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Um lugar onde se junta pessoas dos mais diversos estilos, etnias, gostos e opiniões e ficam aqui, sem qualquer tipo de receio, levando a banca suas palavras e considerações sobre os mais diversos assuntos.
Vamos apresentar nossas idéias, debatê-las ao fundo e, se alguma coisa for útil, agregar às nossas, se não, engavetá-las!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Empresários propõem construção de muro para esconder Favela

Empresários pedem construção de muro para "esconder" favela Hatsuta

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Um grupo formado por sete empresários quer a colocação de um muro para cercar a favela da Hatsuta no trecho da avenida Tancredo Neves, da mesma forma como está na avenida Monteiro Lobato. O Guarulhos Hoje preservará o nome das empresas envolvidas que devem, em duas semanas, solicitar a construção do muro pela Prefeitura. A proposta polêmica gerou críticas de vários setores da sociedade.

Para o líder do grupo, que preferiu não se identificar para evitar represálias, o ideal seria a retirada da favela. Entretanto, como isso não será feito, o muro encobrindo a visão dos motoristas que passam pela Tancredo iria minimizar os problemas da região.

"Só a gente sabe o que é esse problema social e a convivência com os ratos e baratas que saem de lá. A situação está insustentável. O muro impede ainda o acesso desse povo que junta lixo na rua e vai melhorar o visual." Ele afirma que não há discriminação contra os moradores do local.



"Queremos só ter condições para trabalhar e receber clientes. É apenas uma solução. Temos que ser realista que não podemos conviver com o visual atual. Na Monteiro Lobato as coisas estão melhores, mesmo com o muro." O presidente da subseção Guarulhos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Airton Trevisan, avalia que um muro na Hatsuta seria possível, mas não pelo aspecto visual, mas por segurança.



"As pessoas ficam com carrinhos na rua. É preciso um limite para que essa invasão não facilite um atropelamento. É lógico que esconder a favela ali não resolverá o problema." Segundo ele, faltam ações conjuntas do poder público para atuar naquela área. "É preciso um trabalho efetivo, seja nas esferas federal, estadual e municipal. O governo Federal distribui Bolsa Família, só que não resolve a pobreza que é o verdadeiro problema."



Para o presidente da Associação dos Moradores da Hatsuta, Gilvan Laércio, a construção de um muro somente iria aumentar a segregação da favela. "É uma situação delicada que vai isolar ainda mais a comunidade. Não querem mostrar que o centro de Guarulhos tem um problema social deste tipo. É um preconceito." Ele admite que parte dos habitantes não se preocupa com higiene, o que facilita a propagação de ratos e baratas que saem de lá e vão para as empresas. "Não existe um trabalho de conscientização por parte da associação e nem do poder público. A violência dificulta a atuação."

Fonte: http://www.guarulhosweb.com.br/gwebnoticia.php?nrnoticia=28935

Leia mais:

Vereadora diz que muro é "solução nazista"
http://www.guarulhosweb.com.br/gwebnoticia.php?nrnoticia=28936

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Para aqueles que não conhecem o local, vou explicar brevemente:
A FAVELA: HASUTA
O nome é da antiga empresa, que abandonou um os galpões. A ocupação deu-se aos poucos, por volta do ano de 2001 muitos motoristas cortavam caminho por dentro do terreno. Depois da ocupação definitiva, a prefeitura fez um projeto e os moradores dali foram cadastrados e levados para alguma habitação popular da cidade. Alguns venderam o imóvel e retornaram ao lugar, outros são novos no endereço. No lado sul, Av. Pres. Tancredo Neves, com duas pistas de 3 faixas de rolamento cada, nela a favela “invadiu 2 faixas do sentido centro. Ao norte Av. Monteiro Lobato, a favela limita-se a calçada, mas sem dar passagem, colocando em risco os transeuntes que por ali passam.

OS VIZINHOS
Ao Sul a Quaker, da Pepsico, e uma concessionária de importados. A oeste a Pfizer, gigante farmacêutica. Ao norte uma fábrica de pneus, uma transportadora e a ABB, gigante elétrica. A empresa a leste não conheço.

