Muito se discute sobre o que acontece no Oriente Médio porém o foco está sempre no conflito entre Israel e Palestina, ou as falacias de Ahmadinejad no Irã. De fato muito mais relevante para a região e vastamente ignorado pela mídia ocidental é a guerra fria entre Irã e Arabia Saudita.
Em 1922, Winston Churchill, discursou sobre os efeitos do pós-guerra na Europa. Ele dizia que “[g]randes impérios foram derrotados. Todo o mapa do continente mudou, os modos de pensar dos homens, e a perspectiva sobre as coisas.” Mas, continuou, “mas conforme a enchente vai sendo controlada e água para de cair, vemos novamente os telhados escuros de Fermanagh e Tyrone emergirem novamente.” Churchill fazia menção a situação da Irlanda naquele momento.
Há neste momento um retorno de um velho padrão quando analisamos a revelação do esquema Iraniano para assassinar o embaixador saudi em Washington. Essas revelações jogam certa luz em um fato crucial que vem sendo deixado de lado, embora seja parte inerente da “Primavera Arabe”. Para ser mais claro, por toda espontaneidade e apelo popular visto nos últimos meses nos países árabes, há contornos políticos da região que nunca mudaram. Conforme as revoltas e manifestações vão sendo contidas e a situação vai se normalizando, essas velhas estruturas políticas vão retornando a cena.
O conflito de idéias entre Irã e Arabia Saudia forma a dinâmica central da maior guerra fria da região; a mesma que definiu o Oriente Médio nos anos recentes. O Irã tem buscado construir sua popularidade deixando claro sua antipatia por Israel, e consequentemente os EUA. Mas a principal estratégia da república islâmica está longe de ser banhada pelo Mediterrâneo, de fato está mais ao sul, no Golfo Pérsico. O país é o mais populoso da região e também possui o maior exército. Dominar a área é uma questão natural. Tehran tenta usurpar o posto dos EUA como força de segurança nas rotas de energia do golfo. Essa ambição, por sua própria natureza, vai contra os interesses do maior beneficiário das forças americanas na região – a Arabia Saudita.
Além do aspecto político/econômico, essa fricção entre os dois países é acentuada e reforçada por divisões sectárias e ideológicas. A socidade saudi tem uma postura ultra conservadora que demoniza os muçulmanos xiita (predominante no Irã). Riyadh vem há muito tempo ridicularizando o regime iraniano, chamando-os de agentes da discórdia no mundo islâmico. Enquanto Khomeini descreve a monarquia saudi como heréticos e repulsivos. Essa rivalidade vem influenciando diretamente as revoltas na região, embora nem sempre de maneira clara.
Quando a maioria xiita no Bahrain começou a se agitar, os saudis perceberam certa influência iraniana ali. Um novo regime em Bahrain que estivesse em linha com Tehran significaria controle da costa oeste do golfo. Essa nova manifestação também foi vista como uma tentativa do Irã de espalhar a filosofia xiita em direção a maioria sunni do leste e sul da península. Os saudis não pensaram duas vezes, enviaram as forças armadas e acabaram com as manifestações quando estas mal haviam começado.
Na Síria, os saudis percebem que as revoltas são uma tentativa sunni de derrubar um regime herético, apoiado pelas forças iranianas. Evidentemente que a queda de Assad na Síria é vista como uma vitória estratégica para Riyadh e há claras ligações entre o reino árabe e algumas forças radicais sunni no país, sem contar o fato de que os arabes foram os primeiros a retirar seu embaixador e denunciar Assad. Obviamente o Irã também percebe as implicações desastrosas que a queda do atual regime poderia causar e, consequentemente, não mede esforços para preservar a atual situação.
No Líbano, claro, o proxy iraniano Hezbollah é procurado pelo tribunal que investiga a morte do cidadão saudi e antigo Primeiro Ministro libanês Rafiq al-Hariri em 2005. Evidentemente que dando suporte a oposição ao regime de Assad na Síria, Riyadh espera isolar o Hezbollah de sua maior fonte de apoio e armamento, deixando o grupo sem recursos.
No Iraque, com a eminente saída americana, é provável que saudis e iranianos vão trocar farpas, e talvez um pouco mais, pela influência na região. O governo xiita em Baghdad já mantém relações próxima a Tehran, enquanto é sábido que o governo iraniano dá suporte a mílicias e grupos xiita no país. Em contrapartida, Riyadh mantém ativamente os grupos sunni de oposição e a presença americana na região tem servido como um impedimento para uma ação mais direta. Com o crescimento da influência xiita no governo e a retirada das tropas americanas, é provável que a postura da Árabia Saudita seja mais agressiva.
