenal nuclear que estes mantêm, herdados da grande mãe.

E quanto a Fidel? Acho que ele poderia ser eterno, não no comando de Cuba, mas sim como uma crítica ao capitalismo predatório e consumista estadunidense. Um pensamento vivo para lembrar a todos nós que a vida pode ser dura quando se luta por aquilo que se acredita, você pode sofrer, ser desacreditado, caluniado, cometer erros, ameaçado e todo o mais, mas sua luta mantém vivos os seus sonhos e ideais. E se você perserverar, eles também continuaram firmes e fortes.

Mas o fato é que agora Cuba aos poucos irá começar uma abertura, como foi dito pelo novo líder, o irmão de Fidel, Raúl Castro. A esperança de mudanças na burocracia engessada do governo e algumas mudanças nas regras do jogo poderiam melhorar e muito esta nação. Sem que a mesma perca a sua identidade.

Se fosse possível Cuba manter suas qualidades e tentar corrigir, ou mesmo minimizar seus defeitos, teríamos um país forte e de princípios sociais. Mas para tal, a primeira decisão é quanto a liberdade de expressão. Por mais que eu seja partidário dela, entendo o quão destrutiva esta pode ser se simplesmente for data em sua totalidade de uma hora para outra aos cubanos.

O direito de se expressar, como bem sabemos, logo seria deturpado e corrompido e teríamos uma aglomerado de cubanos pró-capitalismo, achando que a solução para a carência de tantas áreas por lá seria a corrida ao consumismo. Logo teríamos ali muitos críticos ao nacionalismno existente no governo e em grande parte da nação, protestos e mais protestos, justificados ou injustificados, mas que ruiria com o governo e o própiro país, criando um campo de atuação para o capitalismo consumismo.

Digo isso não por ser partidario do comunismo ou de Fidel, mas digo com base no que vimos ocorrer na URSS, no Brasil, China e em outras tantas nações. Não quero ver uma nação que sempre tentou prezar pelo o que os cidadãos eram, acabar por tornar-se mais um nação que preza apenas o que os cidadãos têm.

Que venha Raúl Castro, mas que Fidel fique ali, de seu lado, sempre dosando as mudanças e criticando-as, para que Raúl não se esqueça que ele está ali para batalhar pelo que seu povo é, e não pelo que seu povo quer ter.
Que venha Raúl Castro, mas que Fidel fique ali, de seu lado, sempre lembrando que ser líder é saber quando ser o carrasco também, pois apesar de estar ali para servir o povo, por vezes o povo nem tem idéia do que realmente quer.
Que venha Raúl Castro, mas que Fidel fique ali, de seu lado, para lembrar aos estadunidenses que seu dinheiro compra armas e nações, mas que não foi e nunca será capaz de comprar seus sonhos!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A República ideal...

Todos nós sabemos quais são os problemas do Brasil, ou pelo menos podemos apontar muitos deles. A corrupção que se espalha por todos os setores da sociedade, a violência generalizada, recordes mundiais de acidentes de trânsito, desmatamento da Mata Atlântica e da Amazônia, sistema de saúde falido, sistema judiciário que não funciona, a educação em colapso, surgem cada vez mais impostos e os que já existem ficam cada vez mais altos, a aposentadoria gradualmente se tornando algo impossível, fome, miséria, falta de identidade do brasileiro, descompromisso, descaso, etc.

É muito fácil enumerá-los, mais fácil ainda é criticar tudo e encontrar pessoas para imputar a culpa, quer seja isso respaldado por provas ou não. A população se acostumou a ser indiferente à política, mesmo sendo obrigada a votar, e dizer que “todo político é corrupto” virou pré-requisito para ser considerado como normal pela sociedade. Ao mesmo tempo, temos uma imprensa que em prol de uma tal “liberdade de imprensa” que somente a própria imprensa sabe definir os limites (se é que existem) promove semanalmente escândalos nacionais para obter lucro, quer desestabilize o país inteiro com isso ou não, quer suas denúncias sejam fundamentadas ou não. Ora, o brasileiro já se convenceu que todo político é corrupto, para que ter provas para denunciar? Basta escolher um nome, criar um caso e pronto! Todos irão acreditar e os milhões com a venda das revistas já estarão garantidos.