O PROBLEMA
Quem quer morar ou ter ao lado de sua casa uma favela?
Morar, claro, muito menos.
O problema é que particularmente essa favela invade calçada e avenidas, atrapalhando o trânsito e colocando a vida de pessoas em perigo. Pelas fotos nota-se carrinhos e muita sujeira na avenida.
Do ponto de vista dos empresários, fica difícil receber seus clientes, oferecer higiene, num lugar como este.
Do ponto de vista de “alguns moradores” é um preconceito. Mas olha-se na imagem do satélite e vê que enquanto as avenidas estão invadidas pelo lixo e carrinhos, dentro existe espaço vazio, que serve talvez de estacionamento para os moradores.
A poder público tirou uma vez os moradores que ali moravam, mas não impediu que voltasse a ter ocupação.

A POLÊMICA SOLUÇÃO
Impedir que fique a vista não seria exatamente a solução. Isso não impediria que o lixo voltasse a ser amontoado nas avenidas. Alguns defendem que seja feita uma cooperativa de reciclagem. Outros que torne a urbanizar, tirando os moradores e construindo casas nessa zona exclusivamente industrial. Bem complicado.

http://maps.google.com.br/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-BR&geocode=&q=guarulhos&sll=-14.179186,-50.449219&sspn=77.294238,158.027344&ie=UTF8&hq=&hnear=Guarulhos+-+SP&ll=-23.463788,-46.501603&spn=0.002411,0.006866&t=h&z=18

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Irã - parte 1

O que você acha do Irã, Reza?

"Eu amo o Irã, claro, é minha terra e é uma grande nação. Mas lhe digo, temos muitos problemas, em especial com este presidente. Muitas pessoas de outros países pensam que somos loucos e, as vezes, quando vejo Ahmadinejad na TV eu também penso que ele é louco. Todo esse papo que ele solta quando no exterior, falando sobre Israel o tempo todo e que no Irã não existe... homossexuais. Hah! Quem ele pensa que engana? Claro que os árabes devem gostar um pouco do que ele diz e, de certa forma, é interessante ver como ele enfrenta certas nações arrogantes do ocidente. Mas a pergunta é por quê Mahmoud Ahmadinejad? Alguns amigos meus gostam dele; dizem que ele é honesto e não é parte dessa corja revolucionária. Mas a maioria dos iranianos já ouviram promessas demais dele e de seu governo. Uma das mais significativas foi a promessa de não seguir o mesmo caminho de todos os mullahs nesses últimos 25 anos, que só enriqueceram a base do petróleo. Foi dito que ele colocaria o dinheiro do petróleo nas mesas do cidadão iraniano. Mas lhe digo, não tinha petróleo nenhum na minha mesa, tampouco dinheiro. Você sabe qual o valor da inflação no Irã? É 25%! Oficialmente dizem que é 13%, mas qualquer um sabe que é muito pior do que isso.

OK, isso em menor ou maior escala soa como políticos em qualquer lugar do mundo. Mas e sobre o programa nuclear? Todo mundo parece preocupado com isso. O que você acha? O Irã realmente precisa desse tipo de energia? Afinal o país tem a segunda maior reserva de petróleo e gás do planeta. E sobre armas nucleares, você acha que há a intenção de construir uma bomba?

"Bom, seja como for, o Irã tem direito a desenvolver seu programa nuclear. Muitos outros países desenvolvem seu poder nuclear, por quê seria diferente com o Irã? De fato temos muito óleo sob nosso solo, mas as refinarias são tão velhas e a maior parte do óleo é exportado e depois volta como petróleo. É ridículo. Além disso, a energia nuclear é mais limpa, não? Sabe o que mais me irrita é que apesar de todo o blablabla de nosso presidente, o Irã não quebrou nenhuma das regras do Tratado de não-proliferação nuclear, e mesmo assim os europeus e americanos continuam impondo sanções que tornam nossa economia ainda pior. Eu não quero uma bomba nuclear e nem acho que deveríamos ter uma - é perigoso demais. Agora, até a CIA já disse oficialmente que não estamos fazendo uma bomba, e as sanções continuam até hoje."

sábado, 14 de novembro de 2009

A importância da exploração espacial

(ou resposta ao post sobre "água na lua")


Em resposta ao post sobre a lua e alusão aos programas de exploração espacial, resolvi escrever esse artigo por considerar o espaço de comentário um pouco pequeno para tal e também porque essa resposta refere-se somente ao trecho em que se questiona os bilhões de dólares investidos em novas descobertas fora do planeta.