Aparentemente o Irã ganha essa batalha facilmente. Embora tenham perdido crédito no mundo árabe ao apoiarem o regime de Assad, isso pode ser revertido com novos confrontos com a América ou Israel. O programa nuclear continua progredindo apesar de sanções internacionais e constantes suspeitas, o regime parece estável e o país vai aumentando sua influência na região. Enquanto os saudis só podem oferecer algum risco as ambições iranianas enquanto aliados dos EUA e de Israel.
A guerra fria entre os dois países tem sido um dos fatores determinantes na política no Oriente Médio muito antes das manifestações de 2011, e tem sido também um elemento ativo no curso das mesmas até o momento. No Bahrain e na Síria, os saudis estão vencendo logo a fúria e frustação iraniana em seu desejo de atacar o adversário não chega a ser uma surpresa. Conforme a maré baixa, os minaretes de Riyadh e Tehran aparecem novamente.
Boas Vindas!
Você está no Congresso Nacional!
Um lugar onde se junta pessoas dos mais diversos estilos, etnias, gostos e opiniões e ficam aqui, sem qualquer tipo de receio, levando a banca suas palavras e considerações sobre os mais diversos assuntos.
Vamos apresentar nossas idéias, debatê-las ao fundo e, se alguma coisa for útil, agregar às nossas, se não, engavetá-las!
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terça-feira, 25 de outubro de 2011
sábado, 27 de agosto de 2011
A INVENÇÃO DO POVO JUDEU
Na carteira de identidade do historiador israelense Shlomo Sand, no lugar reservado à nacionalidade está escrito que ele é judeu.
Sand, 64, solicitou ao governo que seja identificado de outro modo, como israelense, porque acredita que não existe nem um povo nem uma nação judeus.
Seus motivos estão expostos em "A Invenção do Povo Judeu". Best-seller em Israel, traduzido para 21 idiomas e incensado pelo historiador Eric Hobsbawm, o livro chega agora ao Brasil (Benvirá).
O autor defende que não há uma origem única entre os judeus espalhados pelo mundo. A versão de que um povo hebreu foi expulso da Palestina há 2.000 anos e que os judeus de hoje são seus descendentes é, segundo Sand, um mito criado por historiadores no século 19 e desde então difundido pelo sionismo.
"Por que o sionismo define o judaísmo como um povo, uma nação, e não como uma religião? Acho que insistem em ser um povo para terem o direito sobre a terra. Povos têm direitos sobre terra, religiões não", diz à Folha, por telefone, de Paris.
"Na Idade Média a palavra povo se aplicava a religiões: o povo cristão, o povo de Deus. Hoje, aplicamos o termo a grupos humanos que têm uma cultura secular -língua, comida, música etc. Dizemos povo brasileiro, povo argentino, mas não povo cristão, povo muçulmano. Por que, então, povo judeu?"
Valendo-se de fontes e documentos históricos, a tese de Sand, ele mesmo admite no livro, não é em si nova (cita predecessores como Boaz Evron e Uri Ram). "Sintetizei, combinei evidências e testamentos que outros não fizeram, pus de outro modo."
Ele compara: até meados do século 20, "a maioria dos franceses achava que era descendente direto dos gauleses, os alemães dos teutões e os italianos, do império de Júlio César". "São todos mitos", afirma, "que ajudaram a criar nações no século 19".
Neste século 21, sustenta, não há mais lugar para isso.
"Não só o Brasil é uma grande mistura. A França, a Itália, a Inglaterra são. Somos todos misturados. Infelizmente há muitos judeus que se acham descendentes dos hebreus. Não me sinto assim. Gosto de ser uma mistura."
Filho de judeus, nascido num campo de refugiados na Áustria, o autor lutou do lado israelense contra os árabes na Guerra dos Seis Dias, em 67, quando o país ocupou Cisjordânia e faixa de Gaza.
Em seguida virou militante de extrema esquerda e passou a defender um Estado palestino junto ao de Israel.
Professor na Universidade de Tel Aviv e na França, onde passa parte do ano, o historiador avalia que as hostilidades entre israelenses e palestinos, reavivadas nas últimas semanas, continuarão por tempo indeterminado.
"Enquanto o Estado palestino não for reconhecido nas fronteiras de 67, acho que a violência não vai parar."
Sand, 64, solicitou ao governo que seja identificado de outro modo, como israelense, porque acredita que não existe nem um povo nem uma nação judeus.
Seus motivos estão expostos em "A Invenção do Povo Judeu". Best-seller em Israel, traduzido para 21 idiomas e incensado pelo historiador Eric Hobsbawm, o livro chega agora ao Brasil (Benvirá).
O autor defende que não há uma origem única entre os judeus espalhados pelo mundo. A versão de que um povo hebreu foi expulso da Palestina há 2.000 anos e que os judeus de hoje são seus descendentes é, segundo Sand, um mito criado por historiadores no século 19 e desde então difundido pelo sionismo.
