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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Energia Renovável e o Plano Britânico

Até usinas nucleares apareceram no ambicioso e caro plano dos britânicos, divulgado hoje, para reduzir as emissões de gás estufa. O pessoal do Reino Unido está indo bem: já reduziram 21% das emissões em comparação com 1990. Mas querem que esse valor chegue a 34% até 2020.

Ainda há onde melhorar, especialmente porque na hora de produzir energia elétrica a situação ainda é feia na terra da rainha. Mais de 75% da energia dos britânicos é produzida em usinas de carvão e de gás, que emitem uma barbaridade de gases-estufa. Não chega a ser pior do que nos EUA, onde 86% da energia produzida vem de fontes fósseis (especialmente o carvão, a pior delas), mas ainda é muito. No Brasil esse valor nem chega a 20%.

O plano britânico quer aumentar a fatia dos renováveis na sua pizza energética. Hoje ele é bem pequena, coisa de 6%, mas eles querem, em 11 anos, aumentar esse valor para 31%.

Sol e rios não são particularmente os motivos que levam alguém a visitar a Inglaterra, então restam, como fontes verdes de energia, o vento (eles querem investir mais de 370 milhões de reais em energia eólica) e as marés, que ainda não deslancharam como fonte energética em nenhum lugar do mundo (mas que receberão mais de 180 milhões). Funciona mais ou menos assim: conforme as marés fazem o nível do mar subir e descer, oferecem energia que pode ser convertida em eletricidade. Novas usinas nucleares também estão nos planos. Consideradas há décadas vilãs do mundo energético, elas voltaram a receber olhares simpáticos. Afinal, elas podem ter defeitos, mas emissões de gás carbônico não são um deles.

Ainda assim, mesmo que tudo dê incrivelmente certo, até 2020 metade da base energética britânica ainda não será renovável. A proposta mágica do governo de Gordon Brown é juntar esse gás carbônico todo que será liberado pelas usinas e guardar em algum lugar - em poços profundos, por exemplo. Mas ainda não se sabe se essa estocagem será viável.

Keep walking

"A estratégia que estamos lançando hoje delineiam a visão do governo para um futuro de baixo carbono no Reino Unido, remodelando a maneira como vivemos e trabalhamos em cada aspecto das nossas vidas", disse o ministro dos Negócios britânico, Peter Mandelson. E ele não está brincando: no que depender do governo, os britânicos, além de verdes, ficarão magrinhos. Estimular a população a trocar os carros pelas ciclovias e pelas pernas também faz parte do plano. Mais de 400 milhões de reais serão gastos até 2011 para promover a vida sobre duas rodas.

Além disso, o governo britânico vai estimular, através de financiamentos e abatimentos, a modernização de casas e ambientes de trabalho para que gastem menos energia.

A caminho de Copenhague

Essas ações, acreditam os britânicos, podem servir de exemplo para as outras nações em dezembro, quando o mundo se reúne em Copenhague para tentar chegar a um novo acordo global sobre a proteção do clima. A perspectiva para Copenhague não é das melhores: embora todo mundo concorde que o aquecimento global precisa ser limitado a 2 graus Celsius acima da média pré-industrial (do contrário há risco de desastres climáticos incontroláveis e que se retroalimentam) e que o ideal seria cortar emissões em pelo menos 50% até 2050, não há nem sombra de acordo sobre metas de curto e médio prazo - que têm custo político, já que, em 2050, os governantes atuais estarão todos mortos ou sem intenções de se reeleger.

Para que a meta de longo prazo seja economicamente viável, as emissões globais terão de declinar a partir de 2020, no máximo. E aqui é onde o consenso acaba.

Veja aqui o sumário executivo do plano britânico e aqui uma análise excelente do colunista George Monbiot, do jornal inglês The Guardian, sobre o assunto (ambas em inglês).

4 comentários:

Darth Magnus disse...

Em tempos de busca e investimento em fontes de energias renováveis e limpas, o Brasil, eterno país do futuro, com um gigantesco potencial de geração deste tipo de energias, tem, em tempos de "apagões", a falta de investimento no setor e o uso de usinas de carvão, principalmente em São Paulo, usinas estas que além de poluir, distribuem uma energia de quilowatt-hora bem mais cara que a hidrelétrica.

Infelizmente ainda falta a nós deixarmos de ser o país do futuro e sernos o país do presente.

Alfredo de França disse...

Só um adendo, a produção de energia elétrica a partir de termoelétricas de carvão representam cerca de 1,5% do total de energia elétrica produzida no país. As outras termoelétricas funcionam a partir de gás importado da Bolívia (e somente em caso de emergência) e álcool.

Além disso, o Brasil tem sido um país de referência mundial na produção de energias limpas. Possui um ótimo potencial hidrelétrico e UTILIZA-O de forma adequada pois cerca de 90% da energia elétrica que nós utilizamos provêm desse meio.

Somos pioneiros na produção de biocombustíveis a partir das mais diversificadas matérias primas, como mamona, bagaço de cana, etc.
Somos os inventores e os únicos detentores da tecnologia de termoelétrias flex movidas à gás e álcool.

Recentemente, entraram em circulação em São Paulo os primeiros ônibus movidos a hidrogênio, que ao invés de fumaça exalam vapor de água...

Caras, onde vocês estão com a cabeça? Vivemos no país reconhecido mundialmente como referência mundial no desenvolvimento de energias limpas e alternativas!!!

O mundo tem muito que a aprender conosco neste sentido...

Crazy Diamond disse...

É verdade Alfredo, comparativamente o Brasil está bem mais avançado neste sentido. Enquanto os USA dependem muito das usinas de carvão, a Europa depende enormemente das usinas nucleares.

Anônimo disse...

Pode ser muito bonito o Brasil ser pioneiro, só que o que nós ganhamos com isso? temos um dos preços mais alto do mundo em gasolina, energia, carro entre outras, trabalhamos 4meses de graça para pagar os impostos ao governo.
e eles utilizam nosso pais para fazer energia e vender ela para outros paises; como acontece em candiota-RS na usina fase C, que toda a energia produzida já esta vendida a um preço que chega a ser 60% mais barato do que nos pagamos por algo que é nosso.