E o pior de tudo é que todo esse lamaçal acaba sendo dirigido no sentido de favorecer interesses de grupos que se alternam no poder e que, assim como o próprio brasileiro, não está nem aí para o Brasil. A grande questão que se levanta é saber até onde vai tudo isso. Onde vamos parar?


De fato, é difícil imaginar os limites do drama do Brasil, um drama de corrupção, fétido, asqueroso, que se contorce como um verme sem parar e que, a cada movimento faz surgir inúmeros outros vermes.


Tudo está errado, então o que fazer?


Platão, grande pensador grego do século V a. C., discípulo de Sócrates, sabia o que fazer, e fez. Em sua inigualável obra, A República, Platão discute a questão da justiça e a defende perante a injustiça, tida por muitos como mais vantajosa. Idealiza um estado perfeito, onde todos cumprem sua tarefa, e onde o principal ponto de partida da sociedade é a educação. A educação garante tudo, é a partir dela, e somente através dela, que pode surgir um estado perfeito, onde todos são felizes e a justiça impera. A atualidade da obra é inacreditável, e é fantástico perceber que os problemas sociais encontrados em Atenas durante antiguidade clássica correspondem em detalhes aos que encontramos hoje em nosso mundo.


Segundo Platão, a educação é o principal pilar de sustentação da sociedade, e é através deste que se pode garantir a sociedade justa. Essa educação se dá através da música e da ginástica e a partir daí se expande para a vida de forma holística. Através da música o sujeito aprende a harmonia de viver em conjunto, e a ginástica ensina a cuidar de si e do próprio corpo.


Platão considera que a música, através de suas notas, é uma arma perfeita para subverter o indivíduo e levá-lo a questionar a moral e os bons costumes, por isso, afirma que é extremamente necessário para o Estado controlar (sim, através da censura!) a música e até mesmo as melodias e notas musicais que são utilizadas. Afirma que isso é uma troca justa, pois trata-se de garantir o bem estar geral de todos na sociedade.


Defende também que os governantes não sejam eleitos democraticamente, e sim escolhidos por mérito pessoal. Os indivíduos deveriam ser testados em segredo desde pequenos, através de uma série de situações onde seja tentado a se corromper, levado a perder tudo, desde os bens materiais até mesmo a honra pessoal caso não se corrompa e, somente se tiver resistido a tudo isso, e aceito sofrer perdas por se manter justo é que deve ser escolhido como governante. Platão conclui que o indivíduo que resista a tudo isso e se mantenha fiel à justiça, não pode ser outro senão o filósofo.


Sobre a justiça considera ser possível evitar que os indivíduos se tornem corruptos, tendo como base um sistema educacional valorizado pela sociedade e estruturado a partir da música e através da proibição de narrativas que corrompem, como por exemplo as narrativas religiosas. Platão acredita que a religião corrompe, ao apresentar deuses que castigam, permitem a injustiça, iludem o homem e servem de base para o conformismo, por isso proíbe o culto aos deuses. A educação, portanto, teria êxito ao educar o indivíduo de modo a evitar que o mesmo seja corrupto tendo por base a censura da música, da religião e das narrativas inverídicas. Ao invés dessas inverdades, Platão sugere sim um culto, uma metafísica, mas voltada somente para o homem e para a Terra. Dessa forma seria possível educar cidadãos que dificilmente irão se corromper.


Sobre a saúde pública, defende que a medicina não deve, de forma alguma, ser levada a todos. Daí a necessidade de uma educação que funcione e que seja valorizada como principal pilar da sociedade, pois Platão afirma que uma pessoa decentemente educada saberia se alimentar corretamente, evitando a gula, os excessos e o ócio do corpo. Um sujeito assim educado dificilmente adoeceria e isso levaria os hospitais públicos a se esvaziarem. Contudo, um indivíduo que não siga os preceitos da educação que lhe foi fornecida, ou seja, que se entregue à gula e ao ócio do corpo, não terá a medicina a seu dispor, pois escolheu de sã consciência o caminho da doença e da morte.


