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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Fidel Castro - o sonho não acabou

Fidel Alejandro Castro Ruz (Birán, Holguín, 13 de Agosto de 1926) foi o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros (presidente da República) de Cuba, a qual governou desde 1959 como chefe de governo e de 1976 como chefe de estado, encerrando sua carreira nestes cargos em 19 de fevereiro de 2008, quando anunciou ao jornal do partido comunista Granma que não se recandidataria ao cargo de presidente de Cuba, isso cinco dias antes do seu mandato terminar.

Este é Fidel Castro, o mito vivo, como bem disse Luis Inácio, o Lula.

Falar de Fidel é como falar de um personagem dos livros de história, algo como Lenin, Alexandre, Julio César, ou qualquer outro desdes que marcaram seu nome na história, mas diferente destes, este velho comunista ainda se mantém em pé, com saúde ainda para cutucar o velho e poderoso inimigo capitalistas estadunidense, através de seus editoriais no jornal Granma. Uma pedra no sapato do vizinho e que teima em não deixá-los em paz.

Fidel construiu um país a sua imagem, pelo menos assim tentou fazer. Não vamos debater se o caminho que ele seguiu foi o mais correto ou não. Claro que como todas as nações, Cuba tem aspectos positivos e aspectos negativos, mas é fato que mesmo num embarco que dura quase tão longamente quanto a própria revolução cubana, o país se mantem em pé, com dignidade, acima de uma margem de miséria apresentada em tantos outros países, tanto aqui nas Américas como no restante do globo.

Todos sabem que sou contra censuras, mercados fechados, falta de liberdade de ação e pensamento, mas Cuba tem aspectos que estão num nível onírico para muitas grandes nações. Uma das medicinas mais avançadas do mundo, educação de verdade e incentivo ao esporte, são algumas das invejáveis qualidades deste governo. Não poderia dizer que os aspectos positivos se sobreponham aos negativos, ou que os negativos ofusquem os positivos. Cuba é um país de contradições.

Muitos criticam e alguns defendem Fidel. O que vejo lendo em sites de notícias e revistas é que o homem realmente incomoda, a ponto de 99% destas matérias serem totalmente parciais na forma de crítica a seu governo, simplesmente esquecendo o que o homem fez de bom. Todas estas matérias perecem exigir que seja feita a vontade estadunidense: “morte a Fidel e abertura de mercado em Cuba”. Não. Realmente esta não é a solução mais viável.

Um bom exemplo de que a abertura de mercado repentina não é benéfica, somente destrutiva, vimos na antiga União Soviética. Com a abertura de mercado, tivemos uma nação ahá tempos pobre, destruida. Sua cultura própria se perdeu e o que mantém a grande maioria de seus países separados em pé, é o arsenal nuclear que estes mantêm, herdados da grande mãe.

E quanto a Fidel? Acho que ele poderia ser eterno, não no comando de Cuba, mas sim como uma crítica ao capitalismo predatório e consumista estadunidense. Um pensamento vivo para lembrar a todos nós que a vida pode ser dura quando se luta por aquilo que se acredita, você pode sofrer, ser desacreditado, caluniado, cometer erros, ameaçado e todo o mais, mas sua luta mantém vivos os seus sonhos e ideais. E se você perserverar, eles também continuaram firmes e fortes.

Mas o fato é que agora Cuba aos poucos irá começar uma abertura, como foi dito pelo novo líder, o irmão de Fidel, Raúl Castro. A esperança de mudanças na burocracia engessada do governo e algumas mudanças nas regras do jogo poderiam melhorar e muito esta nação. Sem que a mesma perca a sua identidade.

Se fosse possível Cuba manter suas qualidades e tentar corrigir, ou mesmo minimizar seus defeitos, teríamos um país forte e de princípios sociais. Mas para tal, a primeira decisão é quanto a liberdade de expressão. Por mais que eu seja partidário dela, entendo o quão destrutiva esta pode ser se simplesmente for data em sua totalidade de uma hora para outra aos cubanos.

O direito de se expressar, como bem sabemos, logo seria deturpado e corrompido e teríamos uma aglomerado de cubanos pró-capitalismo, achando que a solução para a carência de tantas áreas por lá seria a corrida ao consumismo. Logo teríamos ali muitos críticos ao nacionalismno existente no governo e em grande parte da nação, protestos e mais protestos, justificados ou injustificados, mas que ruiria com o governo e o própiro país, criando um campo de atuação para o capitalismo consumismo.

Digo isso não por ser partidario do comunismo ou de Fidel, mas digo com base no que vimos ocorrer na URSS, no Brasil, China e em outras tantas nações. Não quero ver uma nação que sempre tentou prezar pelo o que os cidadãos eram, acabar por tornar-se mais um nação que preza apenas o que os cidadãos têm.

Que venha Raúl Castro, mas que Fidel fique ali, de seu lado, sempre dosando as mudanças e criticando-as, para que Raúl não se esqueça que ele está ali para batalhar pelo que seu povo é, e não pelo que seu povo quer ter.
Que venha Raúl Castro, mas que Fidel fique ali, de seu lado, sempre lembrando que ser líder é saber quando ser o carrasco também, pois apesar de estar ali para servir o povo, por vezes o povo nem tem idéia do que realmente quer.
Que venha Raúl Castro, mas que Fidel fique ali, de seu lado, para lembrar aos estadunidenses que seu dinheiro compra armas e nações, mas que não foi e nunca será capaz de comprar seus sonhos!

