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Um lugar onde se junta pessoas dos mais diversos estilos, etnias, gostos e opiniões e ficam aqui, sem qualquer tipo de receio, levando a banca suas palavras e considerações sobre os mais diversos assuntos.
Vamos apresentar nossas idéias, debatê-las ao fundo e, se alguma coisa for útil, agregar às nossas, se não, engavetá-las!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Almeida reclama do abandono do Estado no tratamento de esgoto

Fonte: Blog do Alfredo - www.alfredomarinho.blogspot.com

por Alfredo Marinho.

O prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida, esteve presente nesta terça feira na plenária do Orçamento Participativo 2009, que aconteceu na Escola Municipal Chico Mendes, zona leste da cidade. Acompanhado pela maior parte dos secretários e vereadores que compõem seu governo, o prefeito fez um discurso muito aplaudido pela comunidade local, que compareceu timidamente ao evento.

Enquanto discursava, um telão exibia imagens de obras que a prefeitura realizou nos últimos anos e obras em andamento financiadas com recursos do PAC, entre as quais, a construção de duas centrais de tratamento de esgoto que deverão estar concluídas até 2010. Ao falar do assunto, o prefeito comentou que a cidade foi recentemente acusada pelo governo do Estado de ser a responsável pela poluição do rio Tietê devido não fazer o tratamento de seu esgoto. Segundo ele, o fato da cidade não tratar o esgoto se deve ao descaso do governo do Estado, que deveria investir em obras deste tipo na cidade através da Sabesp. Além disso, a cidade seria responsável apenas por 4% da poluição do rio. “Lá em São Paulo, nas marginais Pinheiros e Tietê o rio já está poluído”, disse.

Guarulhos é a segunda cidade mais populosa do Estado de São Paulo e não possui estação de tratamento de esgoto construída pela empresa de saneamento básico do Estado, Sabesp. “O governo federal está sendo parceiro de Guarulhos nessa luta, fazendo os repasses para as obras serem feitas. O governo do Estado devia ajudar a cidade ao invés de fazer uso político desse atraso”, disse.

O prefeito acrescentou ainda que até o final de seu mandato, que termina em 2012, a cidade estará tratando cerca de 70% de seu esgoto nas novas centrais de tratamento que serão construídas. Entre outras reivindicações, a população votou pelo bilhete único e pela implantação de um curso de medicina na Unifesp Guarulhos.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cientistas refutam benefícios extras dos alimentos orgânicos

Os alimentos orgânicos não apresentam benefícios nutricionais ou para a saúde superiores aos alimentos comuns, concluiu um estudo grande divulgado nesta quarta-feira.

Pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres disseram que os consumidores estão pagando preços mais altos por alimentos orgânicos devido a seus supostos benefícios para a saúde, criando um mercado global de orgânicos que movimentou US$ 48 bilhões em 2007.

Mas uma revisão sistemática feita em 162 artigos científicos publicados nos últimos 50 anos não constatou diferença significativa entre os alimentos orgânicos e os outros.

"Constatou-se que existe um número pequeno de diferenças em teor de nutrientes entre os alimentos orgânicos e os que são produzidos convencionalmente, mas que é pouco provável que elas tenham relevância em termos de saúde pública", disse um dos autores do relatório, Alan Dangour.

"Nossa revisão indica que não existem no momento evidências que fundamentem a escolha de alimentos orgânicos em detrimento dos alimentos convencionalmente produzidos, com base na superioridade nutricional de uns sobre outros."

Os resultados da pesquisa, que foi encomendada pela Agência de Padrões de Alimentos do governo britânico, foram publicados no "American Journal of Clinical Nutrition".

As vendas de alimentos orgânicos vêm caindo em alguns mercados, incluindo o Reino Unido, na medida em que a recessão vem levando os consumidores a reduzir suas compras.

A Associação dos Solos disse em abril quem em 2008, após uma queda na demanda no final do ano, as vendas de produtos orgânicos na Grã-Bretanha cresceram apenas 1,7%, muito abaixo do índice de crescimento anual médio de 26% verificado nos últimos dez anos.