Assim, Platão diz que se os hospitais estão cheios e os tribunais lotados é porque a educação não funciona.


Sua obra é vastíssima e muitos pontos polêmicos são sugeridos, como o arranjo de casamento entre os homens tidos como superiores somente com as mulheres superiores, a poligamia, a permissão para que o governante minta para o bem da sociedade, a não existência da propriedade privada entre os guardiões e governante da cidade, e a hierarquia necessária para se estruturar a sociedade, onde os filósofos ocupam por mérito próprio o posto de governante.


Sua obra foi fundamental para se formar a idéia de utopia em diversos pensadores posteriores, todos influenciados por seu legado. Tentou algumas vezes implantar seu modelo de República em Siracusa, mas não obteve sucesso.


De fato, é difícil imaginar que algo assim possa ser de fato implantado em uma sociedade como o Brasil, mas a leitura de seu livro é fundamental para entender a origem de diversos problemas sociais atuais, além de enaltecer a questão da importância da educação na formação de uma sociedade que pretende ser perfeita.

Além de tudo, A República, é uma obra que lembra o homem dos reais motivos que o faz viver em sociedade, e nos aponta de forma fabulosa os momentos nos quais tudo se perde, e a sociedade sucumbe à injustiça e corrupção.



Pintura: Rafael, A escola de Atenas.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Estritamente Carnívoros

Verificando umas notícias aleatoriamente, dia desses, me deparei com a matéria que falava sobre a exportação de carne brasileira para a Europa. Aproximadamente 190 mil toneladas ao ano. Nada mal.

Mas é engraçado como duas notícias recentes estão diretamente vinculadas, porém figuram sempre separadas e com diferentes abordagens em noticiários e veículos de imprensa. A primeira fala justamente sobre o que já citei: a exportação brasileira de carne. Enquanto a segunda, e até já mencionada aqui, fala do desmatamento da Amazônia.

Em resumo, no caso da exportação, a UE tem imposto uma série de barreiras, ou exigências se preferirem, para a entrada da carne brasileira no mercado europeu. O Brasil naturalmente tem tratado de se adaptar a essa nova realidade e o governo vem sempre apresentando números maiores do que o esperado pelos próprios europeus. Essa matéria geralmente é colocada de forma a exaltar o protecionismo europeu e como o governo brasileiro tem lutado para adaptar as condições da UE e manter-se como um dos principais fornecedores de carne para os países europeus.

Já a segunda, como foi mencionado lá embaixo, trata justamente do desmatamento da Amazônia causado por, obviamente, companhias madeireiras e, principalmente, pelo cultivo da soja e do gado. Não precisa ser muito talentoso para perceber os problemas aqui.
Infelizmente vivemos num sistema econômico capitalista, onde a procura é que vai determinar a oferta. Logo se há uma grande procura por carne, produzimos carne. E vai-se além exportando a outros países, que compram esse produto não, somente, pela incapacidade de alimentar seu próprio mercado, mas pela INVIABILIDADE de se manter neste mercado. Ao contrário dos países emergentes (a maioria com proporções continentais), os países europeus não são tão extensos em território e, além disso, têm altos encargos pela criação de animais para o abate, justamente porque esse tipo de negócio cobra um preço muito alto da natureza (a pouca que ainda têm).

Novamente não precisa ser muito esperto para ver onde uma coisa se junta com a outra, já que a própria soja é um dos principais elementos envolvidos na criação do gado, sem contar o quanto de água se gasta para apenas 1kg de carne. Proibir o consumo seria um ato radical, mas colocar um encargo justo no kg da carne não o seria.

Por isso e tantas outras coisas, acho irônico que as notícias não estejam atreladas. O governo promete fiscalização rigorosa e leis mais duras contra o desmatamento, mas favorece o mercado do agro-negócio e pecuária. É incongruente, para dizer pouco.