5 comentários:

Alfredo de França disse...

Fidel realmente é uma figura que carimbou seu lugar na história e com certeza influenciará muitas gerações. Seus feitos e sua história merecem todo respeito e admiração, pois foi sob seu comando que Cuba transformou-se de uma simples ilha de prostitutas e cassinos em uma das nações mais fortes do mundo. O mundo perde muito com a saída de Fidel do governo, perde um líder, um ícone, enfim, um dos pouquíssimos líderes com coragem suficiente para enfrentar o neoliberalismo, o imperalismo e a globalização destruidora de culturas.

O pior de tudo, é ver nas bancas uma famosa revista semanal brasileira que traz como manchete de capa uma reportagem sobre Fidel com os seguintes dizeres: "Já vai tarde. O fim melancólico do ditador que isolou Cuba e hipnotizou a esquerda durante 50 anos." Realmente, falta entre os editores dessa revista alguém que tenha a mínima noção de história. Alguém precisa avisá-los que foi os EUA, no governo Kennedy, que impôs o bloqueio econômico à Cuba e que Fidel sempre lutou pelo fim do bloqueio sendo apoiado, aliás, pela própria ONU que há anos condena o bloqueio econômico mas é simplesmente ignorada (como de costume) pelos estadunidenses.

Além disso longe de "hipnotizar" a esquerda, Fidel sempre inspirou as esquerdas do mundo inteiro, como exemplo de comprometimento e luta por um ideal.

É um absurdo, essa revista deturpa completamente a história, não há bom senso nenhum em suas reportagens! Sempre são tendenciosas a favor dos EUA, sempre! Como é que alguém pode permitir a circulação de uma coisa dessas? Eles simplesmente reescrevem a história à sua maneira e saem vendendo por aí!!É uma pena que não haja nesse país uma política mais rigorosa contra esse tipo de imprensa deturpadora das informações, precisamos urgentemente de "um Hugo Chavez" no Brasil!!!

Alfredo de França disse...

Um adendo, quando escrevi que precisamos urgentemente de um "Hugo Chavez" no Brasil, minha intenção foi destacar que precisamos de um governante que tenha coragem de tomar alguma medida contra essa revista mentirosa e ridícula.

sejO! disse...

Em relação a impresa, o problema está quando eles deixam a imparcialidade. Em tudo há o lado bom e mal, mas há também seus pontos de vista, quem está a favor e contra. A impresa existe para informar. Somente isso.

Darth Magnus disse...

Sim. Realmente a midia aqui no Brasil sempre é parcial.

Eu estava com a intenção de postar algo sobre o Fidel desde a renuncia dele, mas achei que seria massante demais, visto que esta matéria está em todos holofotes (estava, vide a seguir), então tentei deixar de lado o ângulo do estadista revolucionário e tentar enxergar a pessoa por tras de Fidel.

Voltando a parcialidade da mídia no Brasil. Eu também li numa revista semanal sobre o Fidel, acho que não a mesma revista que você comentou Alfredou, mas a paricalidae é a mesma. Critica tudo aquilo que há de ruim, do ponto de vista capitalista ocidental, e quando chega na hora de falar de saúde, esportes e educação, por exemplo, diz apena que são os pontos positivos, mas não adentra no assunto de forma apresentá-lo de verdade. Realmente uma matéria anti-castrista!

Opa! O foco não é mais Fidel! Desde este final de semana 01 e 02 de Março, Hugo Chaves voltou ao topo das notícias!! Pena novamente não ser algo positivo às Américas!

Já que falamos nele... fico imaginando se aparece um presidente, ou líder golpista mesmo, com este jeito de Hugo Chaves no Brasil. Será que, como ocorreu durante a ditadura, nós acordaríamos??? Ou continuaríamos hibernando?? Melhor não tentar pensar nisso...

Crazy Diamond disse...

- Sobre a mídia: acho que há um equívoco da parte de vocês em condenarem a mídia brasileira como sendo parcial. A mídia global é parcial, não só a brasileira. Não estou dizendo que há uma conspiração ou coisa assim, mas há ideologias e interesses comuns, por certo.

- Sobre Cuba e Fidel: Eu penso, como vocês já citaram, que a revolução foi algo bom para Cuba. Se comparar a ilha as demais ilhas caribenhas percebe-se o contraste. Entretanto o fato de Fidel ter permanecido tanto tempo no poder, sob qualquer justificativa, é bastante condenável, penso eu.

- Cuba do futuro: Engraçado como isso tem sido muito discutido e, particularmente, eu penso que o único valor seja simbólico. Cuba não tem importância nenhuma, economicamente (e mundialmente) falando. O único interesse da inserção de Cuba no mercado global só pode ser dela mesmo. Mas enfim, isso já entra numa área que eu detesto conversar sobre.

Bah!