Primeiro, vamos colocar as coisas em perspectiva. Se voltarmos na história há um pouco mais de 500 anos e compararmos China e Portugal teremos uma interessante resolução para essa questão, embora eu aprofundarei de forma mais direta na sequência. No começo do século 15 a frota naval chinesa era dez vezes maior que a de Portugal ao final do mesmo século. Enquanto Colombo tinha 17 navios e 1500 homens na maior de suas expedições, Zheng He chegou a ter 317 navios e 27000 homens na primeira expedição que fez (outras 5 teriam sucedido esta). Porém após a década de 1430 o imperador Ming considerou outras prioridades, e foram os portugueses e europeus que lideraram a exploração e posterior descoberta do novo mundo. Enquanto europeus navagevam com entusiasmo e esperança, a China reforçava suas fronteiras, evitando encontros com o inesperado. Totalmente equipados com a tecnologia, inteligência e recursos, os chineses preferiam deixar a si mesmos para serem descobertos ao invés de descobrirem.
O julgamento do tempo foi que os chineses escolheram mal, e alguns chegam a inferir que as consequências da estagnação provocada pelo enclausuramento de sua sociedade dentro do território cercado pela Grande Muralha ainda são vistos hoje em dia. O que nos leva ao fato de que em tempos vindouros, historiadores estarão escrevendo e analisando nossas escolhas, tanto nossas propostas de exploração como quanto realmente nos empenhamos para tal.

Os que opõem os programas espaciais admitem que os governos gastam demais em outras áreas, mas que isso não justifica gastar tanto em pesquisa espacial. Primeiro, dinheiro gasto em pesquisa e desenvolvimento espacial não desaparece de uma hora para outra. É direcionado a criação e descoberta de novos conhecimentos, trabalhos, negócios e tecnologias, muitas das quais tem aplicação direta, e relevância, em outras atividades. Como, por exemplo, o programa para levar uma nova expedição a lua que requer, só para citar algumas coisas, geração de energia solar, tecnologia criogênica (resfriamento e armazenamento de gases) e interações humano-robóticas. Evidentemente que a pesquisa nestas áreas vão beneficiar nosso sistema de geração de energia, meio-ambiente, serviços médicos, entre outras coisas. Outro fator é que muito da tecnologia envolvida na iniciativa espacial está diretamente ligada aos programas de defesa militar - daí um interesse conjunto de exército e agência espacial.

Em relação a ciência, o retorno de tais investimentos é imensurável. O telescópio Hubble, literalmente, mudou nosso entendimento do universo. Imagine um telescópio na lua, livre tanto da radiação do Sol quanto da Terra. Existe o potencial de vermos ainda além no espaço, muito além do que qualquer outro mecanismo idealizado ou construído até hoje. A chegada do homem na lua per se trouxe muito mais conhecimento sobre a geologia do asteróide do que outras sondas robóticas teriam feito em décadas.

E por último, mas não menos importante, é o desejo inato do ser humano de aprender mais, de ver mais, e explorar o desconhecido. Enquanto isso certamente não seria colocado dentro das explicações requeridas para o investimento governamental na área, definitivamente tem um lugar importante em nossa sociedade. As possibilidades míticas e/ou poéticas que os programas espaciais iniciados no último século trouxeram possivelmente mudaram nossa sociedade de alguma forma - a simples visão da Terra flutuando na infinita escuridão é potente e traz questionamentos. A exploração espacial tem um propósito claro, expande nossos sentidos e compreensão, e certamente a concepção do "possível" e do "limite".

Dinheiro deve ser gasto em programas sociais e melhorias em nossos sistemas, e centenas de bilhões são gastos todos os anos. Entretanto um ponto que não pode ser ignorado são os potenciais e significativos avanços que podem ser alcançados e que beneficiariam toda a humanidade, de forma direta ou não. Em prol do nosso crescimento como individuos e sociedade, temos que aceitar certos riscos e olhar para o desconhecido, investigar o que não conhecemos e buscar a compreensão do que nos é, até o momento, pouco compreensível ou misterioso.

Os ganhos imediatos sempre tendem a ofuscar as possibilidades de futuros benefícios.