Claro que o governo tem um papel decisivo nesta questão, entretanto ainda cabe ao cidadão comum alimentar-se de maneira mais correta, que não seja pelo meio em que vive, mas por si próprio. Muitas vezes o não-consumo de carne é ridicularizado e posto como radical ou inútil. Bom, se o não-consumo é inútil então para que evitar jogar lixo nas ruas ou apagar as luzes quando não as usamos, ou mesmo economizar água? Todas essas coisas estão ligadas, e uma boa pesquisa mostraria a qualquer um que o maior problema ambiental hoje, no Brasil, é a produção em larga escala de carne. É muito fácil fazer mudanças no cotidiano quando elas favorecem um pouco seu modo de vida e depois dizer que se é um cidadão consciente, mas quando envolve algum tipo de privação mais séria daí não vale a pena ou não muda muita coisa. É o que se costuma fazer.

Que se faça uma revolução... no cardápio, para começar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Regras novas para Celular!!!

Um dos setores com o maior índice de reclamações de consumidores nos orgãos competentes passa hoje, dia 13/02/08, a ter novas regras de funcionamento, regras estas que visam melhorar a qualidade de serviço prestada pelas operadoras. Sim estamos falando de nossos tão comuns e presentes celulares!

Segundo dados da Anatel, o Brasil ultrapassou no ano passado (2007) a marca de 120 milhões de habilitações de telefonia móvel, o que representa um crescimento de 21,08% em relação a 2006. Segundo dados da Anatel, a maioria destes celulares (81%) são pré-pago. Por isso, haverá mudanças específicas para esses usuários.

Quem nunca passou pelo demorado e contragedor atendimento de uma operadora de celular? Onde eles conseguem transformar o que deveria ser um contato simples num infinito questionamento que parece não ter propósito algum, a não ser o de fazer o reclamante desistir. Sem contar que quantos de nós já tivemos nossos créditos pagos bloqueados por não tê-los gastos conforme os prazos estabelecidos pela operadores.

De acordo com informações do Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon-RJ), as operadoras e fabricantes de telefonia móvel se destacam no ranking geral de reclamações que o órgão recebeu no ano passado. As empresas campeãs de queixas foram a Siemens, a Vivo e a LG, que ocuparam os três primeiros lugares. A Nokia ficou na quinta posição. A Tim ficou em sexto lugar no ranking, seguida pela Gradiente. Em oitavo lugar ficou a Embratel e, em 12º, a Telemar.

Sim, este realmente é um certo crítico no que se refere a qualidade de serviço e atendimento. Assim como a telefonia fixa, muito há de ser feito para melhorar este setor, mas parece que a passos de formiga caminhamos enfim para uma relação mais justa entre operadoras e consumidores, enfim teremos onde nos apoiar para comseguir alguma qualidade pelo que pagmos.

AS PRINCIPAIS MUDANÇAS

Cancelamento de linha
As empresas terão 24h para cancelar o serviço após o pedido do usuário;

Ligações de emergência
Chamadas para números de emergência, como polícia e bombeiros, serão gratuitas;

Cobrança indevida
Valores cobrados indevidamente e já pagos pelo usuário serão devolvidos em dobro, com juros e correção monetária;

Carência
Não existe mais prazo de carência para troca de plano na mesma prestadora. Pode existir prazo de permanência, no máximo de 12 meses, no caso em que a operadora ofereça benefícios ao usuário como por exemplo na oferta de aparelhos com desconto;

Suspensão temporária
O cliente de linhas pós-pagas poderá pedir a suspensão, sem ônus, da prestação do serviço uma única vez a cada 12 meses, e pelo prazo máximo de 120 dias;

Inadimplência
Foiçam estabelecidos novos prazos: 15 dias após o vencimento, o usuário fica impedido de realizar chamadas, exceto para os serviços de emergências (polícia, Samu, bombeiros etc.) ou ligações a cobrar. Após 45 dias, o usuário também deixa de receber chamadas (não havendo mais cobrança de assinatura). Depois de 90 dias a prestadora pode rescindir o contrato;

Proteção ao crédito
Apenas 15 dias após notificar o assinante sobre a rescisão do contrato a empresa poderá encaminhar o nome do devedor ao serviço de proteção ao crédito;

Chamadas antigas
Uma prestadora só poderá cobrar chamadas realizadas há mais de 60 dias após negociação com o usuário. O prazo anterior era de 90 dias;

