Boas Vindas!

Você está no Congresso Nacional!
Um lugar onde se junta pessoas dos mais diversos estilos, etnias, gostos e opiniões e ficam aqui, sem qualquer tipo de receio, levando a banca suas palavras e considerações sobre os mais diversos assuntos.
Vamos apresentar nossas idéias, debatê-las ao fundo e, se alguma coisa for útil, agregar às nossas, se não, engavetá-las!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Enfim 2008 começará para quem paga impostos!!!

É isso mesmo. Até a data de hoje, 27/05/2008, todos os dias trabalhados por nós, foram totalmente para pagarmos os vários impostos que existem em nosso país.

Em média, 40% de nossa renda bruta some em meio aos impostos. E a cada ano, este número absurdo vem crescendo. Para se der idéia, hoje, em 2008, o brasileiro trabalhou, em média, 148 dias somente para pagar os impostos. Sendo que na década de 90 eram em média 102 dias e na de 80, 77 dias. Ou seja, com uma expectativa de vida (ou seria de sobrevivência?) de 72 anos, nós brasileiros homens passaremos 33 anos destes trabalhando só para recolher estes tributos.

Para piorar a situação, segundo levantamentos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), entre 1996 e 2003, a carga tributária sobre aqueles que recebem entre 10 e 15 salário mínimos aumentou 100%. Já para quem ganha acima de 30 salários, o aumento no mesmo período foi de 47%. Outro dado de muita relevância é o de que este ano, segundo apuração da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), até o final do ano passaremos de 1 TRILHÃO de carga tributária recolhida pelo governo.

Números absurdos, mas não numa economia como a que estamos vivenciando nos dias de hoje. Cada dia rumamos mais para o consumismo e menos nos damos conta de que este dinheiro, este gigantesco montante de nossa vida, não está retornando em forma de benefícios à nós.

Nunca saí do Brasil para poder afirmar, mas acho que olhando a listagem abaixo, onde apresenta-se o país e a quantidade de dias trabalhados para se pagar somente impostos, o Brasil parece estar “um pouco” deslocado de sua realidade:

País -----Dias Trabalhados
Suécia -------- 185
França -------- 149
Brasil --------- 148
Espanha ------ 137
EUA ---------- 102
Argentina ----- 097
Chile -----------092
México -------- 091

E agora o que vemos é novamente o burburinho crescendo entre os governistas sobre a necessidade de criação de uma "nova CPMF" para bancar a emendar 29 da Saúde. Mais imposto? Este já recolhido não consegue pagar? Difícil acreditar...

Mas nesta história da "nova CPMF" um comentário do Lula realmente há de ser considerado: “Nenhum empresário reduziu o custo dos produtos que vende por conta da CPMF. Quem souber de um produto que caiu de preço porque os empresários retiraram do preço 0,38% [alíquota da CPMF], me avisa porque vai merecer um prêmio”.

Realmente. A oposição, os empresários e suas organizações de classe deveriam ter vergonha, pois tanto alardearam que o imposto encarecia os produtos e quando o mesmo foi extinto, só seus lucros aumentaram em 0,38%, nada de redução nos preços finais ao consumidor . Claro que sabíamos desde o início que nada iria mudar em nossos bolsos neste sentido, por isso eu sempre fui contra a extinção da CPMF, pois como vemos hoje, sua extinção só serviu de desculpa para falta de investimentos na saúde.

Eu me pergunto o que é pior: saber que estamos trabalhando até o dia de hoje só para pagarmos impostos que em sua grande parte não retornará em forma de benefícios a nós, ou saber que sempre que aparece alguém falando em diminuir carga tributária este está apenas advogando em causa própria?
Realmente é difícil saber. Acho que teremos que fazer como o folclórico Galvão Bueno e entendermos que existe um "mais pior" nesta história: nós e a nossa falta de cobrança de nossos direitos e benefícios.

domingo, 11 de maio de 2008

“LIMPEZA SOCIAL”



Enquanto o povo se prepara para julgar um dos casos mais polêmicos de toda a história policial brasileira, um movimento social vem ganhando força. Classificado como “Limpeza Social”, o movimento foi identificado em diversas regiões do país e, segundo a Folha On Line, já vitimaram cerca de cinco moradores de rua.