Mais detalhes (em inglês)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Expulsão de servidores públicos por corrupção bate recorde


Extraído de: O Estado de São Paulo
Marcelo de Moraes, Brasília.

No mês passado, o governo bateu seu recorde de expulsões de servidores públicos por envolvimento em atos de corrupção dentro da administração federal. Ao todo, 43 funcionários foram afastados definitivamente da máquina pública, elevando para 2.179 o número de expulsões de servidores feitas pelo governo desde 2003.

Isso produz uma média anual de 311,2 expulsões e mostra a intensidade de atos de corrupção a que o governo federal está exposto, especialmente porque esses dados não incluem as ocorrências em estatais.

No lote de 2.179 expulsões, 1.878 representaram demissões sumárias do emprego. Outras 169 foram destituições de cargos ou funções e 132, cassações de aposentadorias. Boa parte dos casos envolve o uso do cargo em proveito pessoal ou recebimento de suborno.

Apesar disso, a expulsão do serviço público raramente significa punição penal para os envolvidos. Ao mesmo tempo em que celebra o aumento de eficiência dos mecanismos de combate à corrupção do governo, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, lamenta que a Justiça não consiga punir os culpados pelas irregularidades.

"Esse número demonstra como estamos mudando a cultura de impunidade que prevaleceu por muito tempo na administração pública brasileira, onde nada acontecia com os corruptos. Agora acontece. Eles perdem o cargo. Se não vão para a cadeia, isso já é com a Justiça", diz o ministro Hage.

Segundo ele, a administração está fazendo sua parte, aplicando as penas que dependem só dela, como a demissão, a destituição e cassação de aposentadorias. "Além, é claro, das penas menores, que são a suspensão e a advertência, que estão fora dessa conta", afirma.

INVEJA

Ex-juiz, o ministro admite sentir "inveja" dos Estados Unidos, onde crimes de fraudes, como o que envolveu Bernard Madoff, foram rapidamente resolvidos pela Justiça com condenação à prisão do empresário. Para ele, não faz sentido que pessoas condenadas por irregularidades em duas instâncias da Justiça tenham sua inocência presumida até serem julgadas pelas cortes superiores, o que acaba garantindo a liberdade.

"Quero deixar claro que a ausência de punições pelo Judiciário não é culpa dos juízes. Eu próprio fui juiz durante 12 anos e sei o que acontece. Os juízes de 1º grau condenam sim, e os Tribunais de Justiça, ou os regionais, muitas vezes confirmam a condenação. O problema é que há uma infinidade de recursos que a lei processual permite aos réus, que nunca acaba e prolonga os processos por 10 ou 20 anos", diz.

"E há um entendimento, a meu ver equivocado, dos tribunais superiores, de que a pena só pode começar a ser cumprida depois de esgotados todos os recursos. Ou seja, mesmo após duas condenações, pelo juiz e pelo Tribunal de Justiça ou pelo Regional Federal, ainda entendem que esse réu ?se presume inocente?! Ora, isso, no caso dos réus endinheirados, que podem pagar os melhores criminalistas, significa que as condenações jamais são cumpridas, pois essas sentenças jamais transitam em julgado", lamenta Jorge Hage.

Na opinião do ministro, a solução para garantir consequência às descobertas de casos de corrupção passa pela alteração do Código de Processo Penal para reduzir os recursos e outros incidentes protelatórios. "No Brasil, esses recursos são os mais generosos do mundo com os criminosos, sobretudo os de colarinho branco. Enquanto isso não ocorre, somos nós que estamos condenados a continuar morrendo de inveja de países como os Estados Unidos, que podem mandar um Madoff para a cadeia em menos de um ano para cumprir 150 anos de prisão, logo após uma primeira condenação por uma corte de Nova York. Lá eles não esperam o réu esgotar todos os recursos e ir até a Suprema Corte coisa nenhuma. E ninguém disse que eles não respeitam as garantias da ampla defesa ou o princípio da presunção de inocência", afirma o ministro.