Comparação de planos
Usuários poderão solicitar a cada seis meses uma simulação dos valores gastos nos últimos três meses em seu plano de serviço e o que seria gasto se ele utilizasse outro plano. O objetivo é facilitar a mudança de plano no futuro;

Créditos novos
Operadoras serão obrigadas a oferecer créditos pré-pagos com validade de até 180 dias. Hoje, elas oferecem, no máximo, 90 dias;

Créditos antigos
As empresas também terão de revalidar os créditos expirados a partir da inserção de novos créditos;

Sem crédito
Cliente que estiver sem créditos poderá continuar recebendo chamadas por um prazo de 30 dias. Depois disso, ele poderá perder o número do telefone por rescisão de contrato;

Ligação a cobrar
Chamadas a cobrar poderão ser feitas mesmo se os créditos estiverem vencidos, por um prazo de 30 dias. Ligações gratuitas de emergência podem ser feitas até a rescisão do contrato;

Portabilidade de Números
As operadoras estão mudando seus sistemas para implantar entre 29 de agosto e 1º de março de 2009 a portabilidade, que permite ao cliente trocar de plano e operadora sem perder o número do telefone fixo ou celular;

Centrais de Relacionamento
Entre 2010 e 2012 as operadoras terão que oferecer centrais de relacionamento e informações para registro de reclamações e recebimento de informações pessoalmente, talvez quiosques em shoppings.

TELEFONIA FIXA
Outra situação que tem a possibilidade de melhorar o serviço da telefonia fixo é a solicitação dos telefônicas para acabar com a barreiras. Esta solicitação foi feita pela Abrafix (associação das concessionárias de telefone fixo) e visa acabar com os impedimentos de uma empresa em atuar simultaneamente nos serviços de voz, video e dados, além das restrições regionais.

Sem estas barreiras o custo para estes concessionárias diminuiriam, mas para nós, consumidores, fica a esperança que esta liberação, se ocorrer, ocasione uma concorrência maior entre elas e isto nos dê benefícios entre melhor qualidade de serviço e barateamente de taxas.

ONDE RECLAMAR
Procon São Paulo
Fone 151
Carta Caixa Postal 3050, CEP 01061-970 - SP
Fax (0__11) 3824-0717

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Avaliação de desempenho (ruim).

Não é novidade para ninguém que os governos tucanos que se sucedem no Estado de São Paulo há anos têm como uma de suas características principais o descaso total e absoluto com a educação.

As últimas pesquisas comprovam essa cruel realidade, ficou claro que São Paulo está deixando a desejar e sua média de rendimento escolar está muito abaixo de estados mais pobres como Pernambuco e Acre. É de se espantar que o estado mais importante economicamente do país seja de fato um dos piores em educação.


E para contribuir ainda mais para o lamaçal da educação paulista, as últimas medidas tomadas pelo governador e sua saudosa secretária de educação tem piorado essa situação. Trata-se principalmente da famosa “Avaliação de desempenho”, que pretende pagar os salários dos professores de acordo com seu suposto “desempenho” em sala de aula.


À primeira vista, quem vê o nome dessa lei acha que é uma coisa ótima. Com a fama de vagabundos e incapazes que os professores tem, qualquer um acharia bom pagar os seus salários de acordo com o seu desempenho. Mas a questão é que essa medida está longe de garantir isso e, pelo contrário, irá fatalmente gerar mais vagabundagem e descaso, aliás, já está gerando.


A idéia do governo é pagar os salários dos professores de acordo com o seu desempenho em sala de aula e o rendimento da escola. Para a avaliar o desempenho do professor, será analisada a quantidade de projetos pedagógicos desenvolvidos e também um questionário sobre a atuação do professor que será respondido pelos alunos. O professor que for bem avaliado pelos alunos nesse questionário manterá o seu salário, mas se acontecer o contrário e não for bem avaliado seu salário será reduzido! Acredito mesmo que os professores devem ser avaliados pois existem muitos incompetentes na ativa, mas jogar essa responsabilidade nas mãos dos alunos é mais do que um descaso, é um desrespeito! O resultado disso é que os alunos que não gostarem do professor terão agora a oportunidade de se organizarem e juntos dar um golpe em seu salário! É o cúmulo do absurdo! Imaginem só o que vai acontecer quando os alunos souberem disso!