Alguns meses antes, fora exibido uma matéria no Fantástico denunciando o descaso da prefeitura de Sta. Isabel – SP em relação aos moradores de rua daquela cidade. A denúncia consiste numa operação de “limpeza paisagística” que vem se operando na cidade. Moradores de rua são retirados das praças e levados para outras cidades, e o que é pior, entram nas estatísticas sociais da região.

Nesta semana, foi divulgado em alguns jornais que o método de limpeza foi aderido pelo povo, sendo registrados vários casos de violência contra os moradores de rua. Na madrugada desse domingo, 11 de maio, uma jovem moradora de rua foi incendiada e queimou até morrer. Informações de pessoas próximas a vítima garantem que ela descobriu recentemente que estava grávida.

Outros três moradores de rua foram executados a tiros enquanto dormiam na cidade de Vitória –ES. Para a polícia local, os crimes “podem ter sido um ato de limpeza social praticado por pessoas insatisfeitas com a presença das vítimas”.

Embora os crimes sejam praticados contra moradores de rua e pelas informações divulgadas todos foram presenciados por, pelo menos, uma testemunha, ninguém foi indiciado.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

DOROTHY STANG


DOROTHY STANG

Em 1982 começava a luta da Missionária Dorothy Stang em uma das regiões mais pobres do estado do Amazonas. Cortada pela rodovia Transamazônica, a cidade de Anapu é considerada uma das mais carentes da região e, por isso, a Irmã Dorothy rumou em direção àquele lugar com o intuito de colaborar para o desenvolvimento daqueles que por lá vivem.

Na mesma época se iniciou uma terrível disputa entre grileiros, madeireiros e pequenos produtores pela posse das terras, que se tornou uma das áreas mais atacadas pelo desmatamento. Dorothy denunciou muitas irregularidades e situações de abusos às autoridades brasileiras e esteve presente na CPI sobre a violência no campo, em 2004.

Destemida e perseverante, Dorothy Stang estava engajada nos projetos de desenvolvimento sustentável da região, e seu maior sonho era que os trabalhadores rurais conquistassem um pedaço de terra para cultivarem. O PDS – Plano de Desenvolvimento Sustentável, que tinha como escopo assentar famílias para a produção agrícola – é antagônico aos interesses daqueles que se intitulam “donos” da região, alimentando a ira deles em desfavor do programa.

Aos 73 anos de idade, Irmã Dorothy levou até o fim o ideal que considerava a solução para os problemas daquela terra, quando, aos dias 12 de fevereiro de 2005 foi covardemente assassinada com 6 tiros à queima roupa.

Três anos se passaram desde a morte da missionária, caso que ainda gera muita indignação. Ontem, dia 06 de maio, um dos supostos envolvidos em seu assassinato, o fazendeiro Valtamiro Bastos de Moura foi absolvido pelo conselho de sentença da 2ª Vara do Júri de Belém, por 5 votos a 2.

Um ano antes, a mesma Vara condenou o Fazendeiro a 30 anos de prisão por ser ele um dos mandantes do crime. Nos casos em que há condenação com pena superior a 20 anos, o réu passará por novo julgamento, o que de fato aconteceu.

A decisão de ontem, por mais injusta que tenha sido foi, no mínimo, o retrato de uma justiça precária, o que gera total desconforto social e muita indignação, sem falar na impunidade.

Casos como o da missionária Dorothy Stang demonstra a enorme necessidade de uma reforma na estrutura social do Brasil, principalmente na consciência da sociedade, que deve ser feita de imediato. O que era pra ser um exemplo de caráter e perseverança está se tornando sinônimo de impunidade.