Hage considera difícil falar em cifras para medir os rombos provocados com irregularidades envolvendo recursos da administração pública. "Circulam por aí algumas cifras, que às vezes aparecem na mídia, vindas de algumas fontes nacionais ou internacionais. Para mim, todas elas são chutes. São estimativas sem base científica séria ou aceitável. Ninguém fez ainda esse estudo de forma sólida."

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Deus e o Jardim das Delícias

Convenhamos que religião e nosso conhecimento do mundo não andam exatamente de braços dados. De um modo geral, virgens não costumam dar à luz (especialmente não antes do desenvolvimento de técnicas como a fertilização "in vitro") e pessoas não saem por aí ressuscitando. Em contextos normais, um homem que veste saias e proclama transformar pão em bife sempre que dá uma espécie de passe seria prudentemente internado numa instituição psiquiátrica. E não me venham dizer que a transubstanciação é apenas um simbolismo. Por afirmar algo parecido --a "impanatio"--, o teólogo cristão Berengar de Tours (c. 999-1088) foi preso a mando da Igreja e provavelmente torturado até abjurar sua teoria. Ele ainda teve mais sorte que o clérigo John Frith, que foi queimado vivo em 1533 por recusar-se a acatar a literalidade da transformação.

Quando se trata de religião, aceitamos como normais essas e muitas outras violações à ordem natural do planeta e à lógica. A pergunta que não quer calar é: por quê?

Ou bem Deus existe e espera de nós atitudes exóticas como comer o corpo de seu filho unigênito ou o problema está em nós, mais especificamente em nossos cérebros, que fazem coisas estranhas quando operam no modo religioso. Fico com a segunda hipótese. Antes de desenvolvê-la, porém, acho oportuno lembrar que a própria pluralidade de tabus ritualísticos depõe contra a noção de Verdade religiosa.

Se existe mesmo um Deus monoteísta, o que ele quer de nós? Que guardemos o sábado, como asseguram judeus e adventistas; que amemos ao próximo, como asseveram alguns cristãos; que nos abstenhamos da carne de porco, como garantem os muçulmanos e de novo os judeus; ou que não façamos nada de especial e apenas aguardemos o Juízo Final para saber quem são os predestinados, como propõe outra porção dos cristãos?

Talvez devamos eliminar os intermediários e extrair a Verdade diretamente nos livros sagrados. Bem, o Deuteronômio 13:7-11 nos manda assassinar qualquer parente que adore outro deus que não Iahweh; já 2 Reis 2:23-24 ensina que a punição justa a quem zomba de carecas é a morte. Mesmo o doce Jesus, fundador de uma religião supostamente amorosa, em João 15:6, promete o fogo para quem não "permanecer em mim".

E tudo isso em troca do quê? A Bíblia é relativamente econômica na descrição do Paraíso, mas o nobre Corão traz os detalhes. Lá já não precisamos perder tempo com orações e preces, poderemos beber o vinho que era proibido na terra (Suras 83:25 e 47:15), fartar-nos com a carne de porco (52:22) e deliciar-nos com virgens (44:54 e 55:70) e "mancebos eternamente jovens" (56:17). O Jardim das Delícias parece oferecer distrações para todos os gostos, mas, se banquetes, prostíbulos e saunas gays já existem na terra, por que esperar tanto... --poderia perguntar-se um hedonista empedernido.

Volumes e mais volumes podem ser escritos para apontar as incoerências e desatinos dos chamados textos sagrados. Se acreditamos que um Deus pessoal chancelou ou ditou cada uma dessas obras, temos, na melhor das hipóteses, um Ser Supremo com transtorno dissociativo de identidade, também conhecido como personalidade múltipla. Espero que, no fim dos tempos Ele esteja judeu de novo. Tenho um primo que faria bom uso do Paraíso...