O que me deixa mais preocupado é que, em todas as salas de aulas nas quais entrei, a maior parte dos alunos (não todos, mas a maioria) gosta mais dos professores que não trabalham, ou seja, dos que são “legais” e não passam lição, não exigem trabalhos. Portanto, para que os alunos avaliem positivamente o professor ele será obrigado financeiramente a ser “legal” dentro dos padrões adolescentes, ou seja, ser vagabundo e, acredito, agir dessa maneira leva a algo bem distante de ser um bom professor.


Para avaliar o desempenho da escola serão usados diversos critérios. Entre esses critérios está o número de faltas de todos os funcionários, a nota do SARESP (que é uma avaliação que os alunos de oitava série e terceiro ano do ensino médio fazem), a quantidade de água e luz gasta pelas escolas, quantidade de projetos interdisciplinares, entre outros. Um deles, talvez o principal, será o número de alunos reprovados, quanto mais alunos a escola reprova, menor será o salário de todos, desde o diretor até a merendeira.


Poderia estender o assunto e discutir especificamente cada uma dessas medidas - como por exemplo a que pretende vincular o salário do professor à frequencia de TODOS os funcionários da escola, o que certamente levará as pessoas a tomarem conta da vida uma das outras e criará um ambiente de trabalho insuportável - mas prefiro, por hora, me deter apenas nessa última medida que citei, a que trata da reprovação dos alunos.


Como todos sabem, vigora em nossas escolas um sistema de educação continuada onde o aluno não é avaliado de verdade, pois ele deve ser promovido continuadamente, para poupar gastos para o Estado e liberar vagas nas escolas. O aluno só pode ser retido em casos extremos, como absoluta falta de freqüência, e somente nos finais dos ciclos escolares, ou seja, na oitava série e terceiro ano do ensino médio. Contudo, com as novas medidas, o governo pretende eliminar até mesmo essas reprovações mínimas que acontecem nos finais de ciclos, pois também vai vincular o número de alunos reprovados pela escola ao salário do professor e diretor. Pasmem! Os diretores e professores que quiserem pagar suas contas em dia deverão aprovar todos os alunos, do contrário seu salário, que já é dos piores, será ainda mais reduzido!


Os resultados dessas medidas, que já estão vigorando, são claros. Eu, particularmente, pude observar na prática. No final do ano passado, durante o conselho de classe, aconteceram brigas e discussões tremendas entre professores e diretores onde, uns ressaltavam a necessidade de reprovar os alunos que não obtiveram o mínimo rendimento mesmo que isso custasse reduções no seu ganho, e outros que defendiam a necessidade de se ganhar dinheiro para sobreviver e por isso não podiam reprovar alunos. Chegaram a falar de problemas pessoais, como gastos com filhos, convênios médicos, etc, e com toda razão. Resultado: decidiram por não reprovar ninguém para poderem continuar vivendo e dar de comer as suas famílias.


Diante do exposto, pergunto: Que “avaliação de desempenho” é essa que o governo do Estado quer fazer? Como pode ser possível uma coisa dessas?


Até que ponto o governo chegou para poupar gastos e culpar os professores pelo fracasso escolar! Assusta-me muito o fato de não vermos nada sobre isso na mídia, nenhuma crítica, nenhum comentário. Tudo isso por conta do bendito nome das novas regras, “Avaliação de desempenho”. De fato a maioria dos brasileiros que só lêem o título das notícias nos jornais, ao verem uma lei com um nome desse acredita mesmo que o governo está pagando os salários de acordo com o merecimento de cada um, o que nem de longe corresponde com a realidade caótica das escolas do Estado de São Paulo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