再见

APAGÃO x RODOANEL

De que lado você esta?


Apagão: quem desligou a luz?

O apagão da ultima terça-feira trouxe a tona o problema de infra estrutura que a muito assola o país. Na sexta-feira 13, um acidente na obra do maior sistema viário em construção no país virou motivo de chacota por parte do partido do governo federal.

Vale lembrar que a obra viária que irá desafogar o caótico transito da capital também é financiada com dinheiro federal, é se não mais, uma das mais importantes obras viárias que muito vai colaborar com o deslocamento na região metropolitana e também com aqueles que pela região passam.
Uma coisa é cobrar explicação de “Deus” pelo blecaute de terça-feira, que afetou 18 estados e o Paraguai, outra é acusar o governador por um acidente numa obra.
Oras, as duas esferas precisam explicar como o dinheiro público investido tem trazido retorno e porque algumas vezes esse retorno não satisfaz ou o dinheiro foi mal investido.
Sabemos que há muito falta investimento em infra estrutura, e a causa mais provável para o “apagão” é que houve um planejamento errôneo no projeto de distribuição. No caso do rodoanel, o investimento em infra estrutura no Metrô, Marginais, Rodoanel e a aceleração dessas obras para as eleições é bem vinda. Teremos obras acabadas e verdadeiramente úteis, mais que apenas um palanque eleitoreiro.


Rodoanel: Não vejo a hora de tê-lo aqui na tribo.

Nenhum dos dois deveria ter acontecido. Mas parece-me que os lados opostos torcem para que tudo dê errado. Lembro quando um ministro do governo federal comemorou a causa do acidente com um avião em Congonhas. Ridículo. No maior acidente aéreo o ministro mandava um “fode-se” á oposição, que acusava o governo de administrar mal o setor aéreo. A poucas semanas, a candidata (e provável presidenta) do país falava em 400x0, um vantajoso placar a favor da situação e que o país não corria risco de blecautes.

O ministro do governo federal minimizar dizendo que foi um micro-problema apenas reforçou aos meus olhos o despreparo dos políticos que governam nosso país. Apenas políticos: nenhum técnico.

A briga aqui na tribo também é feroz: Nosso cacique é da situação federal e não consegue ou não quer que o mandatário estadual da oposição faça investimentos na cidade. Triste. Dezenas de obras paradas, depreciando um investimento e os impostos que recolhemos com tanta dificuldade e trabalho. Difícil.

Bom, resta torcer para não termos um grande problema.


O grande problema: Imperícia.

Água na Lua

A exploração espacial tomou um novo rumo, particularmente referindo-se a uma permanecia prolongada do homem no nosso satélite natural. A descoberta de água, ainda que solidificada nas crateras permanentemente em sombras, desmistifica um lugar triste, vazio, morto.

Ai muitos se perguntam: Pra quê?

Os bilhões de dollares investidos em novas descobertas fora do planeta, e na exploração e na permanência de pessoas no espaço poderiam ser revertidos para diminuir o sofrimentos de famintos na África, minimizar efeitos de guerras no Oriente Médio, talvez acabar com o tráfico de drogas que tem origem na América.


Viu? Água na Lua: torneiras secas.

Mas o que mais intriga muitos é o fato de faltar água (potável) nas torneiras.

O Brasil, como todos sabem, é a maior reserva de águas doce do mundo, temos a maior bacia (Amazônica), temos altos índices de chuvas, principalmente no verão mas, falta água para nossas necessidades básicas. Não estou falando somente de grandes regiões metropolitanas, e sim de um pais inteiro. (se quiser pode prolongar isso para o resto do planeta também)

Aqui em Guarulhos, tribo onde moro, o serviço de fornecimento funciona por 2 dias, 1 pára. Quando retorna demora quase um dia para que o fornecimento seja normalizado nas regiões mais altas da tribo. Soma-se a isso, obras de melhoria ou ampliação, que repetidas vezes mal planejadas, interrompem o fornecimento naqueles 2 dias em que o fornecimento deveria ser normal (ou quase). Pra piorar, um “apagão” parou o funcionamento de bombas e do tratamento das águas, deixando mais de 2 milhões sem águas nas caixas.


Um imbecil da tribo.