Voltando às coisas sérias, uma possibilidade mais plausível é que o chamado cérebro espiritual, os módulos neuronais que criam e processam ideias religiosas, seja menos permeável aos circuitos lógicos. Quem faz uma interessante análise do problema é o médico e geneticista americano David Comings em seu monumental "Did man create God?", uma ampla revisão de quase 700 páginas em que o autor esmiúça o caso de Deus sob todas as vertentes da ciência, em especial a neurologia.

Para ele, ao contrário do mais provocativo Richard Dawkins, a religião dá prazer, foi fundamental na evolução de nossa espécie e só será extinta quando o último homem morrer. Mais importante, Comings acredita que os cérebros racional e espiritual, embora funcionem de modo independente um do outro, podem de algum modo ser conciliados no que o autor chama de "espiritualidade racional". Cuidado aqui, o espiritual é uma esfera que abarca a religião, mas é mais ampla do que ela. Inclui outras tentativas de tocar a transcendência.

Num resumo algo grosseiro da mensagem central de Comings, só o que precisaríamos fazer é admitir que foi o homem que criou a ideia de Deus e escreveu os livros supostamente sagrados. Assim, nenhuma religião é verdadeiramente "a Verdadeira" ou intrinsecamente superior às concorrentes. Já não é necessário que guerreemos para descobrir se é o Deus cristão ou muçulmano que está certo. No limite, entregamos Deus para conservar uma espiritualidade menos belicosa, que nos permita a experimentar a transcendência a baixo custo.

É uma proposta engenhosa, mas, receio, muito difícil, quase impraticável. O monoteísmo já traz em germe a ideia de que existe um único caminho para a salvação e todo os que não o seguem estão condenados. Embora a maioria das pessoas consiga enxergar e valorizar as semelhanças entre os Deuses das várias religiões, sempre emergirão grupos mais intolerantes que exigirão o exclusivismo. Por paradoxal que pareça, não se os pode acusar de irracionais. Eles apenas levam realmente a sério o que está escrito. Numa abordagem puramente lógica, o Deus dos católicos e o de Calvino, por exemplo, não podem estar certos ao mesmo tempo. O conflito é uma decorrência do cérebro racional processando uma ideia espiritual.

É claro que podemos e devemos incentivar posições pró-tolerância como a de Comings. Os níveis de guerras religiosas variaram ao longo das épocas, num processo que certamente tem algo a ver com o modo mais ou menos pluralista utilizado pelos clérigos em suas prédicas. Não devemos, contudo, ser ingênuos a ponto de imaginar que o conflito possa ser extinto. O mundo é um lugar cheio de problemas.

De minha parte, embora ímpio contumaz, também acredito em transcendência. Para mim, ela está em atividades biologicamente inúteis às quais nos dedicamos e atribuímos valor, como literatura, música, pintura, filosofia e, por que não?, teologia. Elas podem ser extremamente prazerosas e, no limite, preencher nossas vidas com um significado que a natureza apenas não lhes dá. Mas não é porque a literatura nos leva à transcendência que devemos achar que Aquiles ou Brás Cubas existem.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u595384.shtml

(Recomendo a todos a leitura das colunas de Helio Schwartsman, o acompanho há muitos anos e gosto da maneira como ele vê as coisas)

domingo, 19 de julho de 2009

A fé dos taxistas

LISBOA - Tempo estranho aqui em Lisboa. Calor, sim, com um toque de umidade tropical. Quem viaja do Rio para Portugal chega a Lisboa e até acredita que ainda está em Ipanema. Será isto o aquecimento global?

Os taxistas da cidade dizem que sim. Entramos no carro e eles transformam-se em pequenos Al Gores, dissertando furiosamente sobre as alterações climatéricas. "Antigamente, não era assim", dizem, com um tom de voz que prenuncia o Apocalipse. Antigamente, imagino eu, o clima era perfeito e uniforme. Como uma marcha militar.