É Carnaval

Como é cruel levantar ainda noite, voltar pra casa quando a noite já voltou. Trabalhar e trabalhar e saber, ao final de um ano, que 4-5 meses ficaram 'Impostos ao sistema'. E saber, ainda, que se quiser ter um atendimento de qualidade na Saúde, terá de pagar. Dormir com tranquilidade, terá que morar em condomínio seguro. Uma Educação que realmente venha formar, uma escola particular. Mas nem tudo está perdido! O Cartão Corporativo é uma solução para seus gastos extras com academias, restaurantes, hotéis, viagens e excursões. Claro, que também poderá ser utilizado para despesas do dia-a-dia e até para saques. O interessante é, que a fatura não vai para sua casa. Extraordinário!Pague tudo o que quiser com ele, e sem limite. Aluguel de carros, combustível, teatros. Faça a reforma de sua casa, a mobilia. Esqueça o começo de ano que trabalha para recolher o que é Imposto. É Carnaval!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Desmatamento na Amazônia

Nestes ultimo dias veio mais uma vez a tona na mídia um assunto há muito tempo mencionado em muitos artigos de muitos assunto: Desmatamento na Amazônia. Segundo a apuração do INPE (http://www.obt.inpe.br/prodes) o desmatamento da floresta Amazônica em 2007, principalmente no 2º semestre, tornou a crescer de forma alarmante, sem que os governos tomem quaisquer medidas que realmente impeçam este movimento.

A Amazônia abriga 33% das florestas tropicais do planeta e cerca de 30% das espécies conhecidas de flora e fauna. Hoje, segundo estimativas de ONG’s, o desmatamento da floresta corresponde a mais de 350 mil Km2, a um ritmo de 20 hectares por minuto, 30 mil por dia e 8 milhões por ano.

Muitos são os motivos apresentados como ocasionadores do desmatamento, mas o que realmente ocasiona tamanha devastação? Gado? Soja? Extração de Madeira? Biocombustível? Ou consumo irresponsável? Todos as alternativas!

O Pará é o estado com o maior desmatamento da floresta enquanto que Mato Grosso é onde está localizado o maior índice de queimadas, tudo para a produção de gado e soja, respectivamente. O Pará ainda recebe o título de maior extrator de madeira e o Amazonas, através de seu governador, se candidata a reflorestar a floresta já devastada com cana-de-açúcar.

Sempre sou contra medidas extremas, mas neste caso parece que não existem mais medidas amenas para se preservar a Floresta Amazônica. Como espera do governo as atitudes corretas contra a expansão da soja se o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, é um dos maiores produtores mundiais de soja? Como esperar que o governo promova o reflorestamento se ele mesmo quer plantar cana-de-açúcar na Amazônia? Realmente está ficando muito complicada esta corrida contra um tempo já passado.

Algumas medidas foram tomadas nos últimos anos, assim como várias grandes idéias foram apresentadas. Para citar algumas, podemos mencionar a do colunista Johann Hari, do diário britânico The Independent: "Os países ricos deveriam criar um fundo nos moldes do Plano Marshall (plano americano de reconstrução da Europa aliada após a Segunda Guerra) para ajudar a preservar as florestas tropicais do mundo”. Para Hari, o desmatamento das florestas tropicais está sendo causado pelas necessidades de consumo dos países ricos. Ele sugere que o governo britânico deixe de repassar fundos para o Banco Mundial até que a instituição transforme radicalmente sua política ambiental (que atualmente financia a entrada de multinacionais para a exploração de riquezas naturais de países em desenvolvimento). Esta idéia também foi abraçada pelo governo brasileiro, que vem sugerindo esta proposta nas reuniões do conselho da ONU para o meio-ambiente.

O Governo Federal divulgou uma lista com 36 municípios, das 603 cidades que fazem parte do bioma amazônico, que são responsáveis por 50% do desmatamento da Amazônia. No Estado de Mato Grosso são 19 municípios, no Pará, 12, em Rondônia, 4 cidades, e no Amazonas, 1. Nesses municípios campeões de desmatamento, todos os proprietários rurais são obrigados a se recadastrar e apresentar um mapa georeferenciado ao Incra, demonstrando que respeitam as áreas de Amazônia Legal (que prevê a preservação de 80% da propriedade na região amazônica) e os índices de área de preservação ambiental. Caso estejam irregulares, os fazendeiros têm que assinar um termo de ajustamento de conduta, passar a preservar os percentuais exigidos por lei da área e pagar as multas pelo que já desmatou. Caso não faça isso, o produtor perderá o acesso a financiamentos em instituições financeiras públicas e sua produção fica embargada. Ele perde também o de Cadastro de Imóveis Rural (CCIR), que permite a comercialização dos produtos. Caso o proprietário não faça o recadastramento, o governo pode compulsoriamente fazer o georeferenciamento na propriedade e apontar ilegalidades e áreas de embargo.

