Um estudo realizado por professores da Universidade Brigham Young, em Utah, nos EUA, concluiu que as relações sociais -amigos, família, vizinhos e colegas- aumentam as chances de viver mais em 50%. A pesquisa foi publicada na revista científica PLoS Medicine.
Os pesquisadores analisaram dados de 148 estudos previamente publicados e mediram a frequência da interação humana e da saúde, controladas por um período de sete anos e meio, em média.
No entanto, o estudo não informa sobre a qualidade dos relacionamentos. "Os dados mostram simplesmente se as pessoas estavam integradas em uma rede social", informou a professora Julianne Holt-Lunstad, que liderou a pesquisa. "Isso significa que os efeitos das relações negativas são agrupados com as positivas. Eles estão todos juntos em média."
A professora disse ainda que há muitos fatores que ligam a presença de amigos e família a uma saúde melhor. "Quando alguém está ligado a um grupo e sente responsabilidade por outras pessoas, cuida melhor de si e corre menos riscos", afirmou Holt-Lunstad.
Segundo o outro líder do estudo, Timothy Smith, "esse efeito não é isolado em adultos mais velhos. Relacionamentos fornecem um nível de proteção em todas as idades".
As conveniências modernas e a tecnologia podem levar algumas pessoas a pensar que as relações sociais não são necessárias, alertou Smith. Mas segundo o professor, "a interação constante é benéfica não só para a saúde psicológica, como também para a física".
Em entrevista à Folha, o cardiologista e nutricionista Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, explicou que "todas as aceitações de prazer e bem-estar -como alegria, satisfação e realização- estão relacionadas à liberação de substâncias vasodilatadoras".
Por isso, quem tem mais sensações de prazer corre menos risco de sofrer uma doença cardíaca. "Quando uma pessoa fica nervosa, aumenta a produção de adrenalina no sangue, que tem ação vasoconstritora (contração dos vasos sanguíneos), o que provoca mais problemas no coração. Quem é mais relaxado, vive mais", afirmou o cardiologista.
O geriatra Luiz Antonio Gil Jr., diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Geriatria, também concorda que as relações sociais promovem benefícios. "A pessoa acaba se cuidando mais quanto tem um suporte social melhor."
Ele acredita que o contato com outras pessoas estimula o cuidado com a saúde, pois insere o indivíduo em atividades físicas e sociais. De acordo com Gil Jr., "as relações melhoram o humor, o que diminui o risco de depressão".
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quarta-feira, 28 de julho de 2010
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