Não vale a pena iludir: quando um taxista acredita no aquecimento global, o mundo caminho para a perdição. Esse, pelo menos, é o entendimento da cúpula do G8, que reuniu em Itália para, entre outras coisas, salvar a Humanidade. Julgava eu que salvar a Humanidade era cenário de Hollywood. Engano. Os líderes do G8 acordaram reduzir as emissões de CO2 em 80% e, mais ambicioso ainda, limitar o aquecimento global em 2º C. Tudo isso até 2050. Verdade que os países emergentes, como a Índia e a China, não parecem interessados em embarcar na fantasia. Mas será possível, apesar de tudo, reduzir mundialmente as emissões de CO2 para metade?

Antes de responder à pergunta, gostaria de formular outra. Uma pergunta mais básica e, no sentido próprio do termo, mais herética: o aquecimento global é para levar a sério?

A interrogação não é tolerada no mundo tolerante de hoje. Mas existem sinais de esperança e um deles vem na revista "Spectator" dessa semana, com artigo sobre Ian Plimer. Quem?

Professor de Geologia na Austrália, Plimer editou livro que as inquisições ecológicas desejam lançar nas fogueiras. Título: "Heaven and Earth: Global Warming The Missing Science". Tese: a ideia apocalíptica de que a atividade humana cria o aquecimento global vai contra a Física Solar, a Astronomia, a História, a Arqueologia e a Geologia. Ou, se preferirem, e ainda nas palavras do solitário Plimer, o "aquecimento global antropogénico" é a mais perigosa e ruinosa fraude da história.

Para Plimer, a contribuição humana para o aquecimento planetário é diminuta porque as variações climatéricas, analisadas sob a perspectiva macro da Geologia, sempre estiveram presentes nos milhares de milhões de anos da Terra. E muito antes dos seres humanos serem sequer uma possibilidade nos desígnios da criação.

Leio o artigo de Plimer enquanto o taxista dirige e disserta e, apesar do prazer na leitura iconoclasta, não encontro nele nada de particularmente novo. Peço desculpa pela imodéstia. Sim, não sou geólogo. Mas confesso que li alguma História e, ao contrário dos exércitos ecológicos, sempre tentei aprender alguma coisa com ela.

Segundo a ortodoxia do aquecimento global, o mundo aquece porque o homem pós-industrial contribui para esse aquecimento de forma irresponsável e crescente. O meu problema começa logo com esses dois adjetivos. "Irresponsável"? Duvidoso que a ação humana seja a principal responsável pela aquecimento planetário quando a palavra maior pertence à própria natureza, que emite quantidades incomparáveis de CO2 para a atmosfera.

Mas problemático é acreditar numa ação "crescente" do homem quando a história, remota ou recente, mostra variações climatéricas que estão longe de ser graduais e uniformes. Fato: o mundo aqueceu entre 1920 e 1940 (0,4º C). Fato: o mundo aqueceu a partir de 1975 e até aos inícios do presente século (0,5º). Mas o mundo também arrefeceu entre 1940 e 1975 (0,2º C). E, ao contrário do que diz o meu taxista, o mundo arrefeceu desde o início do século 21.

Tudo isso é história recente? Então olhemos para a história remota e pré-industrial. Lemos os documentos que o monaquismo ocidental foi legando para a posteridade e, a partir do século 11, encontramos um mundo medievo estranhamente quente e, talvez por isso, estranhamente produtivo. Exatamente o contrário dos séculos 17 e 18, quando uma pequena idade glacial permitia aos londrinos cruzar um rio Tamisa congelado.

Opinião pessoal? Sabemos pouco sobre os humores do clima. E é precisamente essa ignorância que permite decretar certezas com a arrogância própria dos fanáticos. Para Plimer, essas "certezas" não são mais do que expressões de fé num mundo sem religião. Ou, dito de outra forma, com o declínio do Cristianismo no Ocidente, os homens canalizaram os seus sentimentos fideístas para um "panteísmo" alarmante, vislumbrando no clima, e nas naturais variações dele, uma secularização das pragas bíblicas, prontas para punir os pecados da Humanidade.