Mas sabemos que o governo não tem o número suficiente de agentes para realmente fiscalizar se as regras e leis estão sendo seguidas e mesmo onde há, sempre nos questionamos se estes fiscais realmente estão fazendo os seus papeis de forma digna e correta. Desculpem-me os fiscais pela minha desconfiança, mas por experiência, não saberemos nunca, pois infelizmente o “jeitinho brasileiro” parece estar enraizado em todos os cantos do país, como um câncer em estado avançado, no mínimo por assim dizer.

Então como agir contra tudo isso? De nossa parte, relés consumidores, algumas ações simples podem ajudar no combate à destruição da Amazônia, tais como diminuir o consumo de carne, verificar a origem da madeira e soja que compramos e, principalmente, cobrar de nossas autoridades atitudes contra esta situação e, muito importante, mostrarmos a nossos filhos e amigos o quanto é importante esta luta pela preservação de nosso maior bem, a Amazônia.

Também gostaria de expôr aqui algumas idéias:

Criação de Gado – o certo, a meu ver, seria impedir o desmatamento da floresta para a agropecuária. Entretanto, aqueles que já possuem áreas adquiridas e legalizadas junto ao governo, devem ser obrigados a seguir as regras estabelecidas de uso da área (apresentada acima), mas sob a pena de perda da terra. Também deveria ser criado um selo de origem da carne, mostrando o estado (UF) de origem, para possibilitar a escolha pelo consumidor em comprar “carne de desmatamento” ou não.

Produção de Soja – seguiria o mesmo padrão apresentado na criação de gado, pois entendo que estas medidas servem para este caso também.
Extração de Madeira – proibição da extração de madeira nativa em todo e qualquer caso, permitindo a extração somente de áreas de reflorestamento manejado e, ainda assim, com a limitação do uso da área assim como nos casos anteriores e dos selos de autenticidade e regionalidade.

Biocombustíveis – impensável produzir matéria para biocombustível na Amazônia. Acho que estes produtos deveriam ser incentivados a serem produzidos no nordeste e ainda assim, com altos níveis de fiscalização, principalmente quanto a questões trabalhistas. Não sei como alguém pode pensar em plantar cana-de-açúcar numa Floresta Tropical, não precisa ser muito esperto para perceber uma visão comercial.

Fiscalização e Órgãos de Gestão – acho que aqui é onde devemos agir mais “extremicidade”. Sabemos que grande parte de nossos fiscais preterem o correto pelo suborno. Acho que este setor deveria ser tirado das mãos do governo e passado para ONG’s, restringindo ao governo a fiscalização destas ONG’s. Entendo também que, por se tratar da soberania nacional, a Amazônia deveria ser “cuidada” pelas nossas Forças Armadas, mas equipadas decentemente e sem tanta burocracia governamental para agir.

Terra – o mais importante a meu ver, é a distribuição da floresta como terra aos indígenas, fiscalizando seu uso, pois sabemos que alguns buscam, assim como os homens brancos, apenas lucro com a terra. Criaria o máximo de áreas de Reservas Indígenas e o que não fosse aplicado desta forma, transformaria em Reserva Florestal, para dar status de crime federal a invasão e desmatamento. Toda a segurança, tanto de fronteira, quanto de invasões, população e policial, deveria ser feita pelas forças armadas. Só existiria aqui Índios e Forças Armadas.

Não sei o quanto é cabível e viável o que penso, mas acho que se todos pensassem a respeito, mesmo com idéias um pouco insólitas, começaríamos a formar um consenso protecionista a respeito, um consenso com bom senso, pois não acredito que atitudes do tipo: “vamos parar de comer carne” sirvam para mudar alguma coisa, pois ações levam a reações e ações extremas sempre levam a reações extremas.