Esse problema de abastecimento só tem piorado com o passar dos anos. Reservas verdes que protegem os mananciais são cada vez mais derrubadas para construção de condomínios ou invadidos por habitações populares (ou nem tanto), secando as fontes e contaminando o solo.


Represa Billings: Descaso.

Um bom exemplo são as represas Billings e Guarapiranga, na tribo São Paulo. Recentemente, o governo desistiu de tirar as milhares de pessoas que contaminam os maiores reservatórios da região metropolitana.

Algum tempo atrás li um pequeno livro (me perdoem não lembrar o nome) que falava de forma acelerada o desenvolvimento da civilização, desde a era da rocha, e em certa parte os nativos tinham suas habitações e jogavam o que não era útil e seus dejetos pelas janelas. Na história, o líder dos nativos implementou um sistema de captação desses “esgotos” e encaminhava até o riacho próximo, o que causou outro problema: a contaminação das águas provocando doenças aos nativos. Para resolver isso, represou as águas antes da tribo para consumo, e matou o riacho após.

Nessa sexta-feira, um programa de TV apresentou a destruição do cerrado brasileiro e seus efeitos e as previsões de especialistas ambientais. Lamentável o futuro das próximas gerações. Com a destruição das matas, não vai sobrar águas para ninguém.

Cerrado: Caixa d´água do Brasil sobre ameaça.

Isso faz lembrar de outro livro “Passageiro do futuro” (coleção vaga-lume): Em certo ponto o personagem acordava e observava um imenso deserto de sua janela e imaginava: “-como pode ali ter sido a maior floresta do mundo?” Não é exagero, a floresta tem sido engolida por plantações de soja e à quem culpar pelo crescimento econômico?

Cada dias mais, os pequenos riachos de nossas infâncias tem sido canalizados e rebatizados de córregos, sentimos cada vez mais os efeitos de problemas de abastecimento de águas. São raras exceções de organismos públicos ou não que tratam os esgotos evitando contaminar as águas e o solo.

Afinal, agora que confirmou águas na lua, tragam um balde, pois em casa está faltando.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Onde é que nós estamos?

Junto aqui duas manchetes, uma do "Valor Econômico", que compara os salários dos servidores estatutários e da iniciativa privada em 2008, e outra da Folha, sobre o rombo da previdência pública.

Resumindo, o servidor público estatutário ganha o dobro do salário do trabalhador da iniciativa privada e depois se aposenta ganhando múltiplas vezes mais, porque vai para a casa, viver mais uns 20, 30 anos, com o povo lhe pagando salário integral.

Sem contar que os trabalhadores privados podem ser demitidos a qualquer momento, sob pretexto de qualquer crise, mas os estatutários têm estabilidade no emprego, com crise, sem crise, faça chuva ou faça sol. Só saem se aprontarem daquelas da pesada.

Então, como ficamos? A média ( m é d i a ! ) das aposentadorias do serviço público é de R$ 5.355, e a da iniciativa privada é de R$ 707. A média de um é, repetindo, de R$ 5.355, e a máxima do outro, de R$ 3.219.

Isso sem falar nas médias ( m é d i a ! ) das aposentadorias do Judiciário, de R$ 15.107, e do Legislativo, de R$ 15.107.

Onde é que nós estamos?! Que país é este?!

É assustador, principalmente sabendo-se que chegamos a isso depois das reformas da Previdência de FHC e do início do governo Lula. Ou as reformas não serviram para nada, ou seria ainda bem pior sem elas.

Isso explica, com a transparência de lagos suíços, por que os engenheiros, arquitetos, jornalistas e físicos, entre tantos outros, saem das universidades direto para concursos públicos para virarem burocratas. A garotada só pensa nisso: concurso.

E é exatamente essa a alavanca da multiplicação das faculdades de Direito. Na verdade, muitas, senão a maioria, deveriam se chamar faculdades de... concurso.

Há um círculo vicioso, que só aumenta de ano para ano, com os empregos e os salários do setor privado incompatíveis com a garotada de nível superior e um avanço esfomeado por vagas nas várias esferas de governo. É um processo preocupante, porque em boa coisa, e em boa conta, não vai dar. E é a maioria que arca com essa "coisa" e paga essa conta.

Governantes vêm e vão, mas os problemas que eles criam, relevam ou aumentam, ficam. Um dia, a casa cai.