Os pecados "capitalistas" da Humanidade, acrescento eu. Faz sentido. Se o marxismo não cumpriu a sua promessa "científica", os órfãos da ideologia esperam agora por um deus verde e vingativo para nos destruir e salvar.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/joaopereiracoutinho/ult2707u593993.shtml

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Pizzaiolos exigem pedido de desculpas de Lula e Cristovam por ofensa à profissão

da Folha Online
A Contratuh (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade) e o Sinthoresp (Sindicato dos Trabalhadores de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares) querem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva peça desculpas por usar de forma "pejorativa e depreciativa" a profissão de pizzaiolo.
O ofício foi protocolado nesta quinta-feira e inclui o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que também fez comparações incluindo os pizzaiolos.
Na última quarta-feira (15), questionado se a CPI da Petrobras acabaria "em pizza temperada com pré-sal", Lula criticou os senadores da oposição que trabalham para que a comissão parlamentar pegue fogo: "Todos eles são bons pizzaiolos".
Ao repercutir a declaração de Lula, Cristovam disse que se sentia "profundamente ofendido" ao ser chamado de pizzaiolo.
"O presidente Lula fez uma declaração infeliz, ao usar uma ocupação para ofender outros políticos. Posteriormente o senador Cristovam Buarque na ânsia de devolver a agressão minimizou a nada o artesão que confecciona a pizza", disse por meio de nota o vice-presidente da Contratuh e presidente do Sinthoresp, Francisco Calasans Lacerda.
Para as entidades, o pedido de desculpas mostraria humildade e maturidade política. "Espero que eles tenham o espírito democrático e reconheçam publicamente que cometeram um grave erro. Além de elegante, neste momento, seria a única coisa correta a ser feita", afirmou Calasans
Se o presidente e o senador não oficializarem o pedido de desculpas, as entidades pretendem convocar uma assembleia para decidir quais medidas serão tomadas.
"Nós temos obrigação moral e constitucional de defender a nossa classe. Caso ambos não peçam desculpas publicamente, nós reuniremos os nossos associados e em assembleia decidiremos o próximo passo. É preciso nos manifestarmos, para que os nossos trabalhadores não sejam nunca mais desvalorizados", disse Calasans.
O presidente e o senador ainda não se posicionaram sobre o pedido das entidades.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Energia Renovável e o Plano Britânico

Até usinas nucleares apareceram no ambicioso e caro plano dos britânicos, divulgado hoje, para reduzir as emissões de gás estufa. O pessoal do Reino Unido está indo bem: já reduziram 21% das emissões em comparação com 1990. Mas querem que esse valor chegue a 34% até 2020.

Ainda há onde melhorar, especialmente porque na hora de produzir energia elétrica a situação ainda é feia na terra da rainha. Mais de 75% da energia dos britânicos é produzida em usinas de carvão e de gás, que emitem uma barbaridade de gases-estufa. Não chega a ser pior do que nos EUA, onde 86% da energia produzida vem de fontes fósseis (especialmente o carvão, a pior delas), mas ainda é muito. No Brasil esse valor nem chega a 20%.

O plano britânico quer aumentar a fatia dos renováveis na sua pizza energética. Hoje ele é bem pequena, coisa de 6%, mas eles querem, em 11 anos, aumentar esse valor para 31%.

Sol e rios não são particularmente os motivos que levam alguém a visitar a Inglaterra, então restam, como fontes verdes de energia, o vento (eles querem investir mais de 370 milhões de reais em energia eólica) e as marés, que ainda não deslancharam como fonte energética em nenhum lugar do mundo (mas que receberão mais de 180 milhões). Funciona mais ou menos assim: conforme as marés fazem o nível do mar subir e descer, oferecem energia que pode ser convertida em eletricidade. Novas usinas nucleares também estão nos planos. Consideradas há décadas vilãs do mundo energético, elas voltaram a receber olhares simpáticos. Afinal, elas podem ter defeitos, mas emissões de gás carbônico não são um deles.

Ainda assim, mesmo que tudo dê incrivelmente certo, até 2020 metade da base energética britânica ainda não será renovável. A proposta mágica do governo de Gordon Brown é juntar esse gás carbônico todo que será liberado pelas usinas e guardar em algum lugar - em poços profundos, por exemplo. Mas ainda não se sabe se essa estocagem será viável.

Keep walking

"A estratégia que estamos lançando hoje delineiam a visão do governo para um futuro de baixo carbono no Reino Unido, remodelando a maneira como vivemos e trabalhamos em cada aspecto das nossas vidas", disse o ministro dos Negócios britânico, Peter Mandelson. E ele não está brincando: no que depender do governo, os britânicos, além de verdes, ficarão magrinhos. Estimular a população a trocar os carros pelas ciclovias e pelas pernas também faz parte do plano. Mais de 400 milhões de reais serão gastos até 2011 para promover a vida sobre duas rodas.

Além disso, o governo britânico vai estimular, através de financiamentos e abatimentos, a modernização de casas e ambientes de trabalho para que gastem menos energia.

A caminho de Copenhague

Essas ações, acreditam os britânicos, podem servir de exemplo para as outras nações em dezembro, quando o mundo se reúne em Copenhague para tentar chegar a um novo acordo global sobre a proteção do clima. A perspectiva para Copenhague não é das melhores: embora todo mundo concorde que o aquecimento global precisa ser limitado a 2 graus Celsius acima da média pré-industrial (do contrário há risco de desastres climáticos incontroláveis e que se retroalimentam) e que o ideal seria cortar emissões em pelo menos 50% até 2050, não há nem sombra de acordo sobre metas de curto e médio prazo - que têm custo político, já que, em 2050, os governantes atuais estarão todos mortos ou sem intenções de se reeleger.

Para que a meta de longo prazo seja economicamente viável, as emissões globais terão de declinar a partir de 2020, no máximo. E aqui é onde o consenso acaba.

Veja aqui o sumário executivo do plano britânico e aqui uma análise excelente do colunista George Monbiot, do jornal inglês The Guardian, sobre o assunto (ambas em inglês).

sexta-feira, 10 de julho de 2009

"Ingana" que eu gosto

O Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA), ligado ao governo federal, divulgou estudo mostrando que os pobres pagam, proporcionalmente, mais impostos do que os ricos. A razão disso é simples: os impostos indiretos. Números: os 10% mais pobres comprometem 33% do que ganham com impostos; os 10% mais ricos, 23%.

O pobre se imagina livre da mordida porque não paga imposto de renda. Nesse caso, ricos e pobres são diariamente enganados porque não fazem a menor ideia de quanto pagam de imposto ao comprar cada produto. Basta uma simples medida educativa, simplíssima, para acabar com enganação --na hora da compra, sermos informados sobre quanto vai para manter os governos, onde, como sabemos, o desperdício é a regra.

Assim, todos os dias poderíamos sentir o peso do governo --e ficar ainda mais estimulados a cobrar melhor resultados.

Brinca-se que somos país "Ingana" --o imposto inglês com o serviço público de Gana. Medidas educativas para conscientizar sobre como pagamos nossos impostos ajudariam a ser menos enganados. E, quem sabe, ficarmos menos próximos de Gana e mais da Inglaterra.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/gilbertodimenstein/ult508u589023.shtml

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Revolução

A quanto tempo estamos acomodados com o que é imposto pelos "políticos" coronéis de nosso país? Já são 77 anos de braços cruzados, bocas abertas e ouvidos desatentos. A pouco ou falta de educação, aliada ao circo apresentado gratuitamente, bolsas e outros ingradientes indigestos, fazem de nós um povo pacato, qu aceita os mandos e desmandos da capital federal e todos os outros níveis administrativos.



O mais difícil é saber que poucas são as mentes que têm algum poder de influenciar uma mudança. O poder do voto está contaminado, vendido. O poder de se expressar não é entendido. Somos um pacado influenciável povo, sem governo, sem educação, abandonados a própria sorte.

Valorize-se



Cabe também ás outras casas legislativas e executivas pelo nossa grande país afora.