"Por que o sionismo define o judaísmo como um povo, uma nação, e não como uma religião? Acho que insistem em ser um povo para terem o direito sobre a terra. Povos têm direitos sobre terra, religiões não", diz à Folha, por telefone, de Paris.
"Na Idade Média a palavra povo se aplicava a religiões: o povo cristão, o povo de Deus. Hoje, aplicamos o termo a grupos humanos que têm uma cultura secular -língua, comida, música etc. Dizemos povo brasileiro, povo argentino, mas não povo cristão, povo muçulmano. Por que, então, povo judeu?"
Valendo-se de fontes e documentos históricos, a tese de Sand, ele mesmo admite no livro, não é em si nova (cita predecessores como Boaz Evron e Uri Ram). "Sintetizei, combinei evidências e testamentos que outros não fizeram, pus de outro modo."
Ele compara: até meados do século 20, "a maioria dos franceses achava que era descendente direto dos gauleses, os alemães dos teutões e os italianos, do império de Júlio César". "São todos mitos", afirma, "que ajudaram a criar nações no século 19".
Neste século 21, sustenta, não há mais lugar para isso.
"Não só o Brasil é uma grande mistura. A França, a Itália, a Inglaterra são. Somos todos misturados. Infelizmente há muitos judeus que se acham descendentes dos hebreus. Não me sinto assim. Gosto de ser uma mistura."
Filho de judeus, nascido num campo de refugiados na Áustria, o autor lutou do lado israelense contra os árabes na Guerra dos Seis Dias, em 67, quando o país ocupou Cisjordânia e faixa de Gaza.
Em seguida virou militante de extrema esquerda e passou a defender um Estado palestino junto ao de Israel.
Professor na Universidade de Tel Aviv e na França, onde passa parte do ano, o historiador avalia que as hostilidades entre israelenses e palestinos, reavivadas nas últimas semanas, continuarão por tempo indeterminado.
"Enquanto o Estado palestino não for reconhecido nas fronteiras de 67, acho que a violência não vai parar."
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Irã, onde a mulher perde seu corpo
Empresto a "Janela" de hoje a uma grande amiga que está morando e trabalhando em Teerã. Claro que preservo o nome para evitar que tenha problemas, mais problemas do que os que ela descreve abaixo.
Pedi a ela que me contasse como é, para um mulher, viver no Irã, país que, como você sabe, é regido por uma teocracia.
Sua descrição vale mais que muita filosofada a respeito.
Começa dizendo que "Teerã é uma cidade normal, poderia dizer qualquer um que, sem muito se ater a detalhes, passasse por aqui. Em pleno verão de 40 graus, já não parece tão normal assim. Mulheres cobertas do pés à cabeça circulando como se estivessem no conforto do ar condicionado. Sabia que chegaria aqui no auge do verão, mas entre IMAGINAR usar o véu e roupas inapropiadas para o calor infernal e realmente TER QUE USAR são coisas bem diferentes.
Constrangimento não é bem a palavra que descreve o que sinto. Acho que é mais estranhamento e limitação. É interessante observar as mulheres na rua aqui: dominam a técnica de colocar o véu de uma forma que não atrapalha os movimentos e não ficam, como eu até agora, puxando e se ajeitando, como se a roupa estivesse fora do lugar ou até incomodasse.
A sensação é mais ou menos a de ter um corpo estranho, algo que não te pertence. E, ainda por cima, ter que lembrar a toda hora que mesmo para uma fugida na esquina para comprar pão, você terá que se fantasiar. Isso me inibe um pouco, me deixa com uma certa preguiça de sair, pelo menos por enquanto. Acho que quando refrescar um pouco e meu corpo estranho estiver pertencendo mais a mim, ficarei mais tranquila e circularei mais".
Depois, o depoimento começa a olhar para a frente: "Aos poucos vou ter que comprar algumas roupas para não ter que carregar roupa normal, de trabalho, moda Ocidente, e as roupas para sair na rua. Ainda não tenho muitas opções de moda Irã que me permitam circular no ambiente de trabalho".
Perguntei à amiga o que ela gostava de fazer na cidade em que morava (e que também omito, por precaução) e que não pode fazer em Teerã. A resposta:
"Nossa, pensar nas coisas que gostava de fazer e não posso fazer aqui resultaria numa lista interminável. A verdade é que ainda preciso de tempo para descobrir o que posso fazer aqui. Gostava muito da liberdade de poder sair a qualquer hora. Aqui, depois das 22, sozinha, não tem jeito".
Em correspondência anterior, ela mencionara a perturbação causada pelo tornozelo à mostra. Perguntei como fora e ela conta:
"A história do tornozelo foi num restaurante na primeira semana. Sentamos no chão, num tapete, o restaurante era assim. Depois de um tempo, desconfortável na posição, estiquei as pernas, estava com um vestido longo, que, naturalmente, tinha subido um pouco. Logo veio o garçon e num tom estranho, pelo menos para quem não fala a língua deles, apontou e proferiu algumas palavras. O iraniano que estava no grupo me explicou que ele tinha que fazer isso, pois alguém poderia reclamar e o restaurante poderia ser multado, etc... Mas era um tornozelo mesmo, uma faixa de pele muito perto do pé, cruzes..."
"E também tem esse ponto, sair para jantar (pois cheguei em pleno Ramadã e não tem água nem comida até o sol desaparecer, outra hora falo sobre isso). Sem o conforto de uma roupa é meio chato, mas tenho ido a alguns lugares. Nesses momentos, você pode abstrair e se sentir em Nova York ou em qualquer capital européia, pois são lugares bacanas, embora sem álcool e com o ' 'dress code' daqui".
Minha amiga ficou de pensar sobre o outro lado, "as coisas boas de se viver em Teerã", para um segundo capítulo.
Pedi a ela que me contasse como é, para um mulher, viver no Irã, país que, como você sabe, é regido por uma teocracia.
Sua descrição vale mais que muita filosofada a respeito.
Começa dizendo que "Teerã é uma cidade normal, poderia dizer qualquer um que, sem muito se ater a detalhes, passasse por aqui. Em pleno verão de 40 graus, já não parece tão normal assim. Mulheres cobertas do pés à cabeça circulando como se estivessem no conforto do ar condicionado. Sabia que chegaria aqui no auge do verão, mas entre IMAGINAR usar o véu e roupas inapropiadas para o calor infernal e realmente TER QUE USAR são coisas bem diferentes.
Constrangimento não é bem a palavra que descreve o que sinto. Acho que é mais estranhamento e limitação. É interessante observar as mulheres na rua aqui: dominam a técnica de colocar o véu de uma forma que não atrapalha os movimentos e não ficam, como eu até agora, puxando e se ajeitando, como se a roupa estivesse fora do lugar ou até incomodasse.
A sensação é mais ou menos a de ter um corpo estranho, algo que não te pertence. E, ainda por cima, ter que lembrar a toda hora que mesmo para uma fugida na esquina para comprar pão, você terá que se fantasiar. Isso me inibe um pouco, me deixa com uma certa preguiça de sair, pelo menos por enquanto. Acho que quando refrescar um pouco e meu corpo estranho estiver pertencendo mais a mim, ficarei mais tranquila e circularei mais".
Depois, o depoimento começa a olhar para a frente: "Aos poucos vou ter que comprar algumas roupas para não ter que carregar roupa normal, de trabalho, moda Ocidente, e as roupas para sair na rua. Ainda não tenho muitas opções de moda Irã que me permitam circular no ambiente de trabalho".
Perguntei à amiga o que ela gostava de fazer na cidade em que morava (e que também omito, por precaução) e que não pode fazer em Teerã. A resposta:
"Nossa, pensar nas coisas que gostava de fazer e não posso fazer aqui resultaria numa lista interminável. A verdade é que ainda preciso de tempo para descobrir o que posso fazer aqui. Gostava muito da liberdade de poder sair a qualquer hora. Aqui, depois das 22, sozinha, não tem jeito".
Em correspondência anterior, ela mencionara a perturbação causada pelo tornozelo à mostra. Perguntei como fora e ela conta:
"A história do tornozelo foi num restaurante na primeira semana. Sentamos no chão, num tapete, o restaurante era assim. Depois de um tempo, desconfortável na posição, estiquei as pernas, estava com um vestido longo, que, naturalmente, tinha subido um pouco. Logo veio o garçon e num tom estranho, pelo menos para quem não fala a língua deles, apontou e proferiu algumas palavras. O iraniano que estava no grupo me explicou que ele tinha que fazer isso, pois alguém poderia reclamar e o restaurante poderia ser multado, etc... Mas era um tornozelo mesmo, uma faixa de pele muito perto do pé, cruzes..."
"E também tem esse ponto, sair para jantar (pois cheguei em pleno Ramadã e não tem água nem comida até o sol desaparecer, outra hora falo sobre isso). Sem o conforto de uma roupa é meio chato, mas tenho ido a alguns lugares. Nesses momentos, você pode abstrair e se sentir em Nova York ou em qualquer capital européia, pois são lugares bacanas, embora sem álcool e com o ' 'dress code' daqui".
Minha amiga ficou de pensar sobre o outro lado, "as coisas boas de se viver em Teerã", para um segundo